BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Perversão infantil: chocante banalidade!




Paulo Américo, IPCO, 23 de Fevereiro de 2017

Chegámos a tal ponto da decadência moral, que afirmações das mais graves parecem banais. Convido o leitor a comprovar esta minha impressão fazendo um teste com a seguinte frase: a inocência das crianças está a ser destruída.

Por um lado, tal afirmação apresenta-se chocante. Basta lembrar as palavras do Divino Salvador: «Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar, do que escandalizar a um só destes pequeninos» (S. Lucas 17,2).

Por outro lado, mencionar a destruição da inocência infantil já nos soa normal, e banal! Isto porque se tornou cada vez mais recorrente. Algo como uma canção macabra cantada em todas as esquinas. Já nos acostumámos com a sua trágica melodia e repetimo-la quase sem atenção, sem levar em conta a sua gravidade.

De facto, vivemos num triste século. Mesmo os católicos, aqueles que deveriam reagir contra a indiferença, vão caindo inexoravelmente nas suas garras. Não se podem estranhar as lágrimas de Maria Santíssima, Mãe de Deus.


As nossas crianças são aliciadas e atacadas por todos os lados pelo vendaval da imoralidade. A televisão era a sua grande promotora até há pouco tempo. Mas também acabou por tomar o aspecto um tanto antiquado! A internet surgiu como a máquina mais eficiente da perversão infantil. Com alguns cliques no rato — ou alguns toques no smartphone — qualquer criança pode aceder às mais cruas cenas de pornografia online.

Mas o tufão da imoralidade possui outras frentes de ataque. E aqui vem mais um teste da banalização do que antes se afigurava chocante. Curiosamente, o tema «educação sexual para crianças» não causa mais sobressaltos como há algumas décadas. Hoje, algo mais malicioso entrou em todos os ambientes: a Ideologia de Género.

Agora, as crianças não são apenas submetidas à aprendizagem do sexo desde a mais tenra idade, como também são induzidas na escolha de outra orientação e identidade sexual.


Um exemplo para ilustrar esta alarmante realidade. O «Life Site News» publicou,[1] no início de Janeiro último, reportagem sobre a nova série da «TV Fox», nos Estados Unidos, intitulada The Mick. Além da promoção do aborto, da linguagem vulgar e do conteúdo sexual explícito, a série impulsiona a Ideologia de Género, visando sobretudo as crianças. Um dos personagens — menino de apenas sete anos — é apresentado trajando um vestido de menina. Na cena, o menino faz comentários sobre o vestido e sobre as partes femininas do seu corpo.

Chocante, dizemos! E o leitor concordará. Mas quanto tempo transcorrerá até que tais insinuações e atitudes ressoem também como banais ou normais aos nossos ouvidos?

Imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso venerada
no Convento das Freiras Concepcionistas de Quito (Equador).

A Rainha dos Céus tem sempre diante de si a gravidade da destruição da inocência infantil. Ela já havia previsto a actual onda de degradação das crianças quando das suas aparições à Madre Mariana de Jesus Torres, em Quito (Equador), no século XVII. As palavras de Nossa Senhora do Bom Sucesso — profecias a respeito dos nossos tempos — são impressionantes pela sua actualidade. Eis alguns trechos aplicáveis ao tema do qual tratamos:

Madre Mariana de Jesus Torres

«Quase não se encontrará inocência nas crianças, nem pudor nas mulheres, e, nessa suprema necessidade da Igreja, calar-se-á aquele a quem competia a tempo falar.

«Extravasarão as paixões e haverá total corrupção dos costumes por quase reinar satanás…, o qual visará principalmente à infância a fim de manter com isto a corrupção geral. Ai dos meninos desse tempo! Dificilmente receberão o Sacramento do Baptismo e o da Confirmação.

«Possuirá [o mal] sutileza para introduzir-se nos ambientes domésticos, que perderão as crianças. Nesse tempo infausto, quase não se encontrará a inocência infantil. Desta forma perder-se-ão as vocações para o sacerdócio e será uma verdadeira calamidade.»

Diante da avalanche contra a inocência infantil não devemos permanecer de braços cruzados. É por isso que a TFP (The American Society for the Defense of Tradition, Family and Property) proveu abaixo-assinado[2] [imagem abaixo] no mês passado com o objectivo de impedir a exibição da citada série da «TV Fox».


Não fiquemos indiferentes na consideração da gravidade da decadência actual. Oração, sacrifício e emenda de vida foi o que Nossa Senhora nos pediu em Fátima. Assim, seremos daqueles que de algum modo enxugam as suas tão dolorosas lágrimas.

____________

Notas:


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O que defendemos no debate sobre a eutanásia


Isabel Galriça Neto, Observador, 22 de Fevereiro de 2017

Na Holanda em 2015 praticou-se uma eutanásia a cada hora e meia. De pessoas com doença mental, pessoas que não pediram para morrer, pessoas sem situações de terminalidade, pessoas cansadas de viver.

Neste debate sobre a legalização da eutanásia defendemos a inviolabilidade da Vida humana, o respeito pela Dignidade e pela Liberdade.

Este não é de todo um debate confessional – como querem fazer crer —, talvez para acentuar um preconceito subtil de que sendo um debate religioso seria uma coisa retrógrada, um preconceito que confunde a sociedade laica em que vivemos com uma sociedade anti-religiosa. O debate, ainda que politizado, é claramente sobre que valores queremos ter na sociedade moderna para dar resposta ao sofrimento dos mais vulneráveis.

Defendemos a protecção da vida e a Dignidade. Entendemos que não é preciso escolher ser morto por outro para ter Dignidade na morte, aliás ser morto por outra pessoa é provavelmente a forma menos digna de se morrer. Defendemos a Dignidade enquanto valor intrínseco e patrimonial inegociável do ser Humano, pelo que para nós, e independentemente das circunstâncias, não há vidas que valem a pena ser vividas e outras não. É a vida que deve ter Dignidade, até ao fim, existindo hoje indicações rigorosas e meios de intervenção claros que não permitem que se prolongue a vida das pessoas com doenças avançadas e em sofrimento à custa de mais sofrimento com tratamentos inúteis.

