BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

terça-feira, 29 de novembro de 2016


Portugal na Ibéria




Repensar Portugal

A posição de Portugal na Ibéria deve ser vista à luz de vários factores.

Primeiro. Apenas uma forte identidade como a portu­guesa, fruto das parti­cularidades do seu povo e de novecen­tos anos de história rica de êxitos, poderia manter a sua indepen­dência face a um vizinho cobiçoso, militarmente mais po­deroso e ameaçador.

Segundo. O Estado espanhol, tutelado por Castela, per­manece um arqui-inimigo da independência portuguesa, ape­sar de hoje ser obrigado a agir de forma própria no quadro interna­cional actual, que já não lhe permite as veleidades militares de ou­trora, a que aliás assistimos até mesmo no século XX.

Terceiro. A luta dos movimentos independentistas das nações ibéricas hoje submetidas a Castela previsivelmente conduzirá, a prazo, ao desman­telamento do Estado espa­nhol, acontecimento apenas protelado pela ainda manuten­ção do regime monárquico, entretanto já posto em causa.

Quarto. A ultrapassagem económica de Portugal pela Espanha como consequência do acidente histórico do 25 de Abril de 1974 pode ser apenas um episódio conjuntural, dependendo a recolocação de Portugal na dianteira exclu­si­vamente das políticas portuguesas serem adequa­das, isto é, dependendo exclu­si­vamente dos Portugueses.

Quinto. O actual adiantamento conjuntural da Espanha se­duz alguns portugueses e é utilizado como isco por co­mer­­ciantes ávi­dos e sem valores patrióticos, tecnocratas apátridas e políticos e in­telec­tuais ven­didos a inte­resses castelhanos, que procuram camuflar os seus interesses materiais com variantes do velho ibe­rismo.

Sexto. A integração de Portugal e do Estado espanhol na União Europeia não significa de modo nenhum o desa­parecimento das fronteiras entre os dois estados, como pretendem falacio­samente os hiper-europeístas internos, com interesses co­merciais ou políticos, e os seus seguidores inconscientes.


Num momento em que se adivinha o desman­telamento do Estado espanhol, tornam-se visivelmente irrealistas as aspirações e a propaganda para realizar o sonho unifi­cador iberista de alguns. No entanto, o neo-iberismo, hoje mais de cariz mercanti­lista do que político, exerce sobre alguns responsáveis políticos portugueses, se não um certo fascínio, pelo menos uma influência inibidora dos seus deveres de Estado no relacionamento com o Estado espa­nhol, no­meadamente no cenário europeu.

Hoje, no cenário das instituições europeias, joga-se em grande parte não apenas o futuro de Portugal mas também as relações entre Portugal e o Estado espanhol. Aí, tal como ontem em Aljubarrota e Montes Claros, os representantes de Portugal devem demonstrar grande consciência e gran­de firmeza na defesa dos interesses portugue­ses.

O Estado espanhol ocupa ilegalmente as terras portu­guesas de Olivença e procura fazer cair no esquecimento o assunto. Portugal deve utilizar todas as tribunas interna­cionais à sua disposição, no­meadamente as insti­tuições europeias, a NATO e as Nações Unidas, para fazer valer os seus direitos e obter a reso­lução deste problema pendente.

Das previsíveis e inevitáveis mudanças profundas nas estruturas de Estado peninsulares resultará uma maior influência por­tuguesa no contexto ibérico. Com essa trans­formação política, também a língua castelhana per­derá influência na Europa e no mun­do e, consequente­mente, a língua portuguesa ganhará uma melhor posição relativa.






segunda-feira, 28 de novembro de 2016


A propósito de Olivença e da visita do novo Filipe


Declaração do Grupo dos Amigos de Olivença


Por ocasião da visita a Portugal do Chefe de Estado de Espanha, Sua Majestade o Rei Filipe VI, o Grupo dos Amigos de Olivença, torna público o seguinte:

A Questão de Olivença, inquestionavelmente presente na realidade política luso-espanhola, continua por resolver, uma vez que Portugal não reconhece a soberania de Espanha sobre o território e considera o mesmo, de jure, português. Aliás, o Governo português, conforme o comando constitucional, tem reafirmado publicamente que «mantém a posição conhecida quanto à delimitação das fronteiras do território nacional» e que «Olivença é território português».

