BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

quarta-feira, 30 de setembro de 2015


Faleceu o nosso camarada

Lucino de Moura Preza



Faleceu no dia 28 o camarada Lucino de Moura Preza. O funeral realizou-se hoje, dia 30 de Setembro, no Cemitério do Alto de São João.

O camarada Lucino de Moura Preza serviu em Angola, nos primeiros anos da Guerra do Ultramar, como caçador especial.

À família, os nossos sentimentos.






A verdade do islamismo e das cruzadas




VER VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=I_To-cV94Bo&feature=youtu.be





segunda-feira, 28 de setembro de 2015


Viva a Catalunha independente!


Heduíno Gomes

Além de todas as nações terem direito à sua independência, tudo o que seja desmantelar o centralismo castelhano só nos interessa.

Contudo, há por aí uns analistas políticos, alguns deles versados em constitucionalismo ou em europeísmo, que arranjam mil argumentos contra esse direito dos catalães.

Uns dizem que, pela constituição madrilista, não pode ser. Argumento espectacular!

Outros dizem que a União Europeia não deixa. O Big Brother não deixa!

Outros ameaçam o Barça de não poder jogar na liga espanhola. Como se o Barça deixasse de ser o Barça!

Enfim, uma ementa de argumentos, desde fiscais a defesa nacional, como se tudo não tivesse solução.

E depois há os mais inteligentes que dizem que, para Portugal, seria melhor uma Espanha unificada! Estes inteligentes, está-se mesmo a ver que ou são adiantados mentais ou recebem avença de Madrid.

Os cães ladram e a independência catalã avança.

Próxima etapa: Euskadi.

Seguintes: Galiza e Andaluzia.






domingo, 20 de setembro de 2015


O Ocidente anda a dormir


Heduíno Gomes

O imperialismo grão-russo avançou na Ucrânia com os argumentos próprios de qualquer imperialismo.  Com os mesmos argumentos, ameaça todos os vizinhos. Em nome da luta contra o ISIS, avança na Síria. Amanhã, em nome da chuva em qualquer lado ou de um sismo na Nova Zelândia, avançará onde o deixarem.E o Ocidente, atado por uma presidência americana irresponsável e por políticos medíocres  e capitulacionistas da União Europeia, continua a ceder terreno.

E o Ocidente, atado por uma presidência americana irresponsável e por políticos medíocres e capitulacionistas da União Europeia, continua a ceder terreno.

Entretanto, os saudosistas dos sovietes continuam a apoiar a «pátria do socialismo».

Entretanto, a extrema-direita, fã da violência e do primarismo anti-ocidental, transforma Putin em herói.

Entretanto, alguma direita cega, nomeadamente monárquica, iludida com alguns aspectos folclóricos como são as alusões ao czarismo, também apoia Putin, preocupando-se mais com pompas e brasões do que com o bem comum dos russos e respeito pelos seus vizinhos.

Entretanto, alguns católicos deixam-se entusiasmar com algumas posições morais de Putin, esquecendo — diga-se que com toda a incoerência — a sua imoralidade global, nomeadamente o belicismo, o terror sanguinário, a cleptomania ou a solução do seu povo em vodka.

Perante esta ameaça, como deve proceder o Ocidente?

Os Estados Unidos precisam de outro Reagan. A Europa precisa ainda mais.






sexta-feira, 18 de setembro de 2015


Protectorado

Vasco Pulido Valente, Público, 18 de Setembro de 2015

À esquerda e à direita anda por aí muita gente indignada por causa do protectorado de que Portugal sofreu e, segundo alguns patriotas sem mancha nem tumor, continua a sofrer. Isto deixa um indivíduo de boca aberta por duas razões.

Primeiro, porque de maneira geral foram esses mesmos patriotas que levaram Portugal ao protectorado de Bruxelas. Depois, pela total ignorância da história deste pobre país desde pelo menos o fim do século XVIII. Toda a gente se esqueceu que em 1807 a Inglaterra meteu D. João VI num barco e o despachou para o Brasil? Ou que Junot acabou corrido por um corpo expedicionário inglês? Ou que o embaixador de S. M. Britânica tinha assento de jure no Conselho de Regência que ostensivamente governava o Reino?

E ninguém se lembra que na guerra contra os franceses (que durou até 1814) o general Beresford comandava o exército português com a ajuda de umas dezenas de oficiais que trouxera de Inglaterra e que o nosso Tesouro pagava? E também ainda não é claro para a cabecinha nacional que o triunfo do liberalismo em 1834 não passou de uma conveniência da Inglaterra que ela, de resto, financiou e forçou as potências conservadoras, como por exemplo a Áustria, a engolir? E o progressismo indígena também se esqueceu que a guerra da «Patuleia» se resolveu com a intervenção da esquadra inglesa (ao largo do Porto e em Setúbal), por uma invasão de um exército espanhol assalariado por Londres e por um «protocolo» de Palmerston, que determinava quem podia, ou não podia, entrar no governo?