Numa matéria literalmente de vida ou de morte como esta, com a relevância que a rodeia, não são admissíveis imprecisões e eufemismos que enviesam o debate, acrescem demagogia e pouco esclarecem: por exemplo, não se trata de um direito a morrer nem de uma morte assistida – trata-se sim de criar um pretenso direito a ser morto por outra pessoa; não se trata de morte digna – mal estaríamos se apenas os homicídios a pedido definissem a dignidade na morte; e não se trata de abranger apenas situações de fim de vida, pois no articulado do ante-projecto não são claramente excluídas outras situações de sofrimento, como situações de sofrimento existencial e com muito tempo de vida pela frente. Faz-se crer que serão situações de excepcionalidade, que depois o próprio articulado não permite de todo garantir.

Defende-se uma certa visão distorcida da Autonomia, em nosso entender irrealista e incorrecta: a ideia de que a autonomia é igual a uma autodeterminação absoluta em que o individualismo se estabelece e se ignoram as consequências do exercício das liberdades no Bem Comum. Se a autonomia fosse um valor absoluto, não seriam recusados pedidos nem se reservaria esta opção apenas para situações de fim de vida, e não seriam médicos a aprovar a decisão, esses sim os verdadeiros decisores que vêem o seu poder reforçado. A eventual legitimação e aplicação das propostas defendidas levaria a uma aparente «normalização» do matar a pedido e a uma banalização daquilo que consideramos um retrocesso na nossa sociedade. O que se iria impor seria uma visão apoucada do ser humano, que teria consequências perigosas no Bem comum, pois é isso que acontece quando se fazem leis deste tipo nos poucos países europeus que as têm, e se permite que sejam mortas milhares de pessoas por ano – uma eutanásia a cada hora e meia na Holanda em 2015 –, pessoas com doença mental, pessoas que não pediram para morrer, pessoas sem situações de terminalidade, pessoas cansadas de viver.

Defendemos uma sociedade moderna, que tem na protecção da vida o alicerce dos Direitos Humanos, uma sociedade que não descarta os mais vulneráveis e lhes amplia horizontes. Para nós, o problema do sofrimento em fim de vida trata-se cuidando e não eliminando aquele que sofre.





Maçonaria francesa proíbe sites «enganosos» pró-vida



«Liberdade — Igualdade — Fraternidade»

ou as «amplas liberdades» maçónicas...


Chiara Bertoglio, Mercatornet, 21 de Fevereiro de 2017

Uma das citações mais mal atribuídas credibiliza a Voltaire com uma frase bem formada – que ele nunca escreveu. De qualquer forma, o pai do Iluminismo francês e dos seus valores, alegadamente proclamou: «Eu desaprovo o que diz, mas vou defender até à morte o seu direito de dizê-lo.» (Na verdade, a frase vem da pena de Evelyn Beatrice Hall).

Parece, no entanto, que os netos de Voltaire estão a desviar-se cada vez mais dos valores fundadores da sua República e da sua democracia, que são parcialmente resumidos na citação falsa. Na sua versão actualizada deve ler: «Eu desaprovo o que diz, mas vou defender até à morte o seu direito de concordar comigo.» Ou então, cala a boca.

De qualquer forma, é a mensagem que o Parlamento francês enviou para aqueles que discordam do aborto e que estão a usar a internet para informar às mulheres que não é o único, e muito menos a melhor resposta para uma gravidez indesejada. Na última quinta-feira, a Assembléia Nacional aprovou uma lei contra a «difusão de informações enganosas» sobre o aborto, um crime punível com pena máxima de dois anos de prisão e multa de US $ 30.000.

A medida expande o crime existente de «obstáculo ao aborto» – com o objectivo de impedir que activistas pró-vida falem às mulheres que entram em clínicas de aborto, ou organizem manifestações perto de clínicas e hospitais públicos – para incluir sites e «obstáculos digitais».

Num artigo precedente escrevi sobre o bagarre que (o combate que) cerca alguns Web site franceses da pró-vida. Ocasionalmente semelhantes em aparência aos sites oficiais do governo que fornecem informações sobre serviços de aborto, estes sites (muito bem sucedidos) têm o objectivo de ajudar as mulheres que estão a enfrentar uma gravidez difícil ou inesperada, encorajando-as a escolher a vida para seu bebé.

No último caso, nenhum mal está a ser feito a ninguém, especialmente porque as pessoas são perfeitamente livres para silenciar informações indesejáveis ​​com um clique numa janela do navegador. Nenhum pro-lifer francês aparece sob o seu laptop enquanto está a navegar na internet para «dificultar» a sua ida para uma clínica de aborto.

Sim, às vezes é muito difícil encontrar apoio legal para suprimir a liberdade de expressão em França, uma vez que a famosa liberté ainda está no lema da República. Neste caso, é preciso encontrar uma maneira oblíqua de obter o mesmo resultado.

Assim, os sites pró-vida devem ser encerrados não porque os seus conteúdos diferem da linha oficial sobre o aborto, mas porque parecem muito semelhantes aos sites oficiais pró-escolha e, portanto – é mantida – enganam as mulheres e fortalecem-nas a continuar a gravidez.

A ministra dos Direitos da Mulher, Laurence Rossignol, declarou:

«Os adversários do controle da natalidade estão a avançar disfarçados, ocultos atrás de plataformas [web-] que imitam sites institucionais ou linhas directas aparentemente oficiais. Os militantes pró-vida, entretanto, permanecerão livres para expressar a sua hostilidade contra o aborto. Desde que afirmem sinceramente quem são, o que fazem e o que querem.»

Mas o que isto significa na prática? De acordo com este relatório, a redacção da lei não é restritiva:

«Tal como está, pode ser usado para processar aqueles com qualquer «informação» que apresenta o aborto numa luz desfavorável e empurra as mulheres a não escolher o aborto. A lei não define quem tem autoridade para julgar se a informação é oficialmente «enganosa». Isso dependerá dos juízes em princípio e especificamente para a saúde e funcionários do governo.»

