BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Mais padres pedófilos?

Nuno Serras Pereira

Como recebi um número significativo de missivas-e perguntando-me das razões de ter enviado a notícia Ex-provedora da Casa Pia diz que há outros casos de padres pedófilos e escasseia-me o tempo para retorquir individualmente peço que me desculpem esta réplica geral, tanto mais que poderão existir outros leitores perplexos ou interrogativos.

Em primeiro lugar, considero que importa muito atentar nas malsinações, de enorme gravidade, lançadas por Catalina Pestana: há mais padres pedófilos, e somente na Diocese de Lisboa, de seu conhecimento, há cinco; o Cardeal Patriarca conhece-o mas alega não o saber, e juntamente com o Arcebispo de Braga (anterior Presidente da Conferência Episcopal) limitam-se a mudar os alegados padres abusadores de lugar.

Das duas, uma: ou estas recriminações são verdadeiras ou são falsas.

a) No caso de serem exactas isso significaria que membros da Igreja, ao mais alto nível, estariam a trair gravemente a sua missão e a boicotar o esforçado empenho de Bento XVI em purificar a Igreja, que não pode admitir que no Sacerdócio ministerial haja padres que abusam de menores, como o escreveu João Paulo II. Se assim fora, a Santa Sé deveria ser informada pelo Núncio Apostólico para agir em consequência. A Igreja não teme a verdade, e faz parte da sua missão expulsar os demónios, mesmo, ou principalmente, quando os possuídos receberam Ordens.

b) Se, pelo contrário, são uma colossal calúnia o Cardeal Patriarca, bem como o Arcebispo de Braga, têm ao seu dispor quer o Direito Canónico quer o Civil para limparem o bom nome e a honra da Igreja disciplinando a detraidora.

Foi lançada uma suspeição geral sobre o clero em geral e sobre o que vive em Lisboa em particular. “Quem não se sente, não é filho de boa gente”. Nós, pela Graça de Deus, somos filhos da Igreja, a melhor de todas as mães. Esta, por si só, é uma razão de peso quer para estar ao facto das arguições que nos são feitas quer para as vermos esclarecidas e resolvidas.

Entretanto, resta-nos rezar pelas vítimas daqueles que chamados a ser Cristo para eles, ao invés foram o demónio, e implorar a Misericórdia infinita de Deus para a conversão dos padres desGraçados.


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Petição «Antigo Combatente»

«Peço a ajuda para uma petição de sensibilização ao actual Governo de Portugal, para que reconheça com a devida dignidade e urgência, todos os que naquela guerra, estiveram lutando, ao serviço da Pátria Portuguesa. Que ajude os Combatentes e as familias mais necessitadas. Que despache com a brevidade possível, os processos de invalidez e, que os reconheça dentro da maior justiça. Que não abandonem os que um dia se prontificaram a defender e a seguir as ordens dos que naquela época governavam Portugal. Porque apenas obedeceram e juraram defender a sua Pátria. Cumpriram o seu dever como Combatentes.!!!»
 
Para subscrever a petição clique aqui.

terça-feira, 17 de julho de 2012

O 50º ANIVERSÁRIO DAS TROPAS COMANDO

João J. Brandão Ferreira, TCorPilAv. /Ref.)


    Como se sabe – apesar de tal ter sido considerado um facto menor, pela generalidade da comunicação social, a avaliar pelo tratamento dado à efeméride – decorrem este ano as comemorações dos 50 anos sobre a criação das tropas “comando”, no Exército Português.

    De facto, a necessidade sentida no início da luta de contra – guerrilha em Angola, de se constituírem unidades especialmente preparadas para fazer face ao novo tipo de combate com que fomos confrontados, cedo se fez notar entre os oficiais do quadro permanente.

    Daí se ter constituído o primeiro centro de instrução de “comandos” em Zemba, povoação situada nos Dembos, a norte de Luanda, logo em Setembro de 1962.

    Esta comemoração e evocação justifica-se plenamente e merecia um relevo superior à normal festividade que um evento deste tipo deve possuir.

    A razão prende-se com os altíssimos serviços que estas tropas prestaram às FAs e a Portugal, tanto em tempo de paz, crise e guerra. Desenvolveram um alto espírito militar e uma mística que lhes granjeou fama que ultrapassou as fronteiras nacionais.

    Nos piores momentos mantiveram sempre a disciplina e a coesão e, com elas, preservaram sempre a capacidade operacional. Nunca foram derrotados.

    A sociedade deve-lhes, ainda, um papel fundamental (a par das unidades aéreas da FA, que tem sido esquecida), no culminar da gravíssima crise político - social, em 25/11/1975, que colocou o país à beira de uma guerra civil e de uma ditadura feroz de cariz marxista revolucionário.

    O silêncio sobre tudo isto não deixa de ser revelador do desnorte em que o país anda e que a “crise” económico – financeira em que mergulhámos está longe de ser o principal responsável.

    Digamos que o culminar das comemorações teve lugar no passado dia 29 de Junho, no Centro de Tropas Comando (designação que nos parece menos feliz, já que uma unidade deste tipo deve ser “companhia, batalhão, regimento, brigada”, etc.).

    Esteve presente o PR que discursou e condecorou cinco subunidades, por feitos em combate, em Angola e Guiné, nos últimos anos da guerra.

    Procedeu-se, também, ao encerramento do 119º curso de comandos, com a entrega das respectivas boina e crachá.

     No conjunto, uma cerimónia militar de alto nível como é timbre da casa (pese o cada vez mais diminuto efectivo de tropas e equipamento em parada…).

    Impõe-se, todavia, realçar o seguinte: durante o discurso proferido pelo Comandante da unidade, este agradeceu penhorado, a presença das altas entidades presentes (PR,MDN,CEMGFA, Presidente da Camara, etc.). Entendemos tais agradecimentos, à conta de palavras de circunstância, pois tais individualidades apenas estiveram a cumprir o que era seu dever e competia. O que seria de verberar seria a sua ausência…

    Ainda durante este discurso (e como me soa mal ouvir protocolarmente, citar em primeiro lugar um presidente de camara relativamente a um chefe militar), passou-se algo inusitado em cerimónias destas: o comandante das forças em parada teve, aparentemente, uma quebra de tensão e tombou por três vezes, a primeira das quais em sentido, batendo com o corpo em prancha, de costas no chão.

    Das três vezes se levantou, amparado pela ajuda entretanto chegada, e das três vezes recusou abandonar o seu posto.

    À terceira vez, e apercebendo-se que o oficial não estava em condições físicas de permanecer na função, o Chefe do Estado - Maior do Exército, num gesto bonito e algo inédito, levantou-se do seu lugar e dirigiu-se ao oficial em questão, que estava a 50 metros de si, pegou-lhe no braço e conduziu-o para fora da formatura.

    De imediato o oficial mais antigo a seguir assumiu o comando e assim sucessivamente.

    Tudo esteve bem e assim é que deve ser.

    Apenas para os militares da “velha guarda” um pormenor correu diferente da antiga disciplina lusitana: o oficial que caiu (de pé) deveria ter sido ajudado por pessoal do Serviço de Saúde, a postos, fora da formatura e não por pessoal que está formado (na formatura não se mexe nem que chova picaretas, lembram-se?).

    Mas, enfim, ninguém está à espera que seja o comandante a cair, só que todos os comandantes também são feitos de carne e osso.

    A condecoração das unidades “comando”, o Batalhão de Comandos da Guiné e as 19ª,20ª,30ª e 33ª Companhias de Comandos, comandadas respectivamente pelos então, Major Almeida Bruno e Capitães Raúl Folques, Oliveira Marques, Rosa de Oliveira (falecido) e Arnaldo Cruz, representa o reconhecimento, apesar de muito tardio, do seu valor militar.