E a seguir desapareceu o protectorado? De maneira nenhuma. A Inglaterra e, com a autorização dela, a França continuaram a sustentar a maravilhosa paz da Regeneração; e a promover ou liquidar ministérios de acordo com o grau da sua subserviência e a mandar nos territórios de África de que Portugal, na sua ingenuidade, se julgava dono. E finalmente, em 1892-1893, não hesitaram em suspender os víveres de que a nossa miséria humildemente se alimentava. Os patriotas que hoje se arrepiam com o protectorado dos credores deviam pensar que o único período em que não houve protectorado algum em Portugal foi durante a Ditadura de Salazar, cujos benefícios não se distinguiram na história da Europa. Mas voltar a 1928 não parece uma política muito inteligente.





quinta-feira, 17 de setembro de 2015


Kim Davis saiu da prisão

mas continua a não celebrar

casamentos gay


Alexandre Martins, Público, 15 de Setembro de 2015

Funcionária judicial de um condado norte-americano recusa-se a autorizar casamentos entre pessoas do mesmo género, desafiando a decisão do Supremo Tribunal dos EUA


A funcionária quer ser uma excepção por causa das suas crenças religiosas

A nova heroína dos mais conservadores dos conservadores norte-americanos regressou esta semana ao trabalho, depois de ter passado quatro dias na prisão por se ter recusado a pôr a sua assinatura nos papéis de casamentos entre pessoas do mesmo género. Kim Davis, uma funcionária judicial do estado do Kentucky, garante que vai continuar a desobedecer à decisão do Supremo Tribunal dos EUA, mas diz que não vai impedir os seus adjuntos de validarem os casamentos – ainda que tenha levantado outro problema para os tribunais resolverem nos próximos tempos.

Davis, de 44 anos, regressou na segunda-feira ao seu gabinete no tribunal do condado de Rowan, no estado do Kentucky, onde é a principal responsável pela validação de vários actos públicos – de casamentos a licenças de veículos automóveis, passando pela organização das listas eleitorais. Foi eleita para essa função no ano passado e assumiu o cargo em Janeiro deste ano, ao fim de duas décadas como braço direito da antiga responsável – a sua mãe.

Mal chegou ao tribunal depois de quatro dias na cadeia e de uma semana de descanso, leu uma declaração perante jornalistas e manifestantes a favor e contra o casamento gay, que se acotovelavam à porta do tribunal do condado de Rowan: «Amo os meus adjuntos e odeio o facto de eles terem sido apanhados no meio disto. Se algum deles sentir que deve emitir uma licença não autorizada, não farei nada contra eles.»

No tribunal onde manda Kim Davis só há um funcionário que tem obedecido ao Supremo, que em finais de Junho legalizou o casamento gay em todos os estados do país. Chama-se Brian Mason, e no mesmo dia em que Davis regressou ao trabalho, pôs a sua assinatura nos papéis que selaram o casamento entre Shannon e Carmen, duas mulheres que mantêm uma relação há 23 anos.

Enquanto o casal recebia os papéis das mãos do funcionário, perante as câmaras de televisão, os aplausos dos amigos e os assobios dos que se opõem ao casamento gay, Kim Davis estava fechada no seu gabinete, com as cortinas corridas.

O único problema é que o documento entregue por Brian Mason a Shannon e Carmen não tem a assinatura de Kim Davis, que é a principal responsável pelo tribunal do condado. Para contornar essa questão, as autoridades do Kentucky alteraram o texto, retirando o nome de Davis e sublinhando que o casamento é válido em cumprimento de uma ordem judicial federal.

Mas, como Davis fez questão de frisar na sua declaração, esse remendo federal pode estar longe de ser uma solução pacífica: «Qualquer licença sem autorização que eles emitam não terá o meu nome, o meu título nem a minha autoridade.»

E reforçou o seu apelo a que lhe seja concedido um estatuto de excepção, devido às suas crenças religiosas: «Será que o nosso Estado não é suficientemente grande, compassivo e tolerante para encontrar uma forma de acomodar as minhas profundas convicções religiosas?»

Até agora, todos os tribunais a que Davis recorreu têm respondido de forma inequívoca a essa pergunta com um rotundo «não».

No dia 3 de Setembro, o juiz do Kentucky David Bunning, filho de um antigo senador do Partido Republicano e nomeado para o cargo pelo ex-Presidente George W. Bush, deixou bem claro que Kim Davis só tem duas opções: ou cumpre a ordem do tribunal, ou terá de procurar outro emprego.

«A nossa forma de governo não sobreviverá a não ser que nós, como sociedade, concordemos em respeitar as decisões do Supremo Tribunal dos EUA, independentemente das nossas opiniões pessoais. Não há dúvidas de que Davis é livre para discordar da opinião do tribunal, tal como muitos outros americanos discordarão, mas isso não a isenta de cumpri-la. Admitir o contrário equivaleria a estabelecer um precedente perigoso.»

Antes da decisão do juiz Bunning, já o tribunal de recurso do Sexto Circuito tinha dito a Kim Davis que uma coisa é a sua crença, outra coisa é a sua responsabilidade enquanto representante do governo: «Não é defensável que o titular do cargo no condado de Rowan, independentemente da pessoa que o ocupa, possa negar-se a agir em conformidade com a Constituição dos Estados Unidos.»