O litígio à volta da soberania de Olivença, propiciando, pela sua natureza, desconfiança e reserva entre os dois Estados, tem efeitos reais e negativos no seu relacionamento. Se o confronto se evidencia em episódios «menores», também é certo que muitos dos atritos e dificuldades verificados em áreas relevantes da política bilateral terão causa na persistência da Questão de Olivença.

Porque uma política de boa vizinhança entre os dois Estados não pode ser construída sobre equívocos e ressentimentos, sendo escusada, inadmissível e insustentável a tentativa de esconder a existência política da Questão de Olivença e os prejuízos que ela traz ao relacionamento peninsular, impõe-se que a mesma seja inscrita — com natural frontalidade e sem subterfúgios — na agenda diplomática luso-espanhola.

Nas circunstâncias actuais, em que se procura aprofundar essa visão de amizade fraterna entre os dois povos, assente numa amizade antiga e por conseguinte experimentada, exigente e desafiadora, e integrando Portugal e Espanha os mesmos espaços políticos, económicos e militares, com salutar aproximação e colaboração em vastas áreas, são propícias a que ambos os Estados assumam que é chegado o momento de discutir, de forma adequada, a Questão de Olivença e de dar cumprimento à legalidade e ao Direito Internacional.

O Grupo dos Amigos de Olivença, com a legitimidade que lhe conferem 78 anos de esforços pela retrocessão do território, lança um desafio aos Governantes dos dois Estados para que, no respeito pela História, pela Cultura e pelo Direito, dêem início a conversações que conduzam à solução justa do litígio.

O Grupo dos Amigos de Olivença, na véspera do 1.º de Dezembro, dia em que se assinala a Restauração da Independência Nacional, obra do glorioso e unânime esforço colectivo do povo português, fazendo seus os anseios de tantos e tantos portugueses, apela ao Governo de Portugal para que, resolutamente, leve por diante a sustentação dos direitos de Portugal. 

O Grupo dos Amigos de Olivença, apela a todos os cidadãos para que, no pleno exercício dos seus direitos, manifestem o seu apoio à defesa de Olivença Portuguesa.


OLIVENÇA É TERRA PORTUGUESA!

VIVA OLIVENÇA PORTUGUESA!




domingo, 27 de novembro de 2016


Despacho JIC Comandos


Junto o elaborado e douto despacho
da Meritíssima Juiz de instrução criminal
na sequência do 1.º interrogatório judicial
dos arguidos «Comandos».





quarta-feira, 23 de novembro de 2016


As sucessivas derrotas políticas

de Bergoglio exprimem claramente

a sua fraca influência moral no mundo




FratresInUnum

Bergoglio perdeu no plebiscito que excluiu da política da Colômbia os criminosos das FARC.

Bergoglio perdeu na Hungria, que continuou com a política restritiva aos imigrantes islâmicos, protegidos dele.

Bergoglio perdeu na Argentina, que derrotou Kirchner, beijada e paparicada por ele.

Bergoglio perdeu no Brasil, com o impeachment da Dilma, momento triste para ele, que causou o tristíssimo cancelamento da viagem dele.

E Bergoglio perdeu nos Estados Unidos, onde acaba de ser eleito Trump, que ele, fora das suas atribuições e imprudentemente, atacou.

Na entrevista do vôo de regresso da América, Bergoglio declarou sobre Trump:

«Uma pessoa que pensa em construir muros, quem quer que seja, não é cristão. Este não é o Evangelho», disse Bergoglio aludindo às declarações do candidato à presidência dos EUA que planeia construir 2 500 km de muro ao longo da fronteira entre os EUA e o México e deportar 10 milhões de imigrantes ilegais.

Os católicos americanos devem votar nele? «Eu não me meto, apenas digo que este homem não é cristão, se ele diz essas coisas. É preciso ver se ele disse isso ou não. Sobre isso dou-lhe o benefício da dúvida.»