Quem está a enganar as pessoas neste debate é, pelo menos, aberto a questionar. O site oficial do aborto fala, por exemplo, sobre o aborto cirúrgico como uma «aspiração do ovo» e afirma que «o aborto não é a remoção de uma vida», como disse Rossignol na Assembléia Nacional. O site oficial diz que «todos os estudos sérios» mostram que não há efeitos psicológicos adversos a longo prazo do aborto, enquanto que o site IVG.NET pró-vida fornece evidências muito credíveis contra. Isto poderia, sob a lei, levar a queixas e acusações.

A Alliance Vita, uma rede pró-vida, denuncia a lei como um perigo para a «liberdade de expressão e de informação. [...] Não só a objectividade da informação é ameaçada, mas também qualquer prevenção das pressões que encorajam o aborto, que actualmente são negadas e ignoradas».

IVG.NET por sua vez não está pronto a recuar. O seu director M. Phillippe declara que não mudará «o conteúdo dos nossos sites ou a ajuda que fornecemos às mulheres por telefone, incluindo o convite para refletir».

Torna saliente que a tentativa de esmagar sites pró-vida estende-se aos meios de comunicação: nos oito anos que foram atacados, receberam apenas quatro minutos para colocar o seu ponto de vista – no canal da TV do Senado Público. Acrescenta:

«Nós, naturalmente, não exercemos» pressões morais e psicológicas ‘ou’ ameaças ou actos de intimidação». Mas o propósito desta lei (e a sua consequência) será permitir que o Planeamento Familiar nos assedie judicialmente sem que possamos retribuir condignamente por causa da sua impunidade de facto».

O Partido Republicano (centro-direita), que votou contra, concorda. Pretendem submeter o texto ao Conselho Constitucional, na esperança de o declararem contrário à Constituição francesa.

O golpe para a liberdade francesa é sério. De facto, o alvo maior do crime de «impedimento ao aborto» é susceptível de limitar dramaticamente os esforços das pessoas cujo único objectivo é ajudar as mulheres a escolher a vida.

Para citar Voltaire novamente, «Nós somos pró-escolha, desde que você escolha o que queremos.» (Podemos fazer mais uma citação falsa Voltaire, não podemos?).






sábado, 18 de fevereiro de 2017

Quebec: A crise do Ocidente


Giulio Meotti, Gatestone, 16 de Fevereiro de 2017

  • Quebec, assim como todo o Ocidente está enfrentando uma crise existencial, religiosa e demográfica.
  • A escalada de óbitos em Quebec está inequivocamente ligada aos apelos para o aumento da imigração. O primeiro-ministro do Canadá Justin Trudeau, que pôs um fim à campanha militar contra o Estado islâmico, simplesmente convidou migrantes muçulmanos a virem para o seu país.
  • A resistência ao dramático colapso do cristianismo no Quebec não requer necessariamente um novo abraço ao velho catolicismo, mas com certeza necessita de uma redescoberta racional sobre o que a democracia ocidental deveria ser. O que inclui a apreciação da identidade ocidental e dos valores judaico-cristãos – tudo o que o governo de Trudeau e grande parte da Europa, ao que tudo indica, se recusam a aceitar.
Bem-vindo ao Quebec, com o seu sabor de uma antiga província francesa, com as suas belas paisagens, onde as ruas levam o nome de santos católicos e onde um atirador acaba de assassinar seis pessoas numa mesquita.

A violência pode ser a consequência de convulsões sociais, como no massacre na ilha de Utoya na Noruega em 2011, um país que se orgulhava ser ultrasecularizado, parte da «boa sociedade» global. O Quebec também, assim como todo o Ocidente está enfrentando uma crise existencial, religiosa e demográfica.

George Weigel escreveu recentemente um artigo na revista norte-americana Firts Things chamando Quebec de «bairro livre do catolicismo». «Não existe um lugar mais árido em termos religiosos», destacando: «provavelmente não há um lugar mais árido, em termos religiosos no planeta entre o Polo Norte e a Tierra del Fuego».

Sandro Magister, um dos mais proeminentes jornalistas de Itália em assuntos católicos salientou: «enquanto se conversa em Roma, o Quebec já está perdido».

As edificações católicas no Quebec estão vazias, o clero está a envelhecer. Hoje em dia no interior da Igreja de Saint-Jude em Montreal os instrutores de fitness tomaram o lugar dos padres católicos. O Théatre Paradoxe em Montreal agora encontra-se onde estava anteriormente a igreja de Notre-Dame-du-Perpétuel-Secours antes de fechar. A antiga nave cristã agora é usada para concertos e conferências, aos domingos os hinos cristãos foram substituídos por shows de discoteca.

A Igreja de Saint-Jude em Montreal virou o «spa Saint-Jude» dos «adoradores do bem-estar»,
totalmente equipado com personal trainers, festas badaladas com coquetéis e bancos estilosos
em forma de crucifixo nos vestiários (Imagem: captura de tela de vídeo da Montreal.TV).

Diocese de Montreal vendeu 50 igrejas e outros edifícios religiosos nos últimos 15 anos. Em 24 de Maio de 2015 foi celebrada a última missa na famosa Igreja de São João Baptista, dedicada ao padroeiro dos franco-canadenses. O Bispo Auxiliar do Quebec Gaetan Proulx disse que a «metade das igrejas de Quebec» irão fechar nos próximos dez anos.

No filme «The Barbarian Invasions (As Invasões dos Bárbaros)» de Denys Arcand, «há uma cena em que um padre católico analisa peças de arte religiosa sem muito valor, que abarrotam a sua diocese, para mostrar a sua irrelevância. O velho padre diz:

«O Quebec costumava ser tão católico quanto a Espanha ou a Irlanda, todos eram religiosos. Num determinado momento nos idos do ano de 1966, a bem da verdade, as igrejas de repente, em questão de meses, ficaram vazias, Um fenómeno estranho que ninguém jamais foi capaz de explicar».

«O homem sem história, sem cultura, sem país, sem família e sem civilização não é livre:  está nu e condenado ao desespero», torna saliente o filósofo de Quebec Mathieu Bock-Côté.