O caso de Kim Davis tem sido aproveitado por alguns candidatos à nomeação pelo Partido Republicano na corrida à presidência dos EUA, mas as sondagens nacionais indicam que uma larga maioria da população concorda com as decisões dos tribunais. Segundo a sondagem mais recente, do jornal Washington Post e da estação ABC, 63% dos inquiridos consideram que Davis deve assinar as autorizações apesar das suas crenças religiosas; outros 16% concordam, mas dizem que a funcionária não deve ser presa por se opor ao Supremo.

A mesma sondagem indica também que o caso de Kim Davis pode não ser suficiente para relançar o debate sobre o casamento gay nos EUA, apesar da visibilidade mediática e do apoio manifestado por alguns dos candidatos Republicanos, como Mike Huckabee e Ted Cruz.

Para além da natural oposição entre os eleitores do Partido Democrata, a sondagem do Washington Post e da ABC revela um indicador curioso: a maioria dos Republicanos que apoiam a funcionária do tribunal do condado de Rowan dizem que vão votar em Donald Trump, um candidato que se pôs ao lado da decisão do Supremo Tribunal.

«Este não era o emprego certo para ela, porque temos uma decisão do Supremo Tribunal e há leis neste país. Temos de cumprir o que o Supremo Tribunal decide, independentemente de concordarmos ou não com essa decisão», disse Trump numa entrevista ao apresentador da Fox Bill O'Reilly.





quarta-feira, 16 de setembro de 2015


Espiando Amigos:

Estados Unidos e Israel


Machla Abramovitz, Mishpacha 5 de Agosto de 2015

http://pt.danielpipes.org/16105/estados-unidos-israel-espionando

Original em inglês: Spying on Friends: The U.S. and Israel

Veio a público em 2013, exposto pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, até que ponto os Estados Unidos espionam países amigos, inclusive Israel. Há praticamente quatro anos, num documento ultra-secreto, o Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira deu autorização à Agência de Segurança Nacional (NSA em inglês) o direito de monitorar mais de 190 governos e entidades estrangeiras. Assim sendo enquanto Jonathan Pollard foi sentenciado a prisão perpétua por passar informações sigilosas a um aliado (Israel), o que indicam as revelações da NSA sobre a espionagem dos Estados Unidos em relação a Israel?

O especialista em política Daniel Pipes vem pesquisando exaustivamente o ponto fraco do relacionamento secreto entre os EUA e Israel. Do quarto do hotel onde estava hospedado em Estocolmo na Suécia, ele explicou a natureza complexa desse relacionamento, bem como as actividades de Pollard e a subsequente condenação em todo esse contexto. – M.A.

Pergunta: Dadas as revelações da NSA, as acções de Pollard não faziam parte do jogo entre amigos? Porque a condenação, sem precedentes, a prisão perpétua por espionar para um país amigo, cujo governo, até agora, se recusa a reduzir a pena?

Resposta: Deixe-me começar dizendo que Pollard cometeu um crime e que deve ser punido por isso, mas de forma proporcional. O que Pollard fez não foi nada de mais se comparado a espiões condenados como John Anthony Walker, que durante décadas entregou informações altamente confidenciais sobre submarinos aos soviéticos.

A dura reacção do tribunal pode ser atribuída em parte ao Secretário da Defesa Caspar Weinberger, que fez com que os advogados americanos voltassem atrás num acordo fechado após uma negociação com Pollard. Weinberger, no entanto, não estava sozinho na exigência e insistência na manutenção dessa pena fora do comum.

De acordo com o ex-director de política do American Israel Public Affairs Committee (AIPAC) Steven Rosen, há um entendimento vindo da contra-inteligência do FBI que Israel se infiltrou na inteligência dos EUA e que essa rede de espiões tinha que ser totalmente desmantelada. Pollard era visto com a parte visível dessa rede. Essa teoria pode explicar porque todos os agentes da inteligência americana continuaram a insistir para que Pollard não fosse solto, mesmo quando Weinberger não desfrutava mais de poder.

Pergunta: Em 29 de Agosto de 2013, Edward Snowden entregou um documento ao jornal Washington Post expondo o custo aos EUA da sua gigantesca rede de espionagem. Nela, Israel juntamente com a China, Rússia, Irão e Cuba são alvos prioritários. Isso enfatiza ainda mais a hipocrisia americana em relação a Pollard?

Resposta: A história de espionagem mútua entre EUA e Israel vem de longa data,  ainda antes da criação do Estado. Em meados de 1980, houve um caso inverso ao de Pollard. O agente de inteligência Major Yosef Amit, que mantinha estreitas relações com o Shin Bet, foi recrutado pelo agente da CIA Tom Waltz, que subsequentemente lhe forneceu informações sigilosas sobre posicionamento de tropas e directrizes em relação aos territórios e ao Libano. Em 2004, a marinha israelense interceptou um submarino espião americano e perseguiu-o para fora das suas águas territoriais.

Condoleezza Rice tinha um papel de liderança
na espionagem americana sobre Israel.
Uma das evidências mais danosas da espionagem americana sobre Israel foi encontrada num memorando de 2008, revelado pela WikiLeaks, no qual a Secretária de Estado Condoleezza Rice aprova a obtenção de informações militares e políticas altamente confidenciais relacionadas à segurança de Israel. As revelações de Snowden, contudo, permanecem como sendo as mais abrangentes e específicas. Os documentos da NSA, que ele disponibilizou, revelam a estreita colaboração entre a NSA e a Israel SIGINT National Unit (ISNA), na qual a NSA entrega aos seus pares israelenses dados originais, não filtrados, para serem analisados. Mas expõem, paralelamente, o rastreamento da agência de «alvos militares israelenses de alta prioridade» como drones e o sistema de mísseis Black Sparrow e o facto de uma estimativa do Serviço Nacional de Informações ter classificado os serviços de inteligência de Israel como o terceiro mais agressivo contra os EUA.