    Dir-se-á que vale mais tarde do que nunca, mas convinha apurar as causas/responsáveis de tão grande hiato temporal, pesando o facto de tratar-se de tão elevada condecoração como é a Cruz de Guerra. Tudo isto pode vir a abrir uma “caixa de pandora” no futuro imediato.

    Finalmente passámos a ter mais uma mão cheia de militares com a especialidade “comando”, mais propriamente 20 (dois oficiais, um sargento e 17 praças), o que representa 38% dos 52 que iniciaram a preparação seis meses atrás.

    Parece ser muito pouco, não só em número mas, outrossim, em termos de custo/eficácia.

    Não estamos a pôr em causa a qualidade da instrução ou a sugerir um relaxamento nos níveis de exigência. Estamos a dizer que há seguramente um problema no recrutamento e selecção que deve ser equacionado/revisto rapidamente.

    Mesmo tendo em conta a medíocre preparação física, cultural, técnica, cívica e psico - moral da generalidade dos jovens que chegam à idade adulta. Um magno problema que só o Conselho de Ministros tem capacidade para ir resolvendo, mas que nunca deve ter passado pela agenda de nenhum, faz décadas.

     Longa vida pois, às tropas comando, sem esquecer que esta longevidade vai estar intrinsecamente ligada às necessidades e requisitos operacionais do combate futuro e à “ordem de batalha” que se consiga manter nas micro - quase extintas FAs que se antevê.

     Se a Nação estivesse de “boa saúde” e o Estado, de facto, a representasse, cerimónias como esta estariam pejadas de povo, que aproveitaria a ocasião para lá ir homenagear aqueles cuja missão primeira é defendê-lo em situações extremas, e aos que tombaram no passado, ao fazê-lo.

     E aproveitariam para cantar a “Portuguesa” em vez de só o fazerem quando se juntam em grupos ululantes, para verem uns tipos jogarem uma bola com algumas partes do corpo.

     Bom, mas isso era se o País estivesse de boa saúde.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A PROPÓSITO DO ÚLTIMO LIVRO DO GENERAL LOUREIRO DOS SANTOS

João J. Brandão Ferreira, TCorPilAv. (Ref.)


                                          “As Forças Armadas são o poder da consciência
                                           nacional, o braço da Pátria, a Nação em atalaia,
                                           a vigilância dos túmulos, a segurança do presente
                                           e do porvir. Nobreza não há maior que a da sua
                                            missão”.

                                                                 Batista Pereira
                                                                 “Directrizes de Rui Barbosa”, 1938



    Instituto Superior de Estudos Militares, sala à pinha, imprensa escrita e falada, camaras da televisão. Era dia 30 de Maio.

    Esperava-se gente importante e outros apenas com funções importantes, que apareceram.

    Estavam assim reunidos os ingredientes para haver impacto mediático se é que, fora do futebol, isso é possível…

    Falaram o General Ramalho Eanes, que apresentou o livro e o autor. Dois bons discursos, se me é permitido opinar.

    O principal objectivo do livro – explicar a necessidade de existência das Forças Armadas, numa linguagem (e também no preço e no número de páginas), acessível ao grande público – não deixa, outrossim, de ser uma boa ideia, embora tardia. Uns 25 anos tardia.

    Não havendo pastel de bacalhau nem espirituoso dito de honra, cedo as tropas “recolheram a quarteis”.

    Durante o “destroçar”, um senhor general, cujo nome não interessa referir, atirou-me “en passant”: “Quando é que você escreve um discurso destes?”

    Não cogito a intenção da frase (o senhor general um dia mo dirá se assim o entender), mas achei curioso e fui ler os discursos.

    De facto não escreveria nada daquilo, dadas as circunstâncias actuais, apesar de reafirmar a bondade dos textos e até de relevar a frase com que o autor do livro acabou a sua intervenção: “Até porque as crises financeiras e económicas conseguem levar-nos os anéis, mas as crises de segurança além dos anéis podem arrancar-nos os dedos…, quando não as próprias vidas”.

    Por isso e apesar daquilo que nos vem sendo matraqueado, desde 1789, sobre a “igualdade”, nós somos todos diferentes (graças a Deus e não ao “supremo arquitecto”), o meu discurso seria diferente.

    Uma das missões de um chefe militar, quiçá a principal, é a de preparar as suas tropas (e a Nação) para a “guerra que há - de vir”, e uma das razões fundamentais de muitos desastres militares, foi justamente esquecer este princípio, sendo o esforço feito no sentido de “combater melhor a guerra que passou”…

    Ora o livro e os discursos não estando voltados para o passado vêm sobretudo falar da importância que as FAs devem ter numa sociedade (democrática), o que representa uma “guerra” em que se foram perdendo todas as batalhas, nos últimos 25 anos…

    Por isso uma das opções do meu discurso seria tentar explicitar as razões e o porquê dessas derrotas, pois sem tal se perceber não poderemos obter sucesso no futuro, por mais livros que se escrevam e discursos que se façam…

    Sobre este assunto já escrevi o suficiente para me fazer doer os dedos (e o espírito) pelo que sobre isso não me vou castigar e aos leitores, novamente.

    Colocar na interrogativa algumas decisões, governamentais, tomadas sobre as FAs, nos últimos tempos, sem apontar opções claras, é uma questão de estilo que não discuto. Tem a ver com as tais idiossincrasias das desigualdades humanas.

    Já na listagem resumida das “ameaças” foi deixada de fora aquela que tenho por mais importante de todas, pois se não a anularmos, essa ameaça impedirá, de per si, que possamos fazer face a qualquer outra.

    Essa ameaça é representada pela classe política que tão mal tem (des)servido o País e o próprio sistema político que a permite. Ambos os factores são causa e efeito um do outro. Esta causa/efeito tende a perpetuar-se.

    Deixando de lado incompetências várias, corrupções, negociatas, etc., que também são consequência da causa/efeito e têm que ser dirimidas pela acção política, pela polícia e pelos tribunais, existem dois eixos de orientação política, que se têm que considerar deliberados (pois caso contrário só uma demência avançada os poderia justificar).

     Estamos a falar da desconstrução do Estado e da subversão da Nação (tendo presente que o estado é a nação politicamente organizada).

    A principal razão para que tal suceda resulta de, em Portugal (e na Europa Ocidental), imperar a ideia “internacionalista” em detrimento do desiderato nacional.

    Ora se as principais forças políticas (e quem lhes puxa os cordelinhos – seguramente, não o povo) defendem que o ideal a seguir é sermos cidadãos do mundo, até ver da “Europa” (seja lá o que isso for), o conceito de Nação passa a ser um formidável obstáculo a semelhante objectivo.

     O corolário lógico é a sua destruição; o método é subverte-la.

    O sucesso tem sido tão grande – podemos apresentar páginas de exemplos que o corroboram – que o país se está a suicidar lenta, mas literalmente. Basta atentar na “diluição” acelerada que a emigração e imigração, potencia, e que a demografia negativa exponencia.

    Toda esta trama vai fazendo com que a soberania esteja a ser transferida dos órgãos nacionais que a representam, para as instituições internacionais representadas pela ONU, NATO, etc., e, principalmente a União Europeia.

    Isto quer dizer que, se as funções tradicionais do Estado estão em alienação – não se devendo esquecer as privatizações, sem lei nem roque, que nos vão retirar as empresas a energia, a água, a terra, etc., até ficarmos sem nada em mãos portuguesas, para que é preciso o Estado?

     Para já o que resta do Estado serve, fundamentalmente, para ser correia de transmissão de poderes exógenos, cobrar impostos e garantir os negócios necessários à sobrevivência de amigos e familiares.

    Neste estádio as FAs além de serem desnecessárias (até haver umas “europeias”) são outrossim um perigo, pois guardam no seu “ADN” os genes da Nação.