Por sua vez, Trump não o deixou sem resposta:

«O Papa é uma figura muito política. Para um líder religioso, pôr em dúvida a fé de uma pessoa é vergonhoso. Eu sou orgulhoso de ser cristão e como Presidente não vou permitir que a Cristandade continue a ser constantemente atacada e enfraquecida, como está acontecendo com o actual Presidente norte-americano».

E na sua página do Facebook, Donald Trump respondeu assim a Bergoglio:

«Se e quando o Vaticano for atacado pelo ISIS, que, como todos sabem, é o troféu mais cobiçado pelo ISIS, eu posso assegurar-lhes que o Papa teria desejado e rezado para que Donald Trump fosse o Presidente, porque comigo isso não teria acontecido. O ISIS já teria sido erradicado, ao contrário do que está a acontecer agora com os nossos políticos, que são tudo conversa e nada de acção».

Fazendo bem as contas...

Pois bem, vê-se que a influência de Bergoglio sobre o mundo é mínima, ao contrário do que pretendem os progressistas, cuja insistência em propagandeá-la apenas revela a sua real irrelevância moral. Um verdadeiro Papa, com autoridade moral, fala por si mesmo, não precisa dessa corte de propagandistas maçónicos. A simpatia que o povo tem por Bergoglio é apenas pela sua figura, pelo personagem apresentado como humilde e simpático. No entanto, sobre o que vai pelo mundo Bergoglio diz o contrário do que dele se esperaria.

Bergoglio anda ao contrário do povo, ao contrário da realidade. Que os bispos acordem. Se eles continuarem pelo mesmo caminho, deixarão a Igreja como apêndice da história, e eles mesmos se tornarão cada dia mais inócuos, distantes dos fiéis e emudecidos pela vida.





terça-feira, 22 de novembro de 2016


A detenção dos Militares Comandos


Joaquim F. Monteiro, Tenente General

É lamentável como um agente judicial, no caso presente uma procuradora do DIAP ousou  justificar a detenção dos Militares dos Comandos, antes de os mesmos serem, sequer, ouvidos pelo juiz de instrução criminal, afirmando que os mesmos alimentavam um ódio patológico em relação aos Militares falecidos no decorrer da instrução.

É preocupante como aquele agente judicial, duma forma grosseira, assume uma posição de enorme subjectividade e de flagrante preconceito em relação aos Militares detidos.

É lastimável que aquele agente judicial, caso, na realidade, tenha proferido aquelas afirmações, possa estar a tentar influenciar e manipular a decisão  do juiz de instrução que esteja mandatado para o processo, no sentido do agravamento das medidas de coacção que venham a ser decididas.

É nauseante verificar que aquele agente judicial, com a sua interpretação, tenha proporcionado um vasto terreno de desinformação pública e de intoxicação noticiosa aos OCS do costume (aqueles em que os jornalistas são, na realidade, jornaleiros pagos à linha).

É, ainda, inacreditável como aquele agente judicial com a sua visão enviesada e, sobretudo, preconceituosa  dos factos ocorridos, acabe por condenar, na praça pública, cidadãos presumivelmente inocentes, e a quem, ainda, não foi dada possibilidade de se defenderem.

Finalmente,  é deveras inquietante assistir à forma verdadeiramente excessiva como os Militares em causa foram tratados, ao serem detidos para posterior apresentação ao juiz de instrução, como se fossem criminosos apanhados em flagrante delito.

E é, igualmente, inquietante e levanta fundadas interrogações como é  que nenhuma Entidade se insurgiu, até agora, com o vergonhoso achincalhamento a que as Forças Armadas, indirectamente, estão a ser  sujeitas em todo este processo, e como é que tem sido possível a aparente omissão e demissão de quem deveria assumir as mais firmes posições na defesa da sua credibilidade e da sua imagem no seio da sociedade.






O ódio patológico


 ÓDIO PATOLÓGICO




Dos jornais de hoje:

Vão ser ouvidos esta tarde os sete militares do curso de Comandos, ontem detidos no âmbito da investigação à morte de dois recrutas.

São suspeitos da prática de crimes de abuso de autoridade por ofensa à integridade física.