O primeiro-ministro Netanyahu também está a ser pessoalmente visado. Sabendo disso, age, intencionalmente, de forma misteriosa. Não tem telefone privado, não envia e-mails e não tem computador no seu gabinete. As suas conversas mais confidenciais acontecem nos escritórios da Mossad e mesmo assim gosta de fazer uso de gestos com as mãos, dar ordens por escrito e falar em código. Nem sequer esclarece o significado do código, consternando as autoridades israelenses.

Pergunta: Com o passar dos anos, o caso Pollard continuou a ser motivo de constante atrito no relacionamento entre israelenses e americanos. Será que a saída da prisão de Pollard irá aliviar as tensões entre os dois países?

Resposta: Não fará diferença nenhuma. Se a saída da prisão tivesse vindo noutra altura, quando os desafios eram menores, poderia ter sido usada pela administração Obama, de alguma maneira, para mudar opiniões. Mas dada a enormidade do acordo com o Irão e a banalidade disso, não vejo como alguém aprovaria o acordo com o Irão com base nesse gesto.


Tradução: Joseph Skilnik





sábado, 12 de setembro de 2015



Restauração imediata do feriado nacional

do 1.º de Dezembro




A reactivação do feriado do 1.º de Dezembro
e dos valores que ele representa,
é mais necessária do que nunca!


Caro(a) amigo(a),

Não custa mesmo nada.Se ainda não o fez, pedimos que se junte a esta petição nacional para a restauração imediata do 1.º de Dezembro. Começámos no mês de Agosto, com quase toda a gente de férias, sendo fundamental, agora, dar um impulso final decisivo.

PASSE PALAVRA também, enviando mails aos seus amigos e conhecidos.


É muito simples e pode ser feito directamente pela internet.

Esta petição é independente de outras que foram lançadas em 2012 e que esgotaram, na altura, o seu objecto. E é também independente da Iniciativa Legislativa de Cidadãos que temos em curso, em impressos próprios em papel. Quem assinou qualquer dessas, também pode assinar esta. Mais: DEVE ASSINAR TAMBÉM ESTA. Visam fins e oportunidades diferentes.

Aqui, nesta petição electrónica, precisamos de atingir 4 000 subscritores até ao fim do mês, a fim de darmos entrada da petição na Assembleia da República, no dia 12 de Outubro. Pode ler o respectivo texto introdutório, onde se explica a oportunidade e o propósito.

Contamos consigo. ASSINE E PASSE PALAVRA.



Não custa nada! Dois ou três cliques e... já está.
E avise os seus amigos e conhecidos por favor.


Pela Comissão Coordenadora,

José Ribeiro e Castro
Deputado

Movimento 1.º de Dezembro: www.facebook.com/1dezembro www.1dezembro.pt





quinta-feira, 10 de setembro de 2015


Sentimentalismo caro


Alberto Gonçalves, Diário de Notícias, 6 de Setembro de 2015

Talvez não fazer nada, hoje, seja um dia meio caminho andado para uma morte precoce

Quando redobraram as notícias sobre multidões que fogem para a Grécia e para a Europa em geral, pensei tratar-se de uma falha – nas notícias ou no GPS das multidões. Afinal, estivemos meses a aprender que na Grécia, e na Europa em geral, se vivia uma tragédia humanitária nunca vista. Contra todas as expectativas, havia tragédias assaz maiores já ali ao lado. E os que lamentavam a devastadora austeridade que nos caiu em cima são os mesmos que agora exigem a partilha da nossa ofensiva abundância com os desafortunados do Médio Oriente e de onde calha. De súbito, a Europa tornou-se rica e repleta de empregos, alojamentos decentes, mesas fartas, privilégios sem fim. É o lado bom da crise dos refugiados.

O lado mau é que os corpos dos refugiados, vivos ou mortos, continuam a dar à costa. Vale que a reacção dos europeus se revela de fulgurante utilidade: correr para o Facebook a partilhar a fotografia do cadáver de uma criança estendido na praia e a criticar a passividade da Europa. Ou a indiferença dos governos. Ou a desumanidade de um destinatário genérico que naturalmente exclui o próprio – e heróico – indignado em causa. Parece um concurso para apurar qual é o cidadão mais piedoso.

Por falta de candidatos, não é de certeza um concurso para apurar qual o cidadão que abriria as portas de casa ao maior número de refugiados. Descontadas as «dezenas» de voluntários de que falam as notícias, não vi muitas almas sensíveis passarem da sensibilidade à prática e afirmarem-se disponíveis para albergar, por um período transitório, dois sírios ou quatro curdos no quarto das traseiras. Possivelmente os refugiados perturbariam o sossego do lar, essencial para se alinhavar no Facebook manifestos de extrema preocupação com o destino dos refugiados. Esta atitude traduz a típica bravura moral de quem subscreve petições pelos pobres e não se digna olhar o mendigo que o interpela na rua. Ou de quem chora os «cortes» no SNS e não visita o amigo doente. Ou de quem protesta as touradas e não abriga um cão vadio. O sentimentalismo sem compromisso preza a higiene. E é, desculpem lá, uma treta.