    Com isto dito, lembraria ao senhor PM e MDN presentes, que os políticos não foram mandatados para acabar com “aquilo” que Afonso Henriques começou e dura há quase 900 anos.

    E lembraria à Instituição Militar e ao povo português, que o dever das FAs é defender a Nação – e não a República como, certamente por lapso, foi referido.

     Estas seriam as vertentes principais do discurso que faria.

    Pois, pelo andar da carruagem, não iremos ficar só sem os anéis, os dedos e, talvez a vida mas, também, sem a alma.

domingo, 15 de julho de 2012

AS ÚLTIMAS DA DEFESA (II)

João J. Brandão Ferreira, TCorPilAv. (Ref.)


    A Comunicação Social relatou, com cópia de pormenores, o concurso público para uma qualquer empresa vir a fornecer as refeições a serem servidas no dia – a - dia da Assembleia da República.

    Dadas as exigentes especificações do caderno de encargos (em termos militares dir-se-ia “requisitos operacionais”), dignas de um “Pied de Cochon” parisiense ou, para não ir tão longe, do antigo “Tavares Rico”, existe a possibilidade do concurso ficar deserto, dado ser difícil encontrar firmas à altura de tão exigente gabarito. Mesmo aquelas que estão habituadas a servir os finíssimos escritórios de advogados especializados em “Parcerias Público – Privadas”.

    Disso se terá apercebido o presciente Ministro da Defesa Nacional (MDN) que, na esteira dos melhores estrategistas, delineou a seguinte operação, após o novel “Observatório para a Defesa dos Infras”[1], lhe ter feito chegar um trabalho elaborado por um destes, intitulado “O emprego das armas de tiro tenso na conquista de pontos de cota mais elevada”.

    Pedindo emprestado à Armada o conceito de “duplo uso” – a caminhar rápido para se transformar em “uno/zero uso” – resolveu fazê-lo migrar para o Exército, dando instruções para que a decrépita “Manutenção Militar” (MM) – que já em tempos, não muito recuados, abasteceu, sem grandes razões de queixa (a não ser pelo desvio, menos lícito, de umas arrobas de batatas, em Angola, por parte de um capitão, mais tarde popularucho autarca e dirigente desportivo), mais de 200.000 homens (leram bem?), em quatro continentes – fosse à dobra do concurso salvando, desse modo, os representantes do povo de terem de recorrer à sopa dos pobres.

    E, estou em crer que, desta vez, São Nuno de Santa Maria que a inventou (à sopa), sepultado ali tão perto (embora em condições indignas de tão excelsa personagem e sem que 99,9% dos portugueses saibam onde), não iria mandar nenhum carmelita levá-la a S. Bento…

    Ser a MM a fazer este serviço só acarreta vantagens: primeiro porque se lhe dava utilidade, pois há anos e anos que ninguém sabe o que se lhe há - de fazer; depois porque iria manter o “batalhão” de deputados e o “regimento” de assessores, devidamente escorreitos e em boa forma física. E, claro, melhor preparados para os rigores da luta política!

    Além disso poderia levar S. Exs. a pensarem duas vezes antes de enviarem tropas para lugares inóspitos (mas de grande “interesse nacional”), como sejam o Kosovo, a Bósnia, o Líbano ou o Afeganistão, pois permitia que tivessem um cheirinho a campanha.

    Finalmente, através dos antigos fornos de Vale do Zebro, que forneciam o biscoito para as armadas de antanho, manter – se – ia um “stock” adequado daquele produto o que permitiria à “Casa da Democracia” sustentar, por longos períodos, qualquer cerco como aquele ocorrido em 1975 – uma verdadeira epopeia revolucionária!

    O cardápio seria simples: às 2ªs, 4ªs e 6ªs, ração de combate; às 3ªs e 5ªs, refeição quente, alternando entre o “amarelo de carne” e o “rancho”, que dá “sustância”.

    Nos dias de debate com o Governo a refeição seria reforçada com uma entrada de “punheta de bacalhau”, que é especialmente recomendada para uma reflexão sobre a existência do “eu” e a fecundação dos povos.

    Ora sabendo-se que as rações de combate passaram a vir de uma qualquer região autonómica espanhola, mais pertinente se torna servi-las no seio de onde partiu o brado iberista “Espanha, Espanha, Espanha”! Digam lá se isto não é visão?

    Como, porém, estamos (finalmente!) na Europa da União – onde, por acaso, nunca deixou de funcionar a hierarquia das potências – a MM seria ordenada de dar uma nota de requinte servindo especialidades comunitárias, em dias diferentes, tais como azeitonas da Dinamarca; arenque em salmoura, de Creta; fish and chips, da Côte D’Azur; salchichas da Sicília; bochechas de burro da Andaluzia; esparguete à moda das Terras Altas Escocesas, e assim por diante.

    Para beber, água, por favor, água e sem álcool, por razões óbvias. Fica apenas a opção por uma das águas minerais das 33 termas existentes na lusa terra, após a criminosa intenção de privatizar a água, ter feito vencimento. Aí já deve compensar.

    Para os dias de festa, enfim, permitir-se-ia um vinhito daqueles que a MM nos habituou e que faz ter saudades do “Camilo Alves”. Recomendo o “Encostas do Trancão”, cujo ar puro e águas cristalinas daquele rio, tornou famoso em toda a África Sub - Sahariana.

    Para evitar qualquer “levantamento de rancho”, que a conhecida relapsia dos senhores deputados à disciplina partidária poderia, eventualmente, provocar, S. Exª o MDN também aponta uma solução.

     De facto, um dos muitos motoristas ao serviço dos gabinetes dos senhores ministros - que podem auferir muito mais do que qualquer oficial superior das tropas de terra, mar e ar – transportaria, diariamente, uma amostra da comida a fim de ser provada pelo “pelotão” de betinhos que gravitam no gabinete do MDN (para o que se publicaria uma escala semanal).

    Tal evitaria, seguramente, qualquer “derrapagem” na confecção e qualidade dos géneros.

    E será assim, caros concidadãos, que as nossas FAs, num supremo esforço antes da sua exaustão e extinção, irão, mais uma vez, resgatar a República!

    Ora digam lá, se tudo isto não é uma boa ideia, inteligente e patriótica?

    Viva o MDN! Força Portugal![2]

[1] Infra, nome pelo qual são conhecidos os caloiros da Academia Militar e cuja definição me dispenso de explicitar em honra aos bons costumes.

[2] Se necessário a MM também irá servir as refeições à selecção nacional de futebol, na Polónia!

AS ÚLTIMAS DA DEFESA: MALDADE E VILANIA

João J. Brandão Ferreira, TCorPilAv. (Ref.)



    Após mais um golpe de estado na Guiné-Bissau, consequência de, num determinado período histórico, se ter teimado em querer atribuir independência política a aglomerados de povos cujo estádio de desenvolvimento se situava na alta Idade-Média, quiçá no Neolítico, querendo força-los, ainda, a viverem em sistemas políticos que lhes eram, e são, de todo estranhos, o Governo Português entendeu dar um ar da sua graça.

    Emendando a mão da penúltima intervenção em que, negligentemente, se atrasou o envio de uma força militar, fazendo-se avançar para uma zona de combate um navio mercante (o “Ponta de Sagres”), completamente desprotegido, o governo mandou zarpar uma pequena “força expedicionária” (mantendo forças de reserva), para as proximidades daquele estado-falhado – a caminhar rápido para ser um narco - estado – a fim de garantir qualquer intervenção que o “interesse nacional” requeresse, e tal não tem que confinar-se à evacuação de nacionais.

    Não parece que o Governo, neste âmbito, tenha andado mal, não só pela pertinência da decisão, que o grau de ameaça justificava como, também, pelas forças envolvidas e pela discrição havida.