Entre os detidos, está o Tenente Coronel Mário Maia, responsável pelo curso, e o Capitão Miguel Onofre Domingues, médico que alegadamente exigiu aos militares que rastejassem até à ambulância.

De acordo com o despacho do Ministério Público, procuradora considera que militares em causa moviam-se por «ódio patológico e irracional contra os instruendos» e consideravam-nos «pessoas descartáveis». Procuradora diz ainda que médico responsável pelo grupo dos Comandos esteve ausente da prova num dia de excessivo calor.

No despacho do Ministério Público, citado pelo jornal Expresso, a procuradora Cândida Vilar, que coordena a investigação no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, refere que os sete militares detidos ontem eram «movidos por um ódio patológico, irracional contra os instruendos, que consideram inferiores por ainda não fazerem parte do Grupo de Comandos, cuja supremacia apregoam, à gravidade e natureza dos ilícitos». Por esta razão o DIAP de Lisboa entende que há «perigo de continuação da actividade criminosa e de perturbação do inquérito», razão pela qual procedeu à detenção.


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COMENTÁRIO PESSOAL:

Segundo a procuradora Cândida Vilar – qual Freud – a ordem de prisão foi dada porque tinha havido actividade criminosa e os instrutores eram movidos por um ódio patológico e irracional contra os instruendos! Ah!

E isso justificou a decisão de prender membros respeitáveis das forças armadas em vez de simplesmente os chamar para prestar declarações, como arguidos.

Na minha opinião – e sinto-me igualmente qualificado em domínios «freudianos» – é patente o ódio patológico que (alguns/algumas) membros do actual governo, forças políticas, ministério público e meios da comunicação pessoal (visual e escrita) parecem ter relativamente às forças armadas e, específicamente, às forças armadas especiais.

E – ainda na minha qualidade de interpretador dos sentimentos mais profundos dos seres humanos (porque não?!) – sinto que o «ódio patológico» que incita e alimenta as decisões de muitos deles/as  relativamente às forças armadas (e específicamente às tropas especiais) provém de dois factos distintos:

  1. Um inconfessável sentimento profundo e íntimo de reconhecimento de inferioridade ética e moral.
  2. A certeza de que – se a vida deles/as e das suas famílias forem colocadas em perigo por criminosos armados – as ditas forças especiais altamente qualificadas (treinadas por instrutores que tinham um ódio patológico e irracional contra os instruendos) avançarão sem nada pedir em troca, colocando a própria vida em risco.
E não perguntarão antecipadamente se aqueles que estão em perigo são procuradores do ministério público, membros do governo, profissionais da comunicação social com ódio patológico às forças armadas ou activistas políticos empenhados em destruir o «espírito de corpo» das ditas forças armadas.

Para essas forças armadas, existirão simplesmente cidadãos em risco que necessitam da alta qualificação que eles – voluntáriamente – adquiriram com muito esforço, determinação, espírito de sacrifício e com um certo risco de vida.


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Declaração de interesses: Não, não escolhi a carreira das armas
como actividade profissional.
















António Franco Preto                                 18 de Novembro de 2016





terça-feira, 15 de novembro de 2016


Rapaz ou rapariga: uma escolha?




Cláudia Sebastião

«Já sabem se é menino ou menina?», é a pergunta mais ouvida por casais à espera de bebé. O enxoval, o nome e o quarto do bebé são preparados a partir daí. Mais tarde, começarão as perguntas sobre as diferenças entre meninas e meninos. Agora imagine que não respondia ou que dizia: «Teres pipi não significa que sejas menina. Podes decidir mais tarde.»

Diogo Costa Gonçalves é professor auxiliar da Faculdade de Direito de Lisboa. Em 2003, foi consultor da Conferência Episcopal para uma carta pastoral sobre a ideologia de género. À FAMÍLIA CRISTÃ faz questão de dizer que o termo não significa igualdade de direitos entre homens e mulheres. Então o que é?