Mas houve pelo menos um português que saltou por cima das tretas e foi directamente ao assunto: o combate ao Estado Islâmico. A Sábado desta semana entrevista Mário Nunes, o militar de 21 anos que desertou da Força Aérea para, ao longo de quatro meses, lutar contra os jihadistas na Síria. Porquê? Porque prefere «morrer a não fazer nada». É maluco? Deve ser. Sensatos são os que ficam pelas ditas «redes sociais», a repousar as consciências e a responsabilizar uma vaga Europa pelos refugiados que a Europa real acolhe, sabe Deus a que preço. Talvez não fazer nada, hoje, seja um dia meio caminho andado para uma morte precoce. Ou pior, dadas as carências do islão imoderado em matéria de compaixão.





terça-feira, 8 de setembro de 2015


O Estado Islâmico:

desvendando o Exército do Terror


Carlos I. S. Azambuja

Cristãos, yazidis e turcos estão entre os mais perseguidos pelo Estado Islâmico, grupo dissidente da Al Qaeda que ocupou grandes partes do território do Iraque e da Síria. Eles estão sistematicamente a fixar homens, mulheres e crianças baseados na sua filiação religiosa ou étnica e estão a realizar impiedosamente uma limpeza étnica e religiosa generalizada nas áreas sob o seu controle.

O Estado Islâmico surgiu em 2006 depois da invasão dos EUA e seus aliados no Iraque, com sobreviventes da Al Qaeda no país, e ganhou força entre 2011 e 2013 quando teve início a rebelião na Síria. O seu actual comandante é Abu Bakr al-Baghdad.

Quando o EI invadiu a cidade de Mosul, capital da província de Ninewah, no Iraque – conquistando uma extensão de terras equivalente ao tamanho da Grã- Bretanha –, o EI possuía apenas 800 combatentes. Hoje o seu efectivo é estimado pela CIA entre 20 mil e 40 mil combatentes com acesso a recursos de 2 milhões de dólares oriundos de fontes diversas, entre as quais sequestros, roubos e, principalmente, a exploração e venda de petróleo da refinaria de Beiji, no norte do Iraque. Segundo experts, o Estado Islâmico controla 12 campos de petróleo no Iraque e na Síria, com capacidade de produzir 150 mil barris por dia, com receitas diárias estimadas em quase 3 milhões de dólares.

Cinco meses antes da queda de Mosul o presidente Barak Obama havia menosprezado o EI, tachando-o de «um bando inexperiente de terroristas».

De onde veio o Estado Islâmico e como ele conseguiu fazer tanto estrago em tão pouco tempo?

Os Estados Unidos estiveram em guerra contra o EI por quase uma década, incluindo aí as suas várias encarnações, como a Al-Qaeda no Iraque, depois como Conselho Consultivo Mujahidin e, por fim, Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Muita coisa relativa a esse inimigo totalitário e teocrático permanece esquecida ou simplesmente pouco investigada. Debates a respeito da sua ideologia, estratégia de guerra e dinâmica interna persistem em todos os países comprometidos com a sua derrota. O EI é, na realidade, o último rosto numa culminação sangrenta de uma longa disputa dentro da hierarquia do jihadismo internacional.

Examinando o EI como ele é hoje em dia, com base em entrevistas com militantes activos (alguns já falecidos), espiões, agentes adormecidos e também as suas vítimas, chega-se à conclusão de que um dos principais centros de recrutamento de militantes foram os presídios, especialmente no Médio Oriente, que serviram, por anos, como academias do terror, onde extremistas conhecidos puderam congregar, tramar e desenvolver as suas habilidades de convencimento e liderança, recrutando uma nova geração de combatentes.

O EI é uma organização terrorista, mas não é apenas uma organização terrorista. É também uma máfia adepta em explorar mercados obscuros internacionais que existem há décadas para o tráfico de petróleo e armas. É um completo aparato de conluio que se infiltra em organizações rivais e recruta silenciosamente membros activos antes do controle total dessas organizações, derrotando-as no campo de batalha ou tomando as suas terras.

É uma máquina de propaganda eficiente e hábil na disseminação das suas mensagens e no recrutamento de novos membros através das redes sociais. A maioria dos seus principais comandantes serviu no exército ou nos serviços de segurança de Saddam Hussein.

O EI apresenta-se para uma minoria sunita no Iraque e uma maioria sunita mais perseguida e vitimada na Síria como a última linha de defesa da seita contra uma série de inimigos – os «infiéis» Estados Unidos, os Estados «apóstatas» do Golfo Pérsico, a ditadura alauita «Nusayri» na Síria, a unidade «rafida» e de resistência no Irão e a última satrápia de Bagdade. Estima-se que além do Estado Islâmico existam outros 450 grupos rebeldes operando na Síria.