    Esgrimiram-se, de seguida, argumentos e acções diplomáticas, não tendo a posição de Lisboa obtido sucesso até agora, salvo em que não houve a lamentar a morte de nenhum opositor político em presença.

    Estando a situação estabilizada – melhor dizendo, em paz podre – entendeu-se mandar recolher as tropas a quarteis. Tinham-se passado algumas semanas.

    Entretanto a posição portuguesa, após alguns rugidos de leão, não conseguiu aliados que lhe dessem vencimento, sendo completamente ultrapassada pela Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), de inspiração francesa.

    Veio ao de cima, mais uma vez, a menoridade política em que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) se encontra e ficará, enquanto o conjunto das forças partidárias nacionais andarem enfeudadas à União Europeia.

    Veremos o que a diplomacia ainda consegue fazer, agora que o assunto deixou de ser notícia.

    O mais inusitado estava, porém, para acontecer.

    Tendo as Forças Armadas, mais uma vez, respondido com reconhecida rapidez e operacionalidade, apesar dos cada vez menos recursos existentes, o governo veio afirmar que não haverá reforço de verbas para fazer face a esta operação – que o Poder Político determinou: ou seja não paga.

    Não lhe querendo chamar vilania, esta atitude, pouco séria, configura no mínimo uma maldade.

    Os orçamentos militares estão, há muito, abaixo de todos os mínimos e, mesmo os letrados apenas com a actual 4ª classe entendem, que uma operação destas nunca poderia estar orçamentada. É certo que alguns gastos existiriam se a operação não se efectuasse, mas o grosso dos custos não entra nesta equação.

    Dado que, desta feita, o Governo não se pode desculpar com a “Troika” – mesmo que lhe tivessem ido pedir autorização (sim, já acredito em tudo!), não o iriam admitir publicamente – pura e simplesmente não se desculpou. Disse, faz e pronto. Também para quem é, bacalhau basta!

    Os chefes militares, mais uma vez encaixam e cara alegre. Que podem eles fazer?

     Qualquer governo, melhor dizendo, qualquer Estado que se preze tem, resguardado, um fundo de emergência para fazer face a coisas destas - parece que, na actualidade só existe para o BPN e quejandos.

     Acontece que nós já estamos viver a realidade do estado exíguo que o Professor Adriano Moreira vem alertando há bastos anos e parece que todos achamos isso a coisa mais natural do mundo.

    Da próxima vez que for necessário montar uma operação semelhante como reagirão os militares? Pedem o dinheiro à cabeça? Não avançam sem garantias formais de que o dinheiro aparece? Assumem que não têm meios? Ou, simplesmente, deixam-se esgotar devagarinho?

    A “Força” voltou e mais uma missão se cumpriu. Tudo bem, aliás, não há dinheiro a menos o que pode haver é missão a mais…

    Voltaram, todavia, para tomar conhecimento que 13.000 dos seus camaradas na reforma (e viúvas), deixaram de receber o complemento de reforma pago por um fundo para onde estes descontaram (e se continua a descontar).

    Neste âmbito, porém, já não estamos propriamente, no campo das maldades; é mesmo uma vilania.

    Devem ter ficado confortados.

terça-feira, 3 de julho de 2012

DEBATES SOBRE AS ÚLTIMAS CAMPANHAS ULTRAMARINAS

João J. Brandão Ferreira , TCor.Pil.Av. (Ref.)



                                                       “O “desenrascanço” português não é mais

                                                        do que a arte da improvisação elevada a

                                                                                     ciência”.

                                                                                                       Do autor


    Sob a forma de colóquios, seminários, painéis, etc., têm-se multiplicado, nos últimos 15-20 anos, as sessões públicas onde se procura debater as derradeiras campanhas ultramarinas (1954-1974), em que todo o povo português participou, com especial empenho das FAs.

    É sobretudo sobre a acção destas que têm versado a maioria das iniciativas realizadas, cabendo à Instituição Militar ou a órgãos relacionados com a Defesa e Segurança, a parte de leão na sua organização e execução.

    O objectivo tem sido, em termos gerais, o de deixar testemunhos que permitam a futura elaboração da História daqueles conflitos e a passagem de testemunho às novas gerações. É um objectivo louvável, a todos os títulos.

    Estas iniciativas surgiram tardiamente. Digamos que, com 20 anos de atraso.

    As razões são sobretudo políticas e ideológicas.

    De uma situação anterior a 1974, em que era muito difícil, fora dos órgãos competentes do Estado, discutir a situação vivida pela Nação, passou-se para outra, dois anos depois, em que se impôs uma ditadura de pensamento que abominava tudo o que tinha ocorrido no passado recente e, até, muitas das coisas do passado remoto.

    Os combatentes foram, então, relegados para a prateleira da ignomínia e do esquecimento e a resposta à guerra que nos impuseram, foi carimbada como injusta e iníqua. E tiveram a infâmia de escrever isto mesmo, nos livros de História!

    A lavagem ao cérebro, o condicionamento psicológico e a cobardia moral foi de tal ordem, que só há poucos anos se começaram a levantar as barreira à auto – censura e a haver direito ao contraditório.

    O caminho que já se fez ainda está muito aquém, porém, daquele que falta fazer.

    O que se passou a fazer nos últimos 15/20 anos, não obedeceu a nenhum plano – salvo raras excepções de que se realça o trabalho da Comissão para o Estudo das Campanhas de África – surgiu de iniciativas singulares que ficam ao arbítrio das personalidades que lideram, no momento, diferentes órgãos/instituições.[1]

    Daí que, até hoje, os resultados sejam apenas parcelares, repetitivos, aleatórios e descoordenados. Não estou a dizer que sejam medíocres, sem valor ou mal-intencionados; tudo o que foi feito é importante e tem merecimento. Estou apenas a tentar chamar a atenção para a falta de eficiência, dispersão de esforços e falta de sistematização, que coarta a existência de obras de referência e a elaboração de sínteses de conhecimento que permitam o estabelecimento de doutrina e consolidem ensinamentos.

     Vamos tentar ilustrar o ponto com o ocorrido no último seminário ocorrido no Instituto de Estudos Superiores Militares (IESM), em 20 de Junho, sobre a “Força Aérea em África, 1959-1975”. Este seminário foi antecedido por um outro, em Abril, referente à acção das FAs, em termos gerais, no citado conflito, a que se seguirão mais duas sessões dedicadas, respectivamente, à Marinha e à FA.

    Aquele seminário durou um dia e tratou de operações aéreas, construção de aeródromos, acção dos paraquedistas, transporte aéreo, etc., e algumas conclusões. Ora um dia não dá para tratar sequer, um dos sub - temas, quanto mais a actuação de toda a FA num período de 16 anos!

    As conclusões serão assim, e inevitavelmente, parcelares e pontuais e, se colocarmos a questão do que se vai fazer com elas creio que ninguém, em boa verdade, saberá responder.

    Havendo algum dinheiro e vontade, ficarão registadas em publicação própria e arquivadas à espera que outras se lhes juntem, fruto de iniciativas futuras. Do mesmo modo que as de agora se vão justapor às anteriores, sem nunca se confrontarem…

    Depois nota-se uma coisa assaz interessante: para além de haver uns “habitués”que circulam por estas iniciativas, a assistência tende a dividir-se pelos eventos que menos lhes deveriam interessar. Explicitando, cerca de 95% dos ouvintes do seminário em apreço, eram da FA, ou seja é uma assistência que, à partida, está por dentro (ou devia estar), dos assuntos que vão ouvir. Supostamente teriam pouco a aprender.

    Quem poderia ter algo a aprender seriam os militares da Armada e do Exército e, naturalmente, os civis (nomeadamente os ligados à Defesa), mas estes primaram pela ausência.

    Isto tem sido recorrente.