Diogo Costa Gonçalves explica tratar-se de uma estrutura de pensamento antropológica cuja característica fundamental é «entender a masculinidade e a feminilidade como produtos puramente culturais, sendo absolutamente indiferente a realidade genital ou cromossomática com que as pessoas nascem; defende que a identidade sexual é produzida por um contexto cultural patriarcal e machista que visa subjugar a mulher». Ou seja, ninguém nasce homem ou mulher, torna-se homem ou mulher pela educação e pela cultura. Assim, o objectivo da ideologia de género é ter uma sociedade sem sexos.

Para isso, desde os primeiros anos é preciso promover a troca de papéis e eliminar as diferenças de comportamento entre meninas e meninos. Maria José Vilaça é psicóloga e afirma que nesta ideologia «tudo aquilo que eu sou passa a ser determinado pela minha preferência sexual e não pelo meu corpo. Há uma espécie de divisão entre aquilo que eu sou e aquilo que o meu corpo é.»

Em Portugal, Diogo Costa Gonçalves explica que o primeiro passo da ideologia de género foi dado na lei do divórcio sem culpa. Ou melhor, numa das epígrafes do registo civil. «O que era ‘poder paternal’ passou a chamar-se ‘poder parental’. Foi uma manipulação de linguagem importante porque o termo ‘paternidade’ está muito relacionado com a geração biológica. Era preciso desconstruir socialmente a figura do pai e da mãe.»

«Ideologia de género já está nas escolas»

A Comunidade de Madrid aprovou a Lei contra a LBGT fobia que obriga a integrar a realidade homossexual, bissexual, transexual, transgénero e intersexual nos conteúdos escolares transversais de todas as escolas madrilenas, públicas e privadas.

Diogo Costa Gonçalves tem sete filhos e diz que isso já está a acontecer em Portugal. «A ideologia de género está cá. Os programas de educação sexual são em bom rigor de ideologia de género em todos os graus de ensino. Promove-se a confusão da identidade sexual. Isto é, tenho de descobrir se sou mesmo heterossexual ou não e diz-se que a família é uma construção cultural tão válida como qualquer outra relação.»

Maria José Vilaça concorda e fala da sua experiência: «Hoje, nas escolas, falo com miúdos de 16 ou 17 anos que não tiveram uma namorada e a primeira ideia que têm é: ‘Será que eu sou homossexual ou bissexual?’ Já não lhes passa pela cabeça serem heterossexuais.»

Escolas de Madrid ensinam ideologia de género

Manuel Martínez-Sellés é médico cardiologista em Madrid. Vê a aprovação da lei LGBT «com enorme preocupação». Como investigador, afirma que «a ideologia de género está em total contradição com o conhecimento da ciência sobre a biologia e a realidade física. Infelizmente, esta ideologia já está a transformar escolas em fábricas de crianças sem sexo.»

Arantzazu Perez Grande é professora primária: ensina língua e matemática a crianças de seis anos. Católica, não se pode recusar a aplicar a lei, porque «podemos ser vítimas de sanções económicas ou até, no meu caso, perder o emprego, porque sou funcionária pública». Esta professora é mãe de três crianças. «Claro que me preocupa, porque quero poder dar aos meus filhos a educação e as crenças que eu tenho. Não quero que o Estado lhes diga o que têm de pensar ou no que têm de acreditar.»

Manuel Martínez-Sellés e Maria José Vilaça acrescentam que nos Estados Unidos da América o Colégio de Pediatria publicou um documento intitulado A ideologia de género prejudica as crianças. Nesse documento, os pediatras norte-americanos defendem que «a sexualidade humana é uma característica biológica binária objectiva» e que «ninguém nasce com um género, todos nascemos com um sexo.

Mulheres e homens são diferentes?

Há investigações que comprovam isto mesmo. Independentemente das diferenças culturais, sociais e económicas, homens e mulheres são diferentes. Richard A. Lippa, da Universidade da Califórnia, fez uma investigação sobre preferências profissionais, com 200 mil entrevistas a pessoas de 53 países da Europa, América, África e Ásia. O investigador concluiu que os homens tendem para trabalhos mais técnicos, enquanto as mulheres preferem as ocupações sociais. Acontece em todos os países e continentes. Também o professor Simon Baron-Cohen, do Trinity College da Universidade de Cambridge, autor de Sex differences in human neonatal social perception, constatou que os bebés meninos, com apenas horas de vida, se fixam mais em objectos mecânicos e as bebés meninas dão mais atenção a rostos humanos.