O EI, de forma brutal e inteligente, destruiu as fronteiras dos estados-nação da Síria e do Iraque e proclamou-se o restaurador de um império islâmico. Tem como capital a cidade de Mosul, o seu idioma oficial é o árabe, o governo é um califado islâmico, declarado em 29 de Junho de 2014; possui uma bandeira e um brasão de armas. Já criou a sua própria bandeira, tribunais, ministérios, passaportes e até placas de carros. Em Novembro de 2014 criou a sua própria moeda, parte de um plano para restaurar o califado que dominou o Médio Oriente há mais de 1 300 anos.

Abu Bakr al-Baghdadi – ungido califa Ibraim – proclamou o fim do ISIS (em inglês Islamic State of Iraq and al-Sham) e o nascimento do Estado Islâmico no dia 28 de Junho de 2014, o primeiro dia do Ramadão. A partir de então, apenas o Estado Islâmico passaria a existir, dividindo a humanidade em dois campos. O primeiro era «o campo dos muçulmanos e dos mujahidin (guerreiros sagrados) por toda a parte»; o segundo era «o campo dos judeus, dos Cruzados e os seus aliados».

O campo de treino do EI e dos seus antecessores, na fronteira do Afeganistão com o Paquistão, que treinou os idealizadores dos ataques ao World Trade Center, tem três fases distintas de treino e doutrinação.

A primeira consiste em «dias de experimentação», com a duração de 15 dias, durante os quais um recruta é sujeito à «exaustão psicológica e moral» – para separar os fracos dos verdadeiros guerreiros.

A segunda é o «período de preparação militar», com a duração de 45 dias, durante os quais um recruta aprende como empunhar armas leves, evolui para o lançamento de mísseis portáteis superfície-ar e cursos de cartografia.

A terceira e última fase é o «curso de tácticas de guerra de guerrilhas», no qual é ensinada a teoria militar de Von Clausewitz para terroristas.

Em Março de 2009, o departamento de Defesa dos EUA mudou oficialmente o nome das operações contra o EI de «Guerra Global Contra o Terror» para «Operações Contingenciais Externas» e em Maio de 2013 o presidente Obama declarou que a «guerra ao terror» tinha terminado.

Sete meses depois, em Janeiro de 2014, numa entrevista à revista «The New Yorker» Obama minimizou o poder do Estado Islâmico comparando-o a um «jayvee» (equipa de desporto dos estudantes do 3.º ano).

Se os EUA quisessem fazer uma demonstração de força no Iraque e na Síria, poderiam expulsar rapidamente o EI dos seus esconderijos. Porém, o difícil viria depois, com a provável onda de atentados e guerra assimétrica que certamente duraria anos e teria custos enormes.

Obama, dezoito meses depois, em 8 de Junho de 2015, disse que a sua administração «ainda não tinha nenhuma estratégia» para lidar com o Estado Islâmico. Ao que tudo indica a sua administração continua «sem estratégia até hoje». Pelo que se observa, o Estado Islâmico sim, tem uma estratégia, pois a guerra jihadista contra o Ocidente e seus aliados continua a crescer.

Em Agosto de 2014, Obama declarou que a estratégia dos EUA no combate ao EI está amparada em quatro pilares: ataques aéreos, apoio aos aliados locais, esforços de contraterrorismo para prevenir ataques, e assistência humanitária contínua a civis.

Em Setembro de 2014 o presidente Barak Obama numa sessão na ONU declarou que «os países devem evitar o recrutamento e o financiamento de combatentes estrangeiros». Segundo ele, «os EUA irão trabalhar para destruir essa rede da morte», em alusão ao Estado Islâmico.

E prosseguiu: «Nós vamos apoiar a luta dos iraquianos e dos sírios para proteger as suas comunidades. Vamos treinar e equipar as forças que estão lutando contra esses terroristas no terreno. Vamos trabalhar para acabar com o financiamento deles e parar o fluxo de combatentes que se juntam ao grupo. Eu peço ao mundo que se junte a nós nessa missão». E concluiu fazendo um apelo aos muçulmanos para rejeitarem a ideologia do Estado Islâmico.

Obama encerrou o seu discurso dizendo que «as palavras que dissemos aqui precisam de ser transformadas em acção...com os países e entre eles, não apenas nos dias que se seguem, mas nos anos que virão». Uma resolução proposta pelos EUA foi aprovada por unanimidade no Conselho de Segurança da ONU. No final, mais de 40 países ofereceram-se para fazer parte da coligação «anti-EI», liderada pelos EUA.

Em Junho de 2015 Obama voltou a referir-se ao EI declarando que «falta recrutar e treinar mais militares iraquianos dispostos a combater o Estado Islâmico. Não temos ainda uma estratégia completa, pois faltam compromissos dos iraquianos no que diz respeito a como é feito o recrutamento e como é que as tropas serão treinadas».

Os EUA gastam, em média, cerca de 9 milhões de dólares por dia para combater o Estado Islâmico, e os custos totais já passam de 2,7 milhões desde o início da campanha de bombardeamentos contra o EI.

Em qualquer actividade – passando pela organização e pela hierarquia –, o EI está anos-luz à frente das demais facções que actuam na região. Apresenta o que parece ser o início da estrutura de um semi-Estado – ministérios, tribunais e até mesmo um sistema tributário rudimentar –.

