(10 de Junho de 2014)
Combatentes, senhores convidados, minhas senhoras e meus senhores,
Combatentes, convoquei-vos para virem a Belém para que celebremos
Portugal.
E celebrá-lo recordando o ambiente de vida que nos tornou mais fortes e
mais conscientes do valor da entrega por amor à Pátria e do sentir profundo da
solidariedade que acompanha todos os actos de combate, em particular os que se
travam em terras de fogo. Tomando o exemplo dos portugueses que, mais por armas
que por letras, criaram e expandiram Portugal, nós, mais de um milhão de
jovens, demos o melhor da nossa juventude, combatendo em terras inóspitas,
longínquas, em defesa de Portugal e dos
seus valores.
Éramos tão jovens, e fomos… deixando para trás o que mais gostávamos:
mães, esposas, namoradas, amigos, diversões, … muitos de nós, como eu, deixando
filhos bebés, outros a caminho de nascer… E combatemos… lutámos.
E será que os jovens de hoje comparecem perante os novos combates por
Portugal? Perante sérias dúvidas, esta comissão executiva elegeu um tema de
reflexão que urge tomar em mãos: colocar a juventude como elemento nuclear na
definição dos desígnios de Portugal e pôr
os jovens a pensar sobre os seus próprios desafios e motivá-los a responder às
várias ameaças que por aí andam.
E a vencê-las. E elegemos «O MAR» como um desses desafios. Por isso
levámos este assunto a debate em colóquio universitário, mostrando as
potencialidades do Mar que é nosso, que aumenta imenso o nosso território e
património, cuja exploração económica exige um aval científico que está nas
fronteiras do conhecimento, plataforma que precisamos de defender para
assegurar uma via essencial ao nosso desenvolvimento.
E muitos outros combates nos esperam, a salvaguarda da
independência, a defesa da língua e da cultura, a erradicação da pobreza,
tantos outros. A nossa geração de jovens dos anos sessenta e setenta enfrentou
muitos desafios, antes, durante e depois da guerra. Combatemos por Portugal porque nos impunha o dever
moral de defender os valores nacionais.
Foi por sentir a necessidade de transferir a responsabilidade de
prosseguir os combates por Portugal para as novas gerações que vos pedi que
trouxessem os vossos filhos e os vossos netos, para que, daqui, do ponto de
onde todos partimos, cujo património histórico nos faz recordar os nossos
heróis de aventura, eles possam meditar sobre os seus compromissos para com o
nosso País. Por último queria pedir-vos um pequeno momento de meditação…
Voltem-se para as paredes brancas desta fortaleza e recordem os vossos amigos…
Com este gesto, gostaria que focássemos a atenção no essencial: a homenagem
que aqui prestamos aos combatentes que morreram por Portugal. E louvar os de
hoje que combatem noutras terras, noutros conflitos. E recordar as centenas de
milhares de combatentes do Ultramar que não puderam vir. É inequívoco o seu
amor por Portugal, o Portugal que jurámos defender, mesmo com o sacrifício da
própria vida.
Obrigado combatentes. VIVA PORTUGAL.
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