Dicas para os pais

Que podem os pais fazer? Diogo Costa Gonçalves diz que «é preciso criar espírito crítico nos educadores. Nenhum dos nossos pais se sentou connosco a explicar porque é que o casamento é entre um homem e uma mulher. Era dado mais do que adquirido. Neste momento, vou ter de fazer isso com os meus filhos.»

Além disso, socialmente Maria José Vilaça defende que é preciso «tentar não ser influenciado do ponto de vista sentimental, moral e ideológico». Mas, ao mesmo tempo, como acolher os homossexuais? A psicóloga acompanha famílias e pais e salienta que para aceitar o filho não é preciso aceitar a homossexualidade. «Eu aceito o meu filho, amo-o se calhar até mais, porque sei que ele vive de uma forma que eu sei que não é natural e que o faz sofrer.» É como ter um filho toxicodependente, não vou dizer que é bom.»





segunda-feira, 7 de novembro de 2016


500 anos depois, de joelhos diante de Lutero


O Papa Francisco e o pastor luterano Martin Junge assinam uma «Declaração Conjunta».
O heresiarca Lutero definiu, no século XVI, o Papa como
«apóstolo de Satanás» e «anticristo».

Roberto De Mattei

O Concílio de Trento pronunciou um ditame irrevogável sobre a incompatibilidade entre a fé católica e a protestante.

Dizemo-lo com profunda dor. Parece uma nova religião aquela que aflorou em Lund no dia 31 de Outubro, durante o encontro ecuménico entre o Papa Francisco e os representantes da Federação Luterana Mundial. Uma religião em que são claros os pontos de partida, mas obscura e inquietante a linha de chegada.

O slogan que mais ressoou na catedral de Lund foi o da necessidade de um «caminho comum» que leve católicos e luteranos «do conflito à comunhão». Tanto o Papa Francisco quanto o pastor Martin Junge, secretário da Federação Luterana, se referiram nos seus sermões à parábola evangélica da videira e dos ramos. Católicos e luteranos seriam «ramos secos» de uma única árvore que não dá frutos por causa da separação de 1517. Mas ninguém sabe quais seriam esses «frutos». O que católicos e luteranos parecem ter agora em comum é apenas uma situação de profunda crise, ainda que por motivos diferentes.

O luteranismo foi um dos principais factores da secularização da sociedade ocidental e hoje está agonizando pela coerência com que desenvolveu os germes de dissolução que portava dentro de si desde a sua irrupção. Na vanguarda da secularização estiveram os países escandinavos, apresentados por longo tempo como modelo do nosso futuro. Mas a Suécia, depois de ter-se transformado na pátria do multiculturalismo e dos direitos homossexuais, é hoje um país onde apenas 2% dos luteranos são praticantes, enquanto quase 10% da população segue a religião islâmica.

A Igreja católica, pelo contrário, está em crise de autodemolição porque abandonou a sua Tradição para abraçar o processo de secularização do mundo moderno na hora em que este entrava na sua fase final de decomposição. Os luteranos procuram no ecumenismo um sopro de vida, e a Igreja católica não adverte nesse abraço o mau hálito da morte.

«O que nos une é muito mais do que aquilo que nos divide», foi ainda dito na cerimónia de Lund. Mas, o que une católicos e luteranos? Nada, nem sequer o significado do baptismo, o único dos sete sacramentos que os luteranos reconhecem. Para os católicos, o baptismo elimina de facto o pecado original, enquanto para os luteranos ele não pode apagá-lo, porque consideram a natureza humana radicalmente corrupta, e irremovível o pecado. A fórmula de Lutero «peca com força, mas crê com maior força ainda» resume o seu pensamento. O homem é incapaz de praticar o bem e não pode senão pecar e abandonar-se cegamente à misericórdia divina. A vontade corrompida do homem não tendo nenhuma participação nesse acto de fé, no fundo é Deus que decide, de forma arbitrária e inapelável, quem se condena e quem se salva, como deduziu Calvino. Não existe liberdade, mas apenas rigorosa predestinação dos eleitos e dos condenados.