O estado em que se encontra hoje o catolicismo no Quebec é realmente desesperador. Em 1966 havia 8 800 padres, hoje há 2 600, cuja maioria é idosa, muitos já residem em lares para idosos. Em 1945 a missa semanal contava com a participação de 90% da população católica, hoje são 4%. Centenas de comunidades católicas simplesmente desapareceram.

O Conselho do Quebec do Património Religioso referiu que em 2014 um número recorde de 72 igrejas foram fechadas. A situação é ainda pior na Arquidiocese de Montreal. Das 257 paróquias em 1966, havia 250 em 2000 e em 2013 apenas 169 paróquias. O cristianismo parecia estar em risco de extinção. O Arcebispo de Montreal Christian Lépine impôs uma moratória sobre a venda de igrejas.

À medida que as autoridades do Quebec impunham um secularismo agressivo como ferramenta para promover o multiculturalismo, o Quebec testemunhava um aumento dramático no número de jovens muçulmanos que se juntaram ao Estado Islâmico. − Foram cometidos ataques terroristas por convertidos ao Islão – pessoas que rejeitaram o relativismo canadense para abraçar o fanatismo islamista. «O fundamentalismo secularista do Quebec chegou ao extremo de impor a todas as escolas públicas e privadas – a primeira instância dessa natureza em todo o mundo – um curso obrigatório sobre ética e cultura religiosa» salientou Sandro Magister.

Um relatório académico concluiu:

«Dados do censo canadense mostram que o Islão é a religião que mais cresce no país e que embora a maior parte do crescimento da população muçulmana esteja relacionada com as taxas de natalidade dos muçulmanos e migração, desde 2001 a população muçulmana também aumentou em consequência das conversões religiosas dos canadenses não muçulmanos».

O declínio demográfico do Quebec também é revelador. A taxa de natalidade despencou de uma média de quatro filhos por casal para apenas 1,6 – bem abaixo do que os demógrafos chamam de «taxa de substituição populacional». O Quebec é um caso singular em comparação aos países desenvolvidos no tocante à intensidade e velocidade com que as taxas de fertilidade total despencaram.

A escalada de óbitos no Quebec está inequivocamente ligada aos apelos para o aumento da imigração. O primeiro-ministro do Canadá Justin Trudeau, que pôs um fim à campanha militar contra o Estado islâmico, simplesmente convidou os migrantes muçulmanos a virem para o seu país.

Segundo os demógrafos, somente a província do Quebec precisa de 70 000 a 80 000 imigrantes por ano para compensar a sua baixa taxa de natalidade. Mas o que acontece quando um dos mais famosos territórios católicos do mundo passa por uma revolução desta natureza cultural e religiosa, para compensar a queda demográfica?

A resistência ao dramático colapso do Quebec não requer necessariamente um novo abraço ao velho catolicismo, mas com certeza necessita de uma redescoberta racional sobre o que a democracia ocidental deveria ser. O que também inclui a apreciação da identidade ocidental e dos valores judaico-cristãos – tudo o que o governo de Trudeau e grande parte da Europa, ao que tudo indica, se recusam a aceitar. Metade dos ministros de Trudeau não foram empossados com um juramento religioso. Recusaram-se até a dizer «com a ajuda de Deus».

O lema de Quebec é: «je me souviens»: Eu me lembro. Mas do que, exactamente? No «bairro livre do catolicismo» o vencedor será o Islão?

Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.





A gurú da fantasia feminista neopagã abusou dos seus filhos: relato descomunal e revelador


Las sacerdotisas de la Triple Diosa en la teleserie de Las Nieblas de Ávalon de 2001...
versión neopagana feminista de lo artúrico

Pablo J. Ginés, ReligionenLibertad, 16 de Fevereiro de 2017

En junio de 2014, la arpista y profesora de música Moira Greyland, hija de la famosa escritora de ciencia ficción y fantasía Marion Zimmer Bradley, creadora de las novelas de Darkover y Las nieblas de Ávalon, confirmó lo que algunos rumoreaban: no solo su padre era un violador de niños, sino que su madre abusó de ella y de otras personas y era «un monstruo violento y frío» que quería forzarla al lesbianismo.

La escritora había fallecido en 1999. Sus fans, especialmente feministas, neopaganos y gays, intentaron desdeñar las acusaciones contra una autora que había difundido sus puntos de vista progresistas desde la ficción, con cientos de miles, o millones, de lectores. Pero pronto se vio que Zimmer Bradley era indefendible. Mark Greyland, el hermano de Moira, confirmó las acusaciones (aquí en inglés) de pederastia y violencia.

Marion Zimmer Bradley escribió docenas de novelas muy populares,
tenía millones de fans que la admiraban... y era una pansexual que abusaba de sus hijos,
los tenía aterrados y quería forzar a su hija a ser lesbiana

Sexo en las novelas... en realidad, propaganda pansexual

En las numerosísimas novelas ambientadas en el planeta Darkover, destacaba una hermandad de mujeres que se comprometían a no casarse, no someterse en nada a ningún hombre, tener hijos solo «por placer o propio deseo» y que ven con normalidad el lesbianismo. Había feministas que escribían a la autora anunciando que creaban comunas femeninas con esos juramentos.

En «Las Nieblas de Avalon» (llevada a TV en una miniserie), la protagonista es Morgana, medio-hermana del rey Arturo, y la «religión de la diosa», más sabia, abierta y tolerante que el patriarcal cristianismo.

En ambas series abundan las escenas de sexo en circunstancias escabrosas: tríos, incestos, sexo ritual... a menudo casi por error o casualidad. Muchos lectores lo veían como unos detalles de ambientación «exótica» en novelas con culturas de fantasía. Al ser «otros mundos» se veía en otro contexto. Pero ahora que Moira, la hija de la escritora explica la ideología que su madre aplicaba, todo cobra un sentido aún más turbio.

Trío sexual en «Las Brumas de Ávalon»: la puritana Ginebra, el casto Lancelot y Arturo
se acuestan los tres juntos, queda claro el factor homosexual en ellos... cumpliendo la doctrina
de Zimmer Bradley y su marido de que todo el mundo es homosexual

«Lo que mi padre y mi madre creían era lo siguiente: como todo el mundo es naturalmente gay, es la sociedad heterosexual la que hace que todos seamos unos acomplejados y, por lo tanto, limitados». Por lo tanto, promovían el «liberarse» mediante el pansexualismo: sexo de todos con todos (también con menores), pero el sexo homosexual es mejor.