     Ora o desconhecimento que os Ramos têm da acção, uns dos outros é de grande infelicidade pois está na origem de muitos problemas chamados “corporativos”, desentendimentos e preconceitos. Ninguém, aliás, pode amar o que desconhece…

    Do mesmo modo, quando a maioria dos oradores são conotados com uma determinada visão da guerra, logo tal afasta os que não se revêm nessa visão e vice-versa.

     Ou seja existem, neste âmbito como noutros, um conjunto de “trincheiras” que devem ser desmontadas.

     Noutra perspectiva, ao lado de temas que têm sido muito debatidos – caso das operações, por ex. – outros existem que quase nunca foram aflorados, como é o caso do serviço de informações, a assistência sanitária e o serviço postal militar.

     E estamos apenas a falar do âmbito militar, já que tudo aquilo que envolveu e condicionou as operações militares, raramente tem sido objecto de estudo e debate mesmo no campo das universidades e instituições civis).

    Ora tendo a ofensiva contra a Nação Portuguesa sido global e global a sua resposta, os demais âmbitos têm que ser todos estudados e integrados, sob pena de jamais percebermos o que verdadeiramente se passou e de se poder ter uma visão de conjunto do maior conflito que afectou Portugal em todo o século XX.

    E estes âmbitos são, basicamente, o Político/Estratégico; o Diplomático; o Económico/Financeiro; Social e Psicológico, além do óbvio âmbito militar.

    Entre todos adquire especial importância o “psicológico” – que foi o que deitou tudo a perder – dado que percorre transversalmente todos os outros, sendo que, no caso em apreço, assume extraordinária relevância a questão da “Justiça da Guerra” e do Direito na, e em fazer a guerra.

    Esta questão representa o Alfa e o Ómega de tudo e sem as contas estarem feitas neste particular, nada estará devidamente aferido e concluído.

    Desta questão, todavia, não há quem não fuja dela como o diabo da Cruz.

    E não há “desenrascanço” que nos salve.


_________________________________________

 [1] Estranhamente (ou talvez não), nunca se constituiu nenhuma comissão para analisar e documentar o conflito que levou à perda do Estado da Índia, apesar de este ser anterior às campanhas de África…

quinta-feira, 28 de junho de 2012

No 50.º aniversário da criação das tropas «comando»
ENQUADRAMENTO POLITICO-ESTRATÉGICO DAS CAMPANHAS ULTRAMARINAS 1954-1974

 João José Brandão Ferreira TCor/Pilav (Ref.)



O MUNDO APÓS A II GUERRA MUNDIAL 


No fim da guerra, Portugal era um país mais coeso e próspero do que no início da mesma e não perdera nada de seu. Apenas Timor tinha sido invadido e ocupado, primeiro por holandeses e australianos e, depois, por japoneses. Virtuosismo diplomático e firme determinação do governo português, de então, fê-lo retornar à nossa soberania plena, em 29 de Setembro de 1945, quando uma força militar portuguesa ali desembarcou, ida de Moçambique.
        Terminada a guerra era preciso reorganizar o mundo. Nesse sentido foi assinada, em Julho de 1945, a “Carta” que criou a Organização das Nações Unidas, durante a Conferência de S. Francisco.
        No fim da guerra emergiram duas superpotências: os EUA e a URSS.
        Com a Europa em ruínas e os exércitos desmobilizados a Oeste, veio o mundo ocidental a ser confrontado com a ameaça ideológica e imperialista da URSS e dos seus satélites. De facto este país, que tinha feito uma aliança contra natura, primeiro com a Alemanha nazi e, depois, com as democracias ocidentais, manteve os seus exércitos, recusando-se a sair de todos os territórios que tinha ocupado na sua ofensiva sobre Berlim, ao mesmo tempo que manobrava para colocar regimes comunistas em todos os países de Leste.
        A guerra civil na Grécia, entretanto deflagrada, foi desfavorável ao PC grego e os Aliados negociaram com os Soviéticos um acordo, ainda hoje algo obscuro, que levou a que todos abandonassem a Áustria em troca da sua neutralidade futura.
            Deste modo foi criada a NATO, em 1949, para fazer face à nova ameaça militar, e deu-se início ao plano Marshall para ajudar a recompor a vida económica e social na Europa, que estava fora do jugo soviético.
          Do outro lado desenvolveu-se o Pacto de Varsóvia, em 1955 e o COMECON.
          A situação política militar entrou num impasse, com os diferentes exércitos alinhados frente a frente pois, entretanto, tinha surgido a arma atómica cujo efeito destruidor era de tal forma poderoso que, há partida, garantia a destruição mútua dos contendores. Entrou-se, deste modo, numa espécie de equilíbrio do terror.
          Para obviar a este impasse desenvolveram-se diferentes estratégias indirectas de fazer a guerra, a mais importante das quais foi a capacidade de influenciar países terceiros.
          Para tal tornava-se necessário obrigar à retirada política dos países europeus, ditos colonialistas, de todos os territórios que tutelavam fora da Europa. Tal desiderato foi facilitado por três grandes ordens de razões: primeiro porque as derrotas ocidentais no Oriente tinham quebrado o mito da invencibilidade do homem branco; depois porque quase todas as potências ocidentais fizeram promessas aos povos indígenas de autonomia progressiva, se estes os ajudassem contra as potências do Eixo; finalmente e mais importante, porque a saída dos europeus de África e da Ásia interessava, por razões diferentes mas confluentes no propósito, à URSS e aos EUA.
          Na América Central e Sul o conflito entre as duas superpotências prolongou-se através da política da canhoneira e protecção a ditaduras que defendiam os interesses capitalistas dos EUA, e à criação de movimentos subversivos por parte da URSS. Cuba é, ainda hoje, o expoente vivo deste confronto.
          Estas posições vieram a confluir no movimento anticolonialista e terceiro-mundista que teve o seu ponto alto na conferência de Bandung, em 1955, onde pontificaram três líderes mundiais da causa: Nasser, Tito e Sukarno.
          Começaram, assim, a surgir um pouco por todo o lado movimentos emancipalistas, normalmente liderados por naturais dos diferentes territórios, formados na respectiva Metrópole. A esmagadora maioria deles era de inspiração marxista com pendor, stalinista, trotskista ou maoísta. A luta no terreno passou, também e progressivamente, para a ONU.
          Portugal, que não tinha em rigor, nada a ver com tudo isto, foi apanhado na tormenta e sofreu-lhe as consequências.
          Primeiro no subcontinente indiano, onde após a sua independência da Inglaterra, a União Indiana – sem qualquer razão da sua parte – começou a reivindicar a posse dos nossos territórios de Goa, Damão e Diu; depois, quando entrámos para a ONU, em 1955, e nos foi perguntado se, ao abrigo do artigo 73 da Carta, tínhamos a declarar algum território não autónomo sob a nossa administração.
          A resposta negativa e pronta de Portugal desencadeou uma tempestade política e diplomática dentro daquela organização, que pretende ser a fonte principal do Direito Internacional, e que nunca mais parou até ao 25.4.1974.

      


          O Ataque



“Parta V. Exª descansado que eu não deixarei ficar mal a bandeira portuguesa!”.