Nos campos de treino cerca de 300 crianças com idades até aos 16 anos recebem instrução como combatentes e terroristas suicidas no EI. Aprendem a ideologia fundamentalista e a manusear armas pesadas. Esses campos são anunciados como «Clubes de Escuteiros».

Uma revista editada pelo Estado Islâmico, intitulada «DABIQ», que já está na sua terceira edição, publicada em várias línguas, inclusive o inglês, apresenta o EI como a única voz muçulmana no mundo, na tentativa de cooptar estrangeiros para lutarem pelo califado no Iraque e na Síria.

Segundo o Conselho de Segurança da ONU, somente no ano de 2014 cerca de 15 mil estrangeiros de mais de 80 países, viajaram à Síria e ao Iraque a fim de lutarem ao lado do EI e grupos terroristas semelhantes. A ONU ressaltou que o aumento nesse número ocorre numa escala «sem precedentes». Segundo a União Europeia, mais de 5 mil europeus uniram-se à jihad na Síria e no Iraque, mas segundo a comissária europeia da Justiça, esse número «é muito subestimado».

O Estado Islâmico foi designado como organização terrorista pelos seguintes países: EUA em 17/12/2004, Austrália em 2/3/2005, Canadá em 20/8/2012, Arábia Saudita em 7/3/2014, Inglaterra em 20/6/2014, Indonésia em 1/8/2014 e Alemanha em 12/9/2014.

Os cristãos que vivem nas áreas dominadas pelo Estado Islâmico têm apenas três opções: converterem-se ao islamismo; pagar um imposto religioso (o jizya); ou morrer.

Militantes do Estado Islâmico estariam sendo contrabandeados para a Europa pelas gangues que operam no mar Mediterrâneo, segundo uma fonte do governo líbio declarou à BBC. Os extremistas são misturados com migrantes que viajam nos barcos desde a costa africana em direcção ao continente europeu, porque a polícia não sabe quem é refugiado e quem é militante do EI, pois isso é extremamente difícil.

Em Setembro de 2015, a polícia federal descobriu uma rede de apoiantes do Estado Islâmico em São Paulo. A descoberta assusta, ainda mais porque o TERRORISMO NÃO É CONSIDERADO CRIME NO BRASIL.

Para concluir, uma análise do general Álvaro Pinheiro, em Abril de 2015:

«A possibilidade do Estado Islâmico/ISIS desencadear o terrorismo nos cinco continentes, corroborada pelos recentes atentados na Bélgica, Canadá, Austrália, França e Tunísia, é encarada em todo o mundo Ocidental com a máxima responsabilidade. Nesse contexto, a infiltração do EI/ISIS na área da Tríplice Fronteira no Cone Sul da América do Sul é absolutamente consensual no âmbito da comunidade de inteligência internacional. Não encarar esse indício com a devida responsabilidade é mais um verdadeiro CRIME DE LESA PÁTRIA».





segunda-feira, 7 de setembro de 2015


Pelo fim imediato da entrada

de refugiados em Portugal



Para: Assembleia da República Portuguesa

CONSIDERANDO QUE:

– Portugal tem mais de 2 milhões de pessoas quase no absoluto limiar da pobreza;

– Portugal tem mais de 150 00 crianças com fome;

– Portugal tem uma taxa de desemprego superior a 20%, entre os quais mais
de 70 000 licenciados;

– Portugal está na cauda da Europa no que diz respeito ao rendimento familiar.

– Portugal apresenta uma taxa enorme, de pessoas conhecidas como «Sem abrigo».

CONSIDERANDO TAMBÉM QUE:

– Os Portugueses têm uma elevada taxa de crédito mal-parado devido à crise instalada o que levou a que:

– Fossem obrigados a entregar as suas habitações, automóveis e restante património aos bancos por falta de pagamentos das prestações ora assumidas;

– Entrassem em listas de incumprimento geridas pela actividade bancária e para-bancária o que:

– Limita-lhes a obtenção de qualquer tipo de empréstimo para refazerem a sua vida familiar e profissional.

LOGO:

Não é justo, sendo mesmo uma afronta aos Portugueses supra-citados (que vivem miseravelmente) e aos outros sobrecarregados de impostos vários que os refugiados tenham, entre outras benesses:

– Subsídio de «integração»;

– Habitação mobilada e equipada;

– Consumo de electricidade gratuito (na medida em que está paga pelo estado)

– Consumo de água gratuito (na medida em que está paga pelo estado)

– Consumo de gás gratuito (na medida em que está paga pelo estado)

– Consumo de telecomunicações gratuito (na medida em que está paga pelo estado)

A somar a isto tudo ainda:

– Formação profissional paga!

ASSIM PRETENDE ESTA PETIÇÃO:

Recolher assinaturas suficientes, no sentido de obrigar a Assembleia da República a proibir a entrada de refugiados em território português.