Tríos para despertar la homosexualidad dormida

Eso explica, por ejemplo, la escena en la novela de Darkover «Dos para conquistar» en la que dos hermanos gemelos/clonados empiezan compartiendo una chica promiscua en un trío que pasa a ser un «todos con todos» y además con poderes telepáticos, compartiendo las sensaciones.

O cuando Morgana logra que Lancelot, Ginebra y Arturo se acuesten los tres juntos para tener un hijo «concebido en el lecho con el rey». En ambos casos, los tríos son excusa para mostrar que los personajes masculinos principales son, en la circunstancia adecuada, homosexuales. Por no hablar de las muchas escenas de lesbianismo, encubierto o no.

Cuando las reinas paganas, madres adoptivas de Morgana, la regañan para que no le importe yacer con su hermano Arturo, o cuando la misma Morgana se queja del puritanismo cristiano de la tonta reina Ginebra, no es difícil ver a la misma Zimmer Bradley intentando lograr – y enfureciéndose al fracasar – que su hija Moira acepte y disfrute las relaciones lésbicas (las que la madre quiere que la hija tenga). Todos los discursos en estas novelas sobre madres que introducen a sus hijas en sabidurías ancestrales y liberadoras adquieren otro significado.

Los personajes de Las Nieblas de Ávalon en la miniserie de 2001: arriba los 3 cristianos
(Ginebra, Arturo, Lancelot), y abajo las tres sacerdotisas paganas de la diosa,
con Morgana en medio; a la izquierda el Pendragón pagano; a la derecha, el Chi-Rho Cristiano

El feminismo de las heridas y resentidas

Mark, el hijo de la escritora, además de sufrir los abusos que le infligía su madre, vio que ella a partir de cierto momento se convirtió en una gurú del feminismo. «Cuando se le empezaron a acercar mujeres diciéndole cosas como que 'salvaste mi vida y ahora no necesito matarme', ella empezó a poner caras nuevas y más y más acudían con ella. Algunas estaban tan furiosas que me trataban como un criminal solo por atreverme a ser un varón cerca de ella. A veces estas mujeres infelices se reunían por docenas junto a ella y la veías feliz en su escenario. Yo veía los rituales y otras rarezas de cerca y a distancia. El feminismo era para mí un montón de mujeres muy infelices contándose unas a otras como se las había herido».

Pero detrás había, sobre todo, una cadena de maltrato y sexo. Marion Zimmer Bradley era lesbiana (o bisexual, o pansexual) porque su padre abusó de ella, explica su hija Moira. Y luego ella estaba dispuesta a abusar de sus propios hijos y de otras personas, para mejorar el mundo con el poder del sexo.

Reproducimos a continuación, traducido del inglés, el texto detallado con el que Moira Greyland explica cómo fue criada en un hogar homosexual, lleno de abusos y con una ideología pansexual que pretendía transformar el mundo, incluyendo el sexo con niños, todo bajo los aplausos del mundo de la literatura.

Moira Greyland, la hija de Zimmer Bradley,
en una  foto promocional de joven, como arpista de música celta

La historia de Moira Greyland

(publicada en AskTheBigot en julio de 2015)

Nací en una familia de famosos escritores paganos y gays de finales de los años sesenta. Mi madre era Marion Zimmer Bradley y mi padre Walter Breen. Entre los dos escribieron más de cien libros: mi madre escribía libros de ciencia y ficción y fantasía (Las nieblas de Avalon) y mi padre libros sobre numismática: era un experto en monedas.

Lo que me hicieron es una cuestión de desafortunado archivo público: es suficiente decir que ambos querían que yo fuera gay y les horrorizaba que fuera chica. Mi madre empezó a abusar de mí cuando yo tenía 3 años, y siguió haciéndolo hasta que tuve 12.

La primera vez que recuerdo a mi padre haciendo algo violento conmigo tenía 5 años. Sí, me violó. No me gusta pensar en ello. Si quiere saber algo sobre sus correrías con niñas pequeñas y tiene un estómago fuerte, busque en Google «Breendoggle», que fue el escándalo que CASI le expulsa del fandom de la ciencia ficción.

Walter Breen y Marion Zimmer Bradley, casados, promiscuos, homosexuales,
y – bajo pseudónimo – autores de una apología de la pedofilia...
que practicaban con sus hijos

Lo que le repugnaba profundamente era mi género, a pesar de sus muchas relaciones con mujeres y de sus víctimas femeninas. Me dijo claramente que ningún hombre me amaría porque todos los hombres eran, en el fondo, gays y lo que les pasaba, sencillamente, es que no habían aceptado su homosexualidad natural. Aprendí a comportarme de manera masculina y a caminar sin contonearme.

Se pueden ver las huellas de lo condicionada que estaba para rechazar mi feminidad en mi absoluta negativa a darme por vencida y en mi franqueza. Y en mi decisión de ser directora teatral durante una buena parte de mi vida. Pero una buena parte de mi franqueza es mi rechazo a aceptar la idea de que «en lo profundo de mí misma debo ser un chico en el cuerpo de una chica». No lo soy. Soy una chica agraviada por serlo y que intentó ser el «chico» que ellos querían que fuera.

Sexo del padre con chicos y adolescentes

Es suficiente decir que no fui su única víctima de ambos sexos. Crecí viendo a mi padre teniendo «romances» (eso imaginaba que eran) con chicos, una fuente de frustración porque siempre querían comida y dinero como pago por el sexo al que les obligaba, y porque no le querían a ÉL (¡ES OBVIO!).

Intenté irme de casa por primera vez cuando tenía 10 años, cuando fracasé en mi primer intento de suicidio, y negocié irme cuando tenía 13 años, diciéndole a mi madre y a su pareja – mujer – que mi padre estaba durmiendo con ese chico que yo era. En lugar de llamar a la policía, como hubiera hecho cualquier persona sensata, simplemente intercambiaron casa con mi padre: él se fue a vivir a su apartamento, que yo llamaba «el nido de amor», y ellas se trasladaron a la casa familiar.

