BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016


A Eslovénia recusa em referendo

o chamado «casamento» entre invertidos



Luís Dufaur

Em Dezembro de 2015, a Eslovénia recusou em referendo a lei que pretendia permitir o «casamento» entre invertidos, noticiou o jornal francês Le Monde.

O referendo foi de iniciativa popular e os eleitores eslovenos rejeitaram a lei, aprovada pelos deputados há dez meses. A maioria vencedora atingiu 63,12% dos votos.

A participação no escrutínio foi fraca (35,65%), mas legalmente suficiente para validar a votação. Os defensores da família natural conseguiram o apoio de pelo menos 370 000 eleitores. Eram necessários 342 000 votos para vetar a lei.

Esta tinha sido aprovada por larga maioria dos deputados do Parlamento, constituída por partidos de esquerda e engrossada pelos representantes do partido centrista que, como é de praxe nessas formações de meio termo, no momento decisivo traem o seu «centrismo», a sua «moderação» ou a «equidistância» e aliam-se à esquerda.

A Eslovénia votou NÃO ao «casamento invertido»
e à adopção de crianças por esses «casais».

O partido centrista é o mesmo do primeiro-ministro Miro Cerar e tinha à sua disposição as alavancas do poder do Estado.

O texto legal, hoje despojado de valor, concedia aos casais invertidos e lésbicos os mesmo direitos dos casais heterossexuais bem constituídos, inclusive o direito de adopção de crianças, um dos pontos mais contestados pela população.

O referendo pôde ser realizado graças às 40 mil assinaturas recolhidas por grupos pela vida pedindo a convocação de uma consulta de iniciativa popular com poder de veto.

A lei não entrou em vigor antes do veredicto popular e hoje encontra-se revogada.

Santuário e castelo de Bled na Eslovénia

Em 2012, numa consulta similar, os eslovenos já tinham dito «não» ao «casamento» sodomítico com uma maioria de 55%.

O país tem dois milhões de habitantes, pertence à União Europeia desde 2004 e é considerado o mais liberal das antigas nações que sofreram a imoral opressão comunista.

Contudo a lei antinatural acabou por ser rejeitada, facto que pressagia recusas análogas ou mais truculentas noutros países eslavos libertados da tirania soviética.





quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016


EUTANÁSIA

Morrer


Cristina Líbano Monteiro, professora da Faculdade de Direito de Coimbra

Gostava de morrer quando morrer. Receio dar ordens à morte. E se ela se enganar? E se eu me enganar? E se me faltar tempo? E se cortando a relação com todos ainda me faltar dizer alguma coisa a alguém?

Gostava de morrer como vivi. Com a mesma liberdade, com a mesma teimosia, com a mesma gratidão a quem cuidou de mim.

Gostava de morrer com a mesma liberdade (ou falta dela) com que nasci. Dizem que então chorei e que foi bom tê-lo feito. Dizem que também sofri, pois talvez tendesse a viver para sempre no ambiente fechado em que até então