Aniceto do Rosário
(Para o governador do Estado da Índia, antes da ocupação dos enclaves de Dadrá e Nagar-Aveli, pela União Indiana, em 20 de Julho de 1954)


          Como se sabe Portugal foi atacado, militarmente em quatro locais diferentes, se deixarmos de fora a ridícula e mesquinha ocupação pelo Daomé, da nossa fortaleza de S. João Baptista de Ajudá, em 1 de Agosto de 1961, porque - segundo eles - “constituía um perigo para a paz mundial”… Resta dizer que a Fortaleza estava ocupada por dois funcionários, a mulher e a filha de um deles e um serviçal, os quais se portaram com grande dignidade.
          Estamos a falar do Estado da Índia e de Angola, Guiné e Moçambique.
          Há aqui, todavia, que estabelecer uma diferença entre o que se passou no primeiro e nos outros três territórios; de facto a agressão a Goa, Damão e Diu configurou um conflito clássico enquanto os restantes três foram objecto de uma acção subversiva que degenerou em guerrilha.
          Assim, no caso primeiro foi a União Indiana como estado soberano que se assumiu como agressor - com o apoio da URSS e da maioria dos países terceiro-mundistas (mas não da China); enquanto, nos restantes casos foram criados vários movimentos independentistas que tinham as suas principais bases de apoio nos territórios limítrofes aos nossos e uma vasta ajuda do bloco soviético ou por eles influenciados, China, países da OUA e, até, o apoio moral e financeiro de alguns países do bloco ocidental que se diziam aliados de Portugal.
          O ataque da União Indiana a Portugal pode ser dividido em quatro fases: a primeira fase teve início em 1947 e durou até ao ataque ao enclave de Dadrá e Nagar-Aveli, em 1954. Foi a fase de persuasão e pressão política para negociar a entrega; a ocupação dos enclaves marcou o fim da via pacífica.
          A segunda fase diz respeito à reacção indiana às tentativas de recuperação dos enclaves por parte de Portugal. A estas diligências Nova Deli respondeu com violações de fronteira, subversão interna, propaganda, guerra de nervos, agitação internacional, bloqueio, perseguições às comunidades goesas na União Indiana, etc.
          A terceira fase foi a do debate internacional que se prolongou de 1955 a 1960 e que culminou com a sentença do Tribunal Internacional da Haia, favorável ao nosso País.
          Pode dizer-se que Portugal conseguiu ultrapassar e vencer todas estas fases. Quando o governo indiano se deu conta que Lisboa não cedia e vendo frustradas todas as suas maquinações, urdidas durante 14 anos, resolveu deitar mão ao método que lhe restava: a invasão militar para a qual nem sequer tiveram a decência de nos declarar guerra. Tal aconteceu na noite de 17 para 18 de Dezembro de 1961, utilizando 45.000 homens (mais 25.000 de reserva), várias esquadrilhas de aviões de combate e a esquadra que incluía um porta-aviões.
          As forças portuguesas com cerca de 3.500 homens, mal equipados, armados e municiados (e também mal estruturados), sem aviação e apenas com um navio de combate com 30 anos de serviço, renderam-se em menos de 24 horas, depois de algumas acções heróicas isoladas.




          Angola



“O inimigo atira pela porta da capela paroquial. Salvem-nos. Morremos portugueses.”

Apelo pela rádio dos heróicos defensores de Mucaba antes de serem salvos pela acção da Força Aérea, 30 de Abril de 1961


           Angola possuía uma dimensão enorme com 1.264.314 Km2 (14,5 vezes a Metrópole), com 4837 km de fronteira terrestre e 1650 de orla marítima. Luanda estava a 7300 km de Lisboa e para se atingir Lourenço Marques era preciso percorrer mais 3000 km.
            A maioria da fronteira terrestre era permeável à guerrilha que se movimentava livremente no Congo, no Zaire e na Zâmbia. Só as fronteiras da Rodésia e da República da África do Sul eram seguras para nós.
            Angola era escassamente povoada, apenas com 4.800.000 habitantes (cerca de 4/Km2), dos quais 95,5% eram negros, 3,5% brancos e 1,1% de mestiços. Existiam 94 etnias diferentes, contando nove grupos étnico - linguísticos.
           No fim do conflito o número de combatentes portugueses contabilizava cerca de 70.000 homens e o inimigo cerca de 11.000.
          Eram dois os principais partidos clandestinos que actuavam em Angola; a União dos povos de Angola (UPA), mais tarde denominada Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) - que chegou a formar o GRAE, governo provisório da República de Angola no exílio; e o Movimento Popular de Libertação de Angola.
          Outros movimentos menores vieram a desaparecer ou a integrar o MPLA ou a FNLA.
          Finalmente surgiu, em 1966 e apenas no Leste de Angola, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que era dissidente da FNLA.
          A FNLA foi fundada, em 1958, em Acra (Ghana), era chefiada por Holden Roberto, não era marxista e era apoiada pelo Zaire; o MPLA, fundado em 1960, era chefiado, desde 1962, por Agostinho Neto, de linha marxista soviética e apoiado pelo Congo Brazaville e, mais tarde (1965), pela Zâmbia; a UNITA, chefiada por Jonas Savimbi, foi criada no interior de Angola (Moxico), em 1966, apoiava-se no Congo Kinshasa e era de ideologia algo indefinida.
          Todos os três movimentos lutaram entre si, pela via das armas e diplomaticamente, para conseguirem o reconhecimento internacional, nomeadamente no seio da OUA. Esta rivalidade foi sempre muito favorável a Portugal.
          O ataque a Angola teve início com o genocídio efectuado pela UPA a partir de 15 de Março de 1961, e tinha sido antecedido pelos graves incidentes da Baixa do Cassange, em 11 de Janeiro de 1960, que foram duramente reprimidos pelas autoridades portuguesas; e pelo ataque à cadeia de S. Paulo, à Esquadra da PSP e à Casa de Reclusão em Luanda, em 4 de Fevereiro de 1961.

          

          Guiné



“Não Senhor, tudo isto foi feito pelos portugueses; nós não fizemos nada, nós só estragámos”

Cor. Celestino de Carvalho
CEMFA da República da Guiné-Bissau – 1996



A Guiné com 36.125 km2 (sensivelmente o tamanho do Alentejo), dos quais apenas 28.000 km2 estavam acima do nível do mar (os restantes eram submersos diariamente pelas marés). A Guiné tinha 680 km de fronteira terrestre com a República do Senegal e da Guiné-Conakri, onde o PAIGC tinha os seus “santuários”. Era à data do início da subversão, um território pobre, com um clima insalubre, com cerca de 550.000 habitantes divididos por 17 etnias principais, das quais metade islamizados e metade animistas. Existiam cerca de 3.000 brancos e 5.000 mestiços. A maioria da administração pública era ocupada por cabo-verdianos com escolaridade elevada. A economia do território era incipiente e baseava-se no sector primário.
          Bissau encontrava-se a 3.400 km de Lisboa e a 4.000 km de Luanda.
          Os movimentos subversivos na Guiné datam de 1952, ano em que foi criado o Movimento para a Independência da Guiné, por Amílcar Cabral.
          Este movimento transformou-se, em 1956, no PAIGC dirigido por Rafael Barbosa e o mesmo Amílcar Cabral. Outros movimentos surgiram, mas não singraram à excepção da FLING, a Frente de Luta para a Libertação da Guiné, dirigida por Mário Jonas Fernandes. A partir de 1964 só estes dois movimentos subsistiam, mas a FLING veio a perder importância face ao crescimento do PAIGC, fortemente apoiado por Sekou Touré, Presidente da Guiné - Conakri, por Cuba e pela URSS.
          A 3 de Agosto de 1959, houve incidentes no cais do Pigiguiti, em Bissau, causados por greves de que resultaram alguns mortos. Este caso é considerado como o antecedente próximo do início da guerrilha. O PAIGC não cometeu os mesmos erros que a UPA em Angola. Preparou melhor os seus quadros; treinou e armou os seus homens e doutrinou melhor algumas populações antes de iniciar a luta armada. Esta, porém, já não apanhou as autoridades portuguesas desprevenidas.
            No fim do conflito as tropas portuguesas somavam cerca de 32.000 homens e o PAIGC rondava os 5000 combatentes (mais uns 1500 milícias).
          A insurreição armada teve lugar a 23 de Janeiro de 1963, com o ataque ao quartel de Tite a que se seguiram acções militares na zona do Xime e na península de Cacine. Daqui o PAIGC derivou para Nordeste para a região do Boé.
          Em fins de 1963 já se encontravam na Guiné cerca de 16.000 homens idos da Metrópole, que desenvolveram, ainda nesse ano, a grande operação Tridente na Ilha de Como.