Esto empeoró las cosas. Durante un tiempo dormía en los sofás de salón de mis directores de la Renaissance Faire, pero nadie podía acogerme para siempre. Como se pueden imaginar, con mi padre había chicos adolescentes, drogas y no mucha comida, aunque en mi adolescencia no pasé mucha hambre porque los libros de mi madre empezaban entonces a tener éxito. Durante mi adolescencia viví en todo tipo de lugares, pero volví a casa de mi padre cuando empecé la universidad.

Moira denunció a su padre... murió en prisión

Un día trajo a un chico de once años, con el permiso de su madre, para que pasara con nosotros una semana. Me horroricé y me aseguré de que el chico tuviera una habitación y ropa de cama. Cuando vi a mi padre sujetándole boca abajo y besándole por todo el cuerpo, y vi los libros de pornografía, llamé a mi orientador, con quien había acordado que llamaría a la policía si yo veía que sucedía algo, y mi padre fue arrestado. Fue condenado a tres años de libertad condicional por este delito.

Sin embargo, la noticia se difundió y un hombre que le había alojado en Los Ángeles se dio cuenta de que su hijo tenía la misma edad y preguntó. El resultado fue que mi padre fue condenado por 13 cargos según el código penal de California, puntos A, B, C y D. (Basta con decir que son distintos tipos de abusos sexuales que no hay que cometer nunca con nadie, ¡menos aún con un niño!).

Murió en prisión en 1993, después de que yo le denunciara en 1989. Conviene resaltar que ya tenía antecedentes penales que se remontan a un arresto en 1948, cuando tenía 18 años.

No creían a Moira... hasta que llegó la sentencia

Como se pueden imaginar, aunque mi madre sabía lo que hacía mi padre, como también lo sabía mi «madrastra», nadie me creyó hasta que fue condenado, por lo que hasta entonces me tacharon de «histérica».

Esto está también en las actas públicas: la fría indiferencia de mi madre y la total falta de responsabilidad de mi madrastra son nauseabundas. Sus palabras debían bastar. Ella sabía lo que él quería hacer.

En ningún momento busqué justicia para mí, porque según mis convicciones morales yo debía proteger a otros y, además, quería mucho a mi padre. Por lo tanto, aunque pensaba que podía perdonar a mi padre por lo que me hizo, de ninguna manera pensaba que pudiese perdonarle por lo que hacía a otros... y su última víctima no fue un prostituto, sino un niño inocente al que le causó un daño terrible.

Zimmer Bradley publicó docenas de novelas de Darkover,
aplaudidas como «ficción feminista», llenas de hombres
que violan mujeres y las desprecian, y mujeres que se organizan
para vengarse (o, a veces. sólo educarlos)

Adoptar al amante adolescente como hijo

En cualquier caso, mi familia cerró filas alrededor de mi padre para protegerle y, en fecha más reciente, ha cerrado filas alrededor de un pariente masculino acusado de abusar de los hijos de su ex amante varón, a quienes consideraba sus «nietos» porque había «adoptado» a su chico amante  como si fuera su «hijo». Sí, lo sé, esto produce tantas náuseas que es difícil leerlo, y lo siento de verdad.

De nuevo me han marginado, me han tachado de «loca» e «histérica» porque, después de todo, ¿por qué alguien con una larga historia de abuso de chicos adolescentes seguiría haciéndolo? Por lo tanto, como hice cuando entregué a mi padre a la policía, presenté una denuncia a la policía y lo mismo hicieron mis estudiantes, horrorizados por lo que él dijo sobre sus «nietos».

El abusado se excita... y para el abusador eso lo justifica

Ahora bien, es importante resaltar que a los que les gustan los muchachitos no consideran que lo que están haciendo es un «abuso». Para ellos es sexo, creen que es consentido y cualquier tipo de objeción será ciertamente anulada por los orgasmos que están seguros les pueden provocar. Y es la vergüenza por estos orgasmos lo que silencia a estas víctimas masculinas y les convence de que «deben» ser gays. (A pesar de que luego se casan con mujeres con las que tienen hijos.)

Según parece, 33 denuncias por pedofilia no fueron suficientes para condenar a mi pariente masculino anónimo. No es mi problema. Hice lo que pude y es fácil localizarme si necesitan que, en un futuro, testifique. Perdonen mi fatalismo, pero los agresores sexuales no se detienen y es muy probable que haya más víctimas. O alguien se ofrece a testificar o él seguirá agrediendo sexualmente; o, quizás, al ser más mayor ahora, se muera antes de sufrir las consecuencias de sus acciones.

Entre la época de la denuncia de las agresiones de mi padre y las de mi otro pariente, conseguí mi licenciatura en Música y me forjé una carrera como arpista y cantante en bodas. Me casé y tuve hijos. Conseguí un Máster en Música y en 2007 empecé a enseñar canto y arpa y a dirigir óperas con dos compañías operísticas fundadas por mí: una en el Sur de California y la otra en el Norte. También saqué un álbum de música celta [ejemplos en YouTube]. Sin embargo, nunca he estado del todo satisfecha con mi carrera. Los artistas tienen que contar su historia. Y la mía es muy fea como para ser contada.

Sí, estúpidamente volví al norte de California. La amada esposa de mi primo estaba muriendo de cáncer y yo quería ser parte de la familia, esperando que con la muerte de mi padre hubiera desaparecido también su maldad. Me equivocaba.



Sacar a la luz el horror oculto

El mes de junio pasado (2014), una bloguera llamada Deirdre Saoirse Moen me preguntó si había algo de verdad en los rumores que circulaban sobre mis padres y le dije que sí, que ambos habían abusado de mí y de mi hermano, como también de una MULTITUD de niños. Le envié dos poemas que había escrito sobre esto; nunca antes había dicho nada públicamente sobre lo que ambos me habían hecho.