Os Peticionários:

Salvador Costa e todos os administradores do grupo no Facebook «Pelo fim imediato da entrada de refugiados em Portugal» com endereço em:

https://www.facebook.com/groups/refugiados.portugal

Contactos do criador da petição:

Correio electrónico: salvador.costa@gmail.com

ou https://www.facebook.com/groups/refugiados.portugal


Apoie esta Petição. Assine e divulgue.
O seu apoio é muito importante.







quarta-feira, 2 de setembro de 2015


O lamentável encerramento

do Instituto de Odivelas


João José Brandão Ferreira, Oficial Piloto Aviador

«Morta por dentro, mas de pé
de pé, como as árvores».
Palmira Bastos
(Peça teatral «As árvores morrem de pé»)

O Governo em funções, através do seu ministro da defesa – seguramente um dos piores ministros desde que o cargo foi criado, em 1950 – decidiu encerrar o Instituto de Odivelas (IO), escola notável, centenária e de excelência.

A admissão de novas alunas foi interrompida este ano lectivo e as alunas existentes, que assim o entendam, irão ser transferidas para o Colégio Militar, onde está a ser ultimada uma camarata, para estabelecer a aberração da existência de um internato feminino e masculino de menores, no mesmo espaço colegial.

Edifício já cognominado pelos actuais alunos com o significativo nome de «maternidade»…

Este encerramento configura um crime cultural, educativo e patrimonial; antipatriótico e de vistas curtas. «Estúpido» será uma maneira pouco loquaz, mas assertiva de classificar o gesto![1]

Nele serão implicados, no julgamento da História e do bom senso, os sucessivos políticos – quais bárbaros do «Estado Islâmico» – que provocaram o acto; as chefias militares que tremeram de coragem, na defesa pífia que fizeram das instituições que tutelavam (o que se passa no IO está intimamente ligado com as duas outras escolas militares de ensino secundário, que estão a ficar completamente descaracterizadas); as diferentes associações de pais e de antigos alunos, por causa da falta de entendimento que revelaram, ao não terem estabelecido uma acção comum e concertada, para fazer frente a esta verdadeira «invasão de Vândalos».

Complexos de quinta e egoísmos de capela, não são bons conselheiros quando causas mais altas se levantam!

A Comunicação Social eivada de «ismos», nunca transmitiu uma ideia equilibrada do que se estava a passar, ao passo que o comum dos cidadãos vive uma ignorância esfarrapada, relativamente a tudo que é importante e se passa à sua volta, aos costumes disse nada.

Quanto ao inquilino de Belém, lá esteve no seu comportamento habitual de «falta de comparência a jogo».

Uma tristeza.

Apetece também perguntar para que serve a «liberdade de expressão» e de «opinião». Pois, aparentemente, serve apenas a quem é dono, ou controla os Órgãos de Comunicação Social.

Lamentavelmente também, não se pode ter qualquer tipo de esperança na retroversão da situação por rebate de consciência, tão pouco numa eventual mudança do quadro parlamentar e governamental por via de eleições que se desenhem no horizonte.

Por um lado o senso comum é siderado e obliterado, pela tecnocracia cega, vesga e bruta e, sobretudo, pelo «cheiro a negócio» – resta, aliás, saber o destino das instalações do IO; depois porque quando se trata de resolver algo que tenha a ver com o termo «militar», todas as forças políticas representadas no hemiciclo dos antigos frades de S. Bento – e que pouco mais se representam do que a elas próprias – fazem concorrência para ver quem consegue fazer mais asneiras, mais depressa.

Não se pode confiar neles nem uma migalha.

Lembramos até, o caso de Paulo Portas, quando era ministro da defesa e botou fala na cerimónia comemorativa dos 100 anos do Instituto Militar dos Pupilos do Exército, em 2011.

Disse então S. Excelência e mestre em demagogia: «Eu não me arrependo de, porventura contra ventos e marés, ter tomado a decisão de não deixar encerrar os Pupilos do Exército. O custo de uma decisão tecnocrática e simplista como essa significaria o desaparecimento de uma instituição secular que tem um lugar próprio no ensino das Forças Armadas, e que tem méritos destacados na história do ensino militar em Portugal» e continuava sempre no mesmo estilo: «A nota institucional que eu queria deixar tem a ver com a importância do ensino na Instituição Militar. Eu faço parte daqueles que acreditam que Portugal é um país forjado por soldados e que não teria a sua independência garantida sem as Forças Armadas»; «…dir-vos-ia, por isso, que os Pupilos do Exército… fazem todo o sentido neste século XXI…»

Mas, saído do pelouro, que para mal dos nossos pecados nunca deveria ter ocupado, esqueceu-se rapidamente dos méritos dos estabelecimentos militares de ensino, que tanto elogiou, e sendo vice-primeiro-ministro de um governo, que relativamente a fardas só faz disparates, deixou cair o IO como se de um trapo velho se tratasse!

Resta pois recorrermos a Fátima ou esperar pelo D. Sebastião o que convenhamos não nos pode deixar tranquilos, quando o nosso proverbial desleixo e indiferença, não abona a que tais entidades se prestem a compadecer de nós.

Em alternativa e por exclusão de partes, resta preparar um encerramento digno para o IO, que não pareça um funeral rápido e esquivo, e lhe preserve a memória.

Uma memória que não envergonha os futuros portugueses e em que estes se podem rever sem lhes corar a face de vergonha, antes lhe arrima os ânimos e o orgulho pela terra que lhes deu o berço.

O Instituto de Odivelas vai morrer. Pois que morra de pé. Como as árvores.


[1] Deviam até, candidatar-se, na «UNESCO» ao prémio da «Estupidez Imaterial da Humanidade»…