        


          Moçambique


“Foram-se mais de três partes do Império de Além-Mar e Deus sabe que dolorosas surpresas nos reserva o futuro…”

Mouzinho de Albuquerque
(in carta ao Príncipe D. Luís Filipe de Bragança)



            Moçambique era um território cerca de oito vezes maior que a Metrópole, com 784 961 km2, tinha uma fronteira terrestre de 4330 km e 2000 km de costa. Contava com 6 600 000 habitantes (8h/km2) sendo 97% negros (com 86 etnias e dez grupos étnico - linguísticos).
          Dos países fronteiros só a Zâmbia e a Tanzânia eram hostis a Portugal, mas o Malawi não conseguia impedir o trânsito da guerrilha pelo seu território.
          De Lisboa à Beira (onde estava localizado o principal aeroporto da Província) era necessário percorrer 10 300 km.
          O número de combatentes, no fim da guerra contabilizava cerca de 57 000 homens, incluindo o recrutamento local, enquanto os guerrilheiros não passariam dos 7000 (mais uns 2000 milícias).
            Deve realçar-se, ainda, que os órgãos principais de comando e da logística, de início, se situavam em Lourenço Marques, a 2000Km do terreno onde se desenvolvia a guerrilha e que o Niassa distava 800 km da costa, o que tinha efeitos diversos no desenrolar das operações. O mesmo se podendo dizer do facto da esmagadora maioria da população branca se encontrava estabelecida entre a capital e a Beira, ou seja nunca sentiu a guerra. Além do que estavam muito influenciados pelos regimes da RAS e da Rodésia. Esta situação era muito diferente da que se passava em Angola.
              Tal como sucedeu com angolanos e guineenses, também alguns moçambicanos emigrados em territórios vizinhos, não resistiram à tentação de criar movimentos independentistas, logo que a ocasião lhes pareceu favorável.
          O primeiro a surgir foi a Associação Nacional Africana do Moatize, em 1959, no distrito de Tete, outros se lhe seguiram, que seria ocioso enumerar.
          Da evolução de todos surgiu a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) em 1962, cuja presidência foi ocupada por Eduardo Mondlane, funcionário da ONU, formado numa universidade americana e casado com uma cidadã branca (de origem sueca), daquele país. Este movimento passou a receber apoio quer do bloco comunista, quer de organizações americanas, quer ainda de países nórdicos, com a Suécia à cabeça. Mais tarde veio a receber auxílio da China, via Tanzânia. À semelhança de todos os outros movimentos independentistas que lutaram contra a presença política de Portugal em África, também a Frelimo sofreu de graves convulsões internas, que vieram a resultar entre muitos outros, no assassinato de Mondlane, em 3 de Fevereiro de 1969.
          A sede da Frelimo situava-se em Dar-es-Salam, capital da Tanzânia e dispunha de delegações em vários países como a Argélia, o Egipto e a Zâmbia.
          O outro partido que conseguiu desenvolver alguma actividade de guerrilha em Moçambique, foi a COREMO (Comité Revolucionário de Moçambique), entre 1965 e 1967, no noroeste do distrito de Tete.
          A partir de 1961, Moçambique passou a tomar medidas preventivas antecipando o início da subversão. Deste modo foi reforçado o dispositivo militar, a instrução das tropas, desenvolveu-se o serviço de informações e a acção psicológica e começou a organizar-se aldeamentos em autodefesa.
          A subversão violenta ficou marcada pelo ataque da Frelimo ao posto do Chai (norte do distrito de Cabo Delgado), a 25 de Setembro de 1964.


                                                              *****

    Quando as operações militares terminaram as forças portuguesas tinham sofrido um total de 8831 mortos, 8290 do Exército, 346 da FA e 195 da Armada. Feridos e mutilados contam-se 27 917.
    Dos mortos, 357 pertenciam às tropas “Comando”, não devem ser esquecidos!
    Não existem números, sequer aproximados, quanto a guerrilheiros mortos, feridos ou capturados, e penso que nunca irá haver.
    A União Indiana nunca, até hoje, revelou as suas baixas durante a invasão de Goa, Damão e Diu, acção que vitimou 25 portugueses.

        


CONCLUSÃO



“A guerra é de facto uma coisa má. Mas existe algo ainda pior do que a guerra: é perdê-la”

                                                                                          Do autor



          Portugal sofreu entre 1954 e 1974 o maior ataque à escala mundial – o que implicou uma estratégia global de resposta - como já não assistia desde a Guerra da Restauração (que agora querem apagar da memória colectiva ao proporem o fim do feriado no 1.º de Dezembro…).
          Tal ataque, nada teve a ver com questões de Regime Político ou de situação político-social em Portugal.
          A Nação portuguesa combateu vitoriosamente em três teatros de operações distintos; a milhares de km da sua base logística principal, que era a Metrópole, apenas com as suas forças, sem alianças militares, sem generais ou almirantes importados – o que já não acontecia desde Alcácer Quibir.
           E isto sem alteração de ordem pública, disrupção das actividades económicas ou sociais, ao passo que se obtinha um crescimento económico na Metrópole como em nenhuma outra época e se fez mais no Ultramar do que nos quatro séculos anteriores.
          Foi a melhor campanha que os portugueses fizeram desde os tempos do grande Afonso de Albuquerque e nós em vez de nos orgulharmos disso, apoucamo-nos!
          Só não conseguimos fazer frente à força bruta da União Indiana, pela desproporção dos meios em presença e pelo pouco empenhamento dos nossos aliados. Tal configurou uma agressão militar execrável, que a Moral, o Direito e a convivência entre os povos condena.
            Mas o direito da força não conferia a força do Direito, que nós alienámos em 1975, quando um governo português, numa acção que nada justificava, reconheceu “de jure”, aquela ocupação “manu militari”. De qualquer modo Portugal conseguiu resistir a todas as malfeitorias indianas durante cerca de 14 anos. Não foi coisa de somenos!





          SINTESE FINAL



    Foi pois para fazer face a este ataque que as FA Portuguesas, num esforço formidável e extraordinário, tiveram que se adaptar às diferentes condições da luta. É neste âmbito que surgem as forças especiais e, entre elas, os Comandos.
    Recorda-se que as primeiras forças que se podem considerar “especiais”, foram os sapadores de assalto, na engenharia militar, ainda nos anos 40 (1941), com os ensinamentos obtidos na II Guerra Mundial.
    Destes ensinamentos veio a resultar, também, a criação do Batalhão de Paraquedistas, que apenas a relutância do Exército relativamente a estas forças, fez com que eles fossem incorporados na Força Aérea.
    Na iminência da ocorrência de distúrbios nas parcelas africanas e com o que se foi aprendendo nas guerras da Argélia, Malásia e Quénia, foram preparadas companhias de caçadores especiais, cujo conceito foi abandonado pouco tempo após a subversão ter ocorrido em Angola.
    A própria Armada cedo reconheceu que para o seu empenhamento nas operações de contra – guerrilha, necessitava de uma força de intervenção em terra tendo, logo em 1961, ressuscitado os fuzileiros, de que fizeram os herdeiros do Terço da Armada que remontava ao século XVII (1621) e estivera adormecido durante cerca de dois séculos.
    Ora o Exército, ramo sobre o qual repousava a responsabilidade do maior espectro de operações nas zonas afectadas pela guerrilha, era o único que não dispunha de verdadeiras forças especiais (que hoje em dia alguns autores não consideram “especiais”, mas de recrutamento especial…). Essa necessidade foi sentida, com alguma premência, em Angola, tendo a iniciativa e o apoio surgido entre oficiais em serviço nesse território.
    Assim surgiu o primeiro centro de “Comandos”, em Zemba, em 1962, que ora comemoramos o 50.º aniversário. Em boa hora o fazemos e em boa hora eles foram criados.
    Da sua relevância operacional e táctica já outros falaram, ou irão falar. Resta-me tentar chamar a atenção para a importância que as tropas especiais, no seu conjunto, tiveram no sentido em que ultrapassaram a mais – valia operacional e táctica para alcançarem uma dimensão estratégica.