Ella publicó mis emails y poemas en su blog, que se difundieron con gran rapidez – y con gran asombro por mi parte – en 92 países. Me llegó una miríada de cartas de personas que habían sobrevivido a abusos sexuales. Intenté contestarlas todas rápidamente con simpatía y calor, ¡lo que me dejó extenuada emocionalmente de un modo que a duras penas puedo describir! A todo el que quería enviar dinero le pedí que lo enviara a RAINN (www.rainn.org, Rape Abuse Incest National Network: Red Nacional de Violación, Abuso e Incesto) y hubo incluso autores de antologías relacionados con mi madre que dieron hasta el último céntimo de sus derechos de autor a esta organización [seguramente se refiere a Janni Lee Simner, que siguió escribiendo libros de la saga Darkover después de la muerte de Bradley; en  junio de 2014 declaró que entregaría el anticipo por los dos libros de la saga y sus derechos de autor a esta organización, N del T].

Otras personas quemaron sus libros porque no podían soportar venderlos y ganar dinero con su maldad. Y otras personas eliminaron los libros de sus Kindles y iPads.

La razón que he dado, y que sostengo, por no haber hablado de esto es la siguiente: sé que a mucha gente le gustan los libros de mi madre y no quería herirles ni alterar sus vidas. Por eso me asombró y me turbó lo lejos que llegó esta historia. Irónicamente, los superviviente que se beneficiaron de sus libros han encontrado más fuerza en enfrentarse al abuso que en seguir con ella. Mi admiración por ellos ¡es infinita!

Los que intentaron silenciarlo

Es obvio que hubo mucho debate sobre mi madre y mi padre. Siempre que alguien intentaba cuestionar mi historia, cientos de personas le silenciaban. Surgieron los lameculos de siempre que cuestionaron la edad de consentimiento y fueron abucheados. Para mi sorpresa, me creyeron.

Tras ver lo que le sucedió a la hija de Woody Allen, pensaba que si hablaba seguramente no podía esperar otra cosa más que una ejecución pública virtual, pero de alguna manera mi madre me «protegió» con sus PROPIAS PALABRAS.

Cuando ella fue acusada de abusar de mí había testificado, tibiamente, que «los niños no tienen zonas erógenas». Ni siquiera se preocupó de negar que me había atado a una silla y me había atacado con un par de alicates, diciendo que iba a arrancarme todos los dientes. Con su frío reconocimiento, nadie dudó de que había hecho las cosas de las que la acusaban.

Con pseudónimo, escribieron una apología de la pederastia

En cualquier caso, desde que la verdad saltó a la luz, el tema de la pedofilia fue muy evidente en sus libros para gente que, previamente, lo habían atribuido a la historia o a la licencia que se permite a un autor de ficción. Mi padre había escrito, con ayuda de ella, utilizando el pseudónimo «J.Z. Eglinton», un libro en defensa del sexo entre adultos y niños titulado Greek Love. De repente, nadie tenía preguntas sobre lo que, para mí, había sido tan obvio desde el principio.

¿Qué había cambiado a partir de ese mes de junio? Desde que yo (y otros) denunciamos a mi pariente masculino anónimo en el mes de noviembre anterior y decidí NO CONTACTAR para nada con mi familia vista su respuesta, empezó a surgir dentro de mí la idea de que tal vez ser homosexual ERA la cuestión.

No es solo el abuso: es la ideología pansexual

Es evidente que me habían educado para ser totalmente tolerante. Años antes había leído a Satinover [Jeffrey Satinover es un psiquiatra y psicoanalista americano, conocido por sus libros sobre temas controvertidos en Física y Neurociencia, pero sobre todo por sus escritos sobre homosexualidad, matrimonio entre personas del mismo sexo y el movimiento de los ex-gais, N del T.], el cual cree que los gays son en general «pansexuales», es decir, que prefieren el sexo con TODOS, de CUALQUIER edad y de CUALQUIER género, en lugar de estar limitados a una sola persona; él lo considera, verosimilmente, un problema ético y moral más que una «orientación» sexual.

No puedo decirles cuántas lesbianas conozco que simplemente odian a los hombres, o que han sido violadas y no pueden pensar en el sexo con hombres debido a su experiencia.

«Siempre me presentaron la homosexualidad como lo natural»

Para mí, mi investigación sobre la homosexualidad fue casi un secreto culpable: yo, pensando en lo impensable. Después de todo, siempre me habían presentado la homosexualidad como un estado natural: yo era una «acomplejada» y una «mojigata» porque, a pesar de la súplica de mi madre para que «intentara lo otro» y «¿cómo podía saber que era heterosexual?», no podía aceptar el ser gay.

Lo que mi padre y mi madre creían era lo siguiente: como todo el mundo es naturalmente gay, es la sociedad heterosexual la que hace que todos seamos unos acomplejados y, por lo tanto, limitados. El sexo impulsa a la gente a tener sexo con todos, lo que hace posible la utopía, elimina la homofobia y ayuda a la gente a convertirse en «lo que realmente es».

También destruye la tan odiada familia con su paternalismo, su sexismo y su discriminación por edad (sí: para los pedófilos, eso existe) y todos los otros «ismos». Si un número importante de niños es sexualizado lo suficientemente pronto, entonces la homosexualidad será de repente «normal» y aceptada por todos, y las viejas nociones sobre fidelidad desaparecerán.

Al estar el sexo integrado como parte natural de toda relación individual, las barreras entre la gente desaparecerán y la utopía aparecerá. La cultura «heterosexual» emprenderá el mismo camino hacia la desaparición que emprendieron los dinosaurios.

Como solía decir mi madre: «A los niños se les lava el cerebro para que crean que no quieren sexo».

Lo sé, lo sé. La estupidez de esta tesis es supina y la consecuencia actual son adultos de cuarenta años en terapia por abuso sexual, muchos, muchos suicidios y vidas destruidas para casi TODOS. Pero alguien necesitaba decirlo. ¿Alguien escuchará?

Las víctimas de la pansexualidad: suicidios y traumas

Había seis personas Sin-Nombre en el juicio de mi padre, que no testificaron, y dos víctimas, que sí lo hicieron. Sigo en contacto con una de ellas. Unos fans de mi madre le silenciaron de modo tan feroz hace unos años que sigue sin poder hablar de ello.