Santo Inácio de Loyola combateu
com muita coragem e eficásia
a heresia luterana
A «Sola Fede» é acompanhada pela «Sola Scriptura». Para os católicos, a Sagrada Escritura e a Tradição são as duas fontes da Revelação divina. Os luteranos eliminam a Tradição porque afirmam que o homem deve ter uma relação directa com Deus, sem a mediação da Igreja. É o princípio do «livre exame» das Escrituras, a partir do qual fluem o individualismo e o relativismo contemporâneos. Este princípio implica a negação do papel da Igreja e do Papa, que Lutero define como «apóstolo de Satanás» e «anticristo». Lutero odiava especialmente o Papa e a Missa católica, que ele queria reduzir a mera comemoração, negando-lhe o carácter de sacrifício e impugnando a transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo. Mas, para os católicos, a renovação incruenta do sacrifício de Cristo existente na Missa é a fonte principal da graça divina. Trata-se de simples incompreensões e mal-entendidos?

O Papa Francisco declarou em Lund: «Também nós devemos olhar, com amor e honestidade, para o nosso passado e reconhecer o erro e pedir perdão.» E ainda: «Com a mesma honestidade e amor, temos de reconhecer que a nossa divisão se afastava da intuição originária do povo de Deus, cujo anseio é naturalmente estar unido, e, historicamente, foi perpetuada mais por homens do poder deste mundo do que por vontade do povo fiel.» — Quem são esses homens de poder? Os Papas e os santos, que combateram o luteranismo desde o início? A Igreja, que o condenou durante cinco séculos?

O Concílio de Trento pronunciou um ditame irrevogável sobre a incompatibilidade entre a fé católica e a protestante. Não podemos seguir o Papa Francisco por um caminho diferente.





quinta-feira, 3 de novembro de 2016


A estupidez tem limites!


João José Brandão Ferreira, Oficial Piloto Aviador


«A Europa não está preparada para acolher os refugiados
do Médio Oriente e a emigração apresenta uma ameaça
maior para o mundo do que a guerra no seu país.
Se os EUA e a Rússia se juntarem, o EI não durava um mês!»

Patriarca Gregório III, da Síria.

(Devia ser contemplado com o prémio nobel da sensatez…)

Mesmo, ou sobretudo, quando se trata de emigração clandestina, migrantes ou refugiados.

Como veiculado pelos «media», aparenta existir um plano gizado por esse portento de preclaras ideias, sem dúvida interiorizadas desde o tempo de militância no «MR Pum Pum», de seu nome Ana Gomes, verdadeiramente revolucionário.

Que congemina então a actual eurodeputada do alto do seu vencimento de 15 000 euros mensais (números redondos e já com alcavalas)?

Pois que Portugal – país que, se presume, ela tenha pelo menos uma vaga ideia histórica e sociológica – deve acolher os membros (cerca de 500) de toda uma aldeia iraquiana, formada por uma comunidade étnico-religiosa curda – os Yazidis – cuja religião é um derivativo sincrético de ideias religiosas do Médio Oriente, Zoroastrismo e até possivelmente alguma tradição heterodoxa muçulmana do Islão Sunita, do Século XII.

Por sinal um dos grupos mais perseguidos e maltratados pelos maioritariamente Sunitas do EI, Daesh ou ISIS, conforme a hora e o lugar onde são apelidados.

É curioso verificar como é que governantes de um país que sempre foi maioritariamente católico, não mostre a menor apetência em acolher refugiados cristãos, que andam a ser perseguidos justamente por muçulmanos, por esse mundo fora.

Devem estar a seguir – os que defendem estas medidas e se têm mostrado maioritariamente inimigos da Igreja – os ditames e exemplos de Sua Santidade o Papa e a Santa Sé, os quais, Deus me perdoe, não acertam uma sobre este tema, ultimamente!

