Heduíno Gomes
A Patrícia Lança, falecida o
ano passado, era luso-britânica e serviu, durante a II Grande Guerra, como
sargento, no exército britânico. Estava num serviço de apoio ao Estado-Maior, e
portanto na retaguarda.
Ela e o marido, Carlos Lança, foram activos militantes
comunistas, tendo estado em Praga nos serviços de propaganda. Cortaram com a
União Soviética em 1956, quando da invasão da Polónia e da Hungria. O seu corte
com o marxismo teve lugar já no princípio dos anos 70. Entretanto, haviam
residido em Argel, onde constaram entre as vítimas do bando de Argel,
que integrava o «democrata» Manuel Alegre, então trauliteiro do PCP.
Depois do 25A, deu o nome para as listas do PSD...
e acabou por ser eleita deputada durante 4 anos na enxurrada do cavaquismo.
Sempre se distanciou do cavaquismo e das taras dos e das cavaquistas,
nomeadamente do feminismo das senhoritas da organização de fachada «Mulheres
Social-Democratas» e dos mansos oportunistas que lhes aparam as «igualdades» e
as «quotas» para mulheres.
Publicou no Diabo muitos artigos,
nomeadamente contra o feminismo, um dos quais com o sugestivo título /Deverá a
Mãe-Natureza Mudar de Sexo?\.
Uma vez, em conversa sobre as mulheres nas Forças
Armadas, diz-me ela: — Ó Heduíno, já pensaste se uma mulher está na frente da
batalha e precisa de fazer chichi?
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Patrícia Lança, sargento, em 1943, e em 2003. |
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