    Deste modo a existência de “forças especiais”:
  • Veio revolucionar muito do pensamento e modo de operar, das FA em geral e do corpo de oficiais, em particular;
  • Permitiu um aumento significativo da capacidade de projecção de poder e de intervenção nos diferentes cenários possíveis;
  • Colocou novas ameaças aos países limítrofes aos teatros de operações, que apoiavam a guerrilha;
  • Aumentou o temor da guerrilha por via da ameaça que a actuação destas tropas passou a representar e a sua intranquilidade, pois podiam passar a ser atacados a qualquer hora, em qualquer local e em quaisquer condições meteorológicas;
  • Serviu de factor moralizador ao restante das nossas tropas, pela mais – valia que estas unidades representavam;
  • Aumentou a apetência dos naturais dos teatros de operações em se alistarem nas FA nacionais;
  • Melhorava a imagem da Bandeira das Quinas e a coesão militar e social.


FECHO


Não posso, antes de terminar, de deixar a minha modesta homenagem às tropas “Comando”, para o que vou pedir emprestado as palavras que a “velhinha” Revista Militar, lhes consagrou, no seu número de Fev./Mar. de 1994, após uma muito contestada e algo infeliz tentativa de “racionalização” das FA (mais uma), em que se extinguiram o Corpo de Tropas Paraquedistas e o Regimento de Comandos. Dizia assim e esse dizer diz tudo:

“Ao Regimento de Comandos
Pelos altos e relevantes serviços à Pátria,
Apresentar Armas!”

domingo, 24 de junho de 2012

Seminário "Tropas Comandos-50 Anos a Servir Portugal"

50.º ANIVERSÁRIO DA FORMAÇÃO DOS COMANDOS

A Comissão para as Comemorações do 50.º Aniversário dos Comandos tem a honra de convidar V. Exa. para o Seminário "Tropas Comandos - 50 anos a servir Portugal", que terá lugar no Instituto de Defesa Nacional em 26 de Junho de 2012, pelas 14h30.
                                

Calçada das Necessidades nº 5, Lisboa


R.S.F.F. até 22 de Junho

Rede Militar: 427011 / 427179

Telef Civil: 214313003

Telemóvel: 912179433 / 916134499

E-Mail: ctc.sois@mail.exercito.pt


Apresentação de livro sobre Cristóvão Colon

Fernando Branco vai lançar o seu livro "Cristóvão Colon -- Nobre Português" no próximo dia 28 de Junho às 17,30h na Ordem dos Engenheiros.

Intervirão também o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, o Presidente da Associação Cristóvão Colon e a Presidente da Academia Portuguesa da História.

Entrada gratuita.

domingo, 10 de junho de 2012

Roteiro

ROTEIRO
 
DA

ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES

DA

MILÍCIA DE SÃO MIGUEL




1 – A Ala dos Antigos Combatentes é o destacamento da Milícia de São Miguel vocacionado para o trabalho de evangelização e organização dos militares que serviram a Pátria nas Forças Armadas, em Portugal, no Ultramar ou em qualquer outro lugar.



2 – A Ala dos Antigos Combatentes agrupa os milicianos antigos combatentes que se encontrem incorporados numa das suas próprias companhias. A Ala dos Antigos Combatentes coordena ainda as suas acções com outros milicianos antigos combatentes que se encontrem incorporados em companhias territoriais ou outras especiais.



3 – Podem igualmente pertencer à Ala dos Antigos Combatentes os pais, irmãos, cônjuges ou filhos dos militares mortos em defesa da Pátria.



4 – A Ala dos Antigos Combatentes tem como objecto:

a) a participação no trabalho de evangelização dos antigos combatentes e de defesa entre eles dos valores de Deus, da Pátria, da Família e da Civilização cristã, assim como das virtudes militares cristãs que o Santo Condestável inspira;

b) a promoção e a coordenação da intervenção dos antigos combatentes fiéis a esses valores nas organizações sociais em que possam estar inseridos;

c) a dignificação do antigo combatente como defensor, com o risco da própria vida, não só da Pátria como também da Civilização cristã e de todo o mundo livre;

d) o auxílio à Milícia de São Miguel no seu trabalho geral de construção da sociedade do bem comum e de defesa de Portugal, da Civilização cristã e dos seus valores;

e) a santificação dos milicianos antigos combatentes através da sua participação nesta nova cruzada.



5 – O Santo Padroeiro da Ala dos Antigos Combatentes é o Santo Condestável, comemorando o seu dia a 6 de Novembro.



Lisboa, 13 de Maio de 2012



                                              O Conselho Superior da Milícia de São Miguel


Responder à chamada
que a Nação nos faz

ESTE BLOGUE FOI PREPARADO EM PRIVADO,
TENDO SIDO AUTORIZADO O ACESSO PÚBLICO
 ÀS 00:00 HORAS DO DIA 10 DE JUNHO DE 2012.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Monumento aos Combatentes
em Vila Praia de Âncora


Monumento aos Combatentes em Tábua


Monumento aos Combatentes
em São Martinho do Porto


Monumento aos Combatentes
em Santa Comba Dão


Monumento aos Combatentes em Penamacor


Monumento aos Combatentes em Pataias


Monumento aos Combatentes em Paredes


Monumento aos Combatentes em Nelas


Monumento aos Combatentes em Lourinhã


Monumento às Mulheres dos Combatentes
em Leiria


Monumento aos Combatentes
em Lagoa (São Miguel, Açores)


Monumento aos Combatentes na Guarda


Monumento aos Combatentes em Freamunde


Monumento aos Combatentes em Felgueiras


Monumento aos Combatentes em Faro


Monumento aos Combatentes em Cucujães


Monumento aos Combatentes
em Canas de Senhorim


Monumento aos Combatentes em Avintes


Monumento aos Combatentes em Arouca


Monumento Nacional aos Combatentes em Lisboa


Camarada antigo combatente!


Tu arriscaste a tua própria vida em defesa de Portugal e da Civilização cristã - também chamada europeia ou ocidental.

Hoje, a nossa Civilização está ameaçada por políticos desqualificados, onde predominam maçons, ladrões, invertidos e incompetentes - manipulam a massa, corrompem os fracos, subvertem os costumes, roubam o que é de todos e desgovernam a Civilização.

Portugal encontra-se dominado por este tipo de gente, que nos conduziu ao abismo - crise financeira mas moral antes de tudo.

Como alterar o rumo dos acontecimentos e reconstruir Portugal?

A Milícia de São Miguel é uma organização de católicos e outros defensores da Civilização vocacionada para levar por diante o trabalho político, cultural e social em bases realistas, sãs e rigorosas na sociedade portuguesa.

A Milícia de São Miguel não é um partido político. Contudo,  conhece o caminho para reconstruir Portugal nas condições políticas de hoje - sem o cinzentismo e o malabarismo dos actuais políticos.

A Milícia de São Miguel admite nas suas fileiras apenas pessoas não comprometidas com o regime corrupto desta III República.

Tu já combateste por Portugal. Nesta hora grave não podes ficar neutral nem mero espectador!

Se tens fé em Deus,

se tens amor à Pátria,

se defendes os valores da Família natural,

se defendes os valores da Civilização,

Junta-te a nós na

Ala dos Antigos Combatentes da Milícia de São Miguel!