Mas esta medida, que certamente será apoiada pelo novel Secretário-Geral da ONU, o nosso António (Tonecas para os amigos) Guterres – eleito com mérito próprio e da diplomacia portuguesa para um lugar que sendo um dos mais visíveis da cena internacional, não tem servido em rigor para nada – arrisca-se ser a primeira consequência negativa do seu «magistério», para com o seu país.

Tal tem correspondência com um quase sósia seu em termos de picareta falante e discurso manso, formado no ISEG – What else? – que apareceu do nada, à frente de uma «Plataforma de Apoio aos Refugiados» e que passou a ser figura grada nas pantalhas.

Mas o que quererá efectivamente, a nossa desditosa deputada, aparentemente apoiada por este «extraordinário» governo tuga?

Dar consequência prática às declarações do nosso sorridente primeiro-ministro, quando teve o despautério inqualificável, de defender a repovoação de aldeias de Trás-os-Montes com refugiados sírios?

Arranjar um «Bantustão» no meio do Alentejo?

Conseguir núcleos (pústulas?) de minorias que nada têm a ver connosco (não, oh crentes e ingénuos, eles não são famílias como as nossas!) com os mil problemas que isso vai acarretar num futuro próximo e a médio prazo?

Não lhe chega já o problema com os ciganos com o qual lidamos há séculos e que nunca conseguimos integrar, pelo simples facto deles nunca se quererem integrar? Quem é que é racista aqui? Experimentem aliviar a vigilância das forças de segurança sobre eles e vão ver o que acontece!

Mas vamos a coisas práticas:

Estas 500 pessoas vinham para cá e instalavam-se onde?

Ocupavam uma ou mais aldeias já existentes? Quem pagava e fazia as infra-estruturas?

Viviam de quê? Oferecíamos-lhes os rebanhos (já agora convinha ser da raça a que estão habituados), as sementes, o forno comunitário, as roupas, obviamente adquiridas num bazar mourisco, etc.?

Estavam isentos de impostos? A polícia portuguesa poderia entrar na aldeia? E a justiça quem a faria?

Querem mantê-los «coesos», para quê? Para terem mais força? Ficam cá para sempre ou depois desmontamos a «aldeia» e tornamos a montá-la algures no Médio Oriente? Ou eles doam tudo graciosamente?

Ou, porventura, até, com um subsídio da UE construímos de raiz uma aldeia nova, parecida com a sua, em termos de clima, arquitectura, paisagem, etc., à semelhança do que se fez com a Aldeia da Luz, aquando do enchimento da barragem do Alqueva?

A estupidez tem limites.

E a seguir a estes vêm mais? Vão dar-lhes um pedaço do território? Arrendar-lhes?

Porque será que os responsáveis portugueses que não têm dinheiro para mandar cantar um cego (a não ser o que pedem emprestado), e têm de momento, o problema da emigração sobre razoável controlo, se afadigam a querer que «eles» venham?

O surrealismo é marciano!

«Eles», coitados, não querem, eis senão quando desatam argelinos a fugir no aeroporto de Lisboa, perante o pasmo geral…

Será que já anda aí alguma organização clandestina – que aliás medram à custa da «democracia…» – que já anda a montar mais um negócio?

Como se pode ter respeito ou acreditar em políticos e dirigentes desta laia?

E porque é que se nota uma estranhíssima quase unanimidade na comunicação social (favorável à estupidez), quando a opinião pública é maioritariamente (o que inclui os membros da Igreja) contra toda esta casta de idiotices que se passam debaixo da capa de filantropia humanitária?

Não estamos perante uma operação de censura e de mistificação formidáveis?

Ainda não se percebeu que à pala de um falso humanitarismo (a verdadeira coisa sensata a fazer seria acolher as pessoas em campos de refugiados e fazer a triagem dos mesmos, em emigrantes ilegais, bandidos e verdadeiros refugiados, devolver os primeiros à procedência; os segundos, postos na pildra e preparar as condições para os últimos poderem regressar aos seus países, pois os problemas devem ser resolvidos lá), que a continuar assim, irá originar convulsões terríveis que serão piores para todos?

Esta insanidade tem que parar.

Atentem ao menos num velho provérbio português:

«Metemos em casa, quem dela nos põe fora».

Tem de haver limites para a estupidez.