No sé cuál ha sido el destino de todos estos Sin-Nombre, pero sé que uno murió alrededor de los cuarenta por trastornos de la alimentación, incapaz de hablar sobre lo que había ocurrido, y sé por lo menos de uno de la lista de 22 nombres que di a la policía como potenciales víctimas de abuso que se suicidó en 2013.

Sé también de un número de víctimas de mi padre que no testificaron porque lo amaban. Como nota personal, entiendo por qué: de todos mis parientes, era desde luego, con mucho, el más amable. Después de todo, él era sólo un violador en serie. Mi madre era un monstruo violento y frío cuya voz me producía calambres en el estómago.

La amante lésbica, la «hija gay» que había querido tener

Un breve apunte sobre mi «madrastra»: ahora niega haber sido lesbiana, después de estar 22 años con mi madre, y se ha casado con un hombre. Por lo tanto, cuando «nació», ¿qué era ella? ¿Nació gay y ahora vive «negando» su «verdadera naturaleza», como dirían los gays, o estaba embobada como una niña con mi madre, que hizo lo que hacen los famosos, aprovecharse de su inocencia y emotividad infantil?

Tenía 26 años cuando empezó la relación con mi madre. Más tarde me dijo que mi madre había «abusado» de ella. No puedo utilizar esta palabra para ella: tenía 26 años. Pero ella SÍ que llamaba a mi madre «mamá». Y gran parte de su relación se basaba en demostrar que ella era «mejor hija» que yo: una competición que, en mi opinión, estaba terminada antes de empezar. Soy la hija de mi madre. Es una realidad biológica. Provocar orgasmos a mi madre no hacía que mi madrastra fuera una hija mejor; simplemente se engañaba. Y como puede observarse ahora, ella DEBE ser la «hija mejor» porque la denuncié. No hablo con ella.

En marzo de 2015 contacté on line con Katy Faust, uno de los seis hijos de gays que presentaron un testimonio al Tribunal Supremo oponiéndose al matrimonio entre personas del mismo sexo. Nos escribimos y me fui de California. Todavía estoy tambaleándome por la muerte de los últimos coletazos de mi negación.

¿Denunciar el abuso? Vale. ¿Criticar la ideología LGBT? ¡No se admite!

La homosexualidad ES el problema. El problema ES la creencia de que todo tipo de sexo, todo el tiempo, curará, de alguna manera, los problemas en lugar de crearlos.

Empecé a hablar contra el matrimonio homosexual y, al hacerlo, perdí incluso a mis defensores más firmes. Después de todo, necesitan ver a mis padres como locos criminales sexuales, no como homosexuales que defienden firmemente sus posiciones éticas intentando crear una utopía según su estúpida fantasía.

No están dispuestos a aceptar la posibilidad de que la homosexualidad puede, en realidad, destruir a los niños, e incluso a los adultos, que insisten en permanecer en su servidumbre.

Ahora bien, a la gente bienintencionada que cree que estoy extrapolando mi experiencia a una comunidad gay más amplia, me gustaría explicarle por qué creo que esto es así: por mi experiencia en la comunidad gay, los valores de esta comunidad son muy diferentes. Ellos asumen que TODOS son gays que no han salido del armario y defienden que el sexo precoz evitará que los niños gays permanezcan dentro de este armario. Y que esto hará feliz a todos.

Si dudan de lo que digo, busquen «edad de consentimiento», «twinks» [término que describe a hombres homosexuales de apariencia joven y que apenas superan o no han superado la mayoría de edad. Suelen ser personas con aspecto de adolescente o adulto joven, con cuerpo delgado, ectomorfo, usualmente lampiño o con poca cantidad de vello corporal o vello facial, N del T], «discriminación por edad» y los escritos de NUMEROSOS autores de izquierdas que creen que el sexo precoz es, de alguna manera, «beneficioso» para los niños.

Debido a mi larga experiencia con la comunidad BDSM [Bondage y Disciplina, Dominación y Sumisión, Sadismo y Masoquismo], es mi creencia que la homosexualidad es una cuestión de IMPRONTA, como lo son las fantasías BSDM. Para quien practica BDSM, la práctica continua de la fantasía es sexualmente excitante. Para la persona gay, obviamente, lo mismo. Sin embargo, por lo que yo he podido ver, ninguna de las dos sana.

La cadena del abuso genera el desorden

Mi madre se convirtió en lesbiana porque fue violada por su padre. Mi padre sufrió abusos de un sacerdote y consideró que era el único amor que había recibido. Hay tan poca gente que es sólo gay que es casi inexistente; la mayoría tienen relaciones con personas de ambos géneros, como era el caso de mis padres y otros familiares.

Lo que separa la cultura gay de la cultura heterosexual es la creencia de que el sexo precoz es bueno y beneficioso y la seguridad (no piensen por un momento que ellos NO lo saben) de que el único modo de producir otro homosexual es proporcionar a un chico experiencias sexuales ANTES de que le «estropee» la atracción por una chica.

Si usted está de acuerdo con esto, y puede no estarlo, vale la pena que lo considere. Si cree que estoy equivocada, está en su derecho, pero esté atento a la GRAN CANTIDAD de historias de abuso sexual y transgénero que surgen de estos «matrimonios» gays.

De hecho, las estadísticas relacionadas con el abuso sexual de hijos de gays indican que el número es astronómicamente mayor si se compara con el de los hijos de heterosexuales.

Obviamente, mi punto de vista es muy incómodo para la gente progresista con la que me crié: se me «permite» ser una víctima de abuso de mis padres y se me «permite» ser una víctima de una violencia terrible. Pero, y esto es lo increíble, NO SE ME PERMITE culpar a la homosexualidad de ambos por su absoluta disposición a aceptar todo tipo de sexo, todo el tiempo, entre toda la gente.

Pero esto no me va a detener en absoluto. Seguiré hablando de ello. Me han callado durante mucho tiempo. El «matrimonio» homosexual no es nada más que un modo de remodelar a los niños según la imagen de sus «padres»

En diez o treinta años los supervivientes hablarán. Mientras tanto, lo hago yo.

Moira Greyland

(Traducción del testimonio de Moira Greyland desde el original en inglés en Ask the «Bigot». para ReL por Helena Faccia Serrano, diócesis de Alcalá de Henares)