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A Coreia do Norte intensificou as ameaças de ataque nuclear aos E.U.A.. Os mísseis são feitos com partes contrafaccionados ocidentais passadas pela China |
Luis Dufaur, Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, 19 de
Abril de 2017
Após insistentes
provocações nucleares e missilísticas a Coreia do Norte caminhava a achar que
vivia na era da impunidade que a moleza de Barack Obama lhe tinha garantido.
Mas agora, uma frota
liderada pelo porta-aviões USS Carl Vinson navega à distância
de fogo das suas paupérrimas, mas eriçadas bases militares.A Agência Central de
Notícias de Pyongyang achou «ultrajante» a manobra escreveu o «Chicago Tribune».
A presença de navios de
guerra americanos na região é habitual, mas o secretário de Estado americano
Rex Tillerson esclareceu: «Se alguém viola os acordos internacionais, não
cumpre os seus compromissos, e se transforma numa ameaça para os outros,
num dado momento alguma resposta lhe deve ser dada», acrescentou o «Chicago Tribune».
A China percebeu logo
que as intimidações do ditador norte-coreano Kim-Jong-Un com os seus mísseis contrafaccionados
e de pontaria não demonstrada de pouco servem. Então decidiu intervir
sorrateiramente.
De facto, a China
constitui o grande problema por trás do exibicionismo e a arrogância de
Pyongyang.
Segundo o jornal
chinês «The Epoch Times» editado em Nova
Iorque, fontes dos media sul-coreanos dizem que 150 mil médicos e pessoal de
apoio do Exército de Libertação Popular (ELP) da China foram mobilizados ao
longo do rio Yalu, que a separa da Coreia do Norte.
Esta mobilização foi
precipitada pela movimentação do grupo naval liderado pelo porta-aviões Carl
Vinson, que se encaminhou para a Península Coreana em 8 de Abril, mudando o seu
rumo original.
O presidente dos E.U.A.
Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping encontraram-se na Flórida entre
os dias 6 e 8 de Abril. E foi num jantar que o chinês ficou a saber que o
americano tinha ordenado bombardear a Síria, escreveu «The Guardian».
O recado foi claro. Xi
Jinping saiu satisfeito com as conversações e comprometido a conduzir a crise
nuclear norte-coreana a uma conclusão pacífica.
Mas Xi percebeu logo o
que pode acontecer na Coreia. Ele sabe que a China nem sequer tem como
enfrentar militarmente os E.U.A.. Mas os imensos investimentos ocidentais no
seu território são uma arma de chantagem de primeira magnitude.
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O grupo de tarefas do USS Carl Vinson navega no Mar do Sul da China |
Pyongyang esbravejou
expressando confiança no seu «tremendo músculo militar com força nuclear» para
se defender caso os E.U.A. escolham uma opção militar.
A Coreia do Norte,
ditadura comunista e um dos regimes mais repressivos do mundo tem graves
dificuldades para alimentar basicamente a quem não é do Partido Comunista.
Embora a sua
infra-estrutura industrial e tecnológica seja deplorável, já detonou pelo menos
cinco bombas nucleares subterrâneas e testou mísseis civis e militares que
seriam capazes de atingir os E.U.A..
Num desses testes, a
marinha da Coreia do Sul recuperou partes completas dos motores de um míssil
que caiu no mar. As peças foram analisadas por especialistas internacionais,
noticiou «The Washington Post».
Os testes constataram
que muitas partes terminantes, incluindo software e peças
vetadas à venda para a Coreia do Norte, tinham sido adquiridas no exterior
usando empresas chinesas como intermediários.
O Unha-3 que pôs em
órbita o satélite Kwangmyongsong-4 em 7 de Fevereiro de 2016, foi o mais
poderoso feito pelo regime de Kim Jong Un. Media mais de 30 metros de altura e
era capaz de despejar engenhos nucleares em cidades remotas como Washington.
Nos restos do Unha-3 foi
recuperado um vasto leque de partes electrónicas fabricadas em países
ocidentais e encaminhadas para a Coreia do Norte pela própria China.
A contrafacção não
impediu que explodisse logo após a ignição o míssil agendado para partir
durante as espalhafatosas manifestações militares pelo aniversário do ditador
Kim-Jong-Un.
A Coreia do Norte «é
um regime imprevisível e agora tem capacidade nuclear», disse o assessor de
segurança nacional tenente-general H. R. McMaster no Fox News Sunday.
«O presidente Xi e o
presidente Trump concordaram que isso é inaceitável, o que deve acontecer é a
desnuclearização da Península Coreana».
Em 10 de Abril, o
presidente Trump indicou numa mensagem de Twitter: «expliquei ao
presidente da China que um acordo comercial com os E.U.A. será muito melhor se
eles resolverem o problema da Coreia do Norte!»
E acrescentou: «a Coreia
do Norte está à procura de problemas. Se a China decidir ajudar, isso seria
óptimo, se não, resolveremos o problema sem eles!»
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O aniversário do ditador foi um paroxismo de exibicionismo e intimidações |
A Coreia do Norte com as
costas quentes pela China não arreda e anuncia mais uma explosão nuclear no seu
campo de testes nucleares subterrâneos de Punggye-ri, área montanhosa no
nordeste do país.
Actividade inusual,
inclusive um visita do jacto privado do ditador, foi fotografada por satélite,
segundo «The Washington Post».
Simultaneamente, os
E.U.A. lançaram a sua mais potente bomba não-nuclear sobre um conjunto de
túneis e cavernas do Estado Islâmico em Achin, província de Nangarhar,
Afeganistão, perto da fronteira com o Paquistão.
Foi a primeira vez que
os EUA usou a bomba GBU-43 MOAB (Massive Ordenance Air Blast) em conflito
conhecida como a «mãe de todas as bombas» pelas suas 11 toneladas de
explosivos.
Nos mesmos dias a
imprensa americana revelou o momento em que presidente Trump comunicou o
bombardeamento da Síria ao presidente Xi Jinping, com quem jantava.
Trump também comentou,
aliás pouco polidamente: «Acredito que faremos muita pressão sobre a Rússia
para que garanta que teremos paz, porque francamente se a Rússia não tivesse
apoiado esse animal (o ditador da Síria), agora nós não teríamos problemas»,
segundo o «The New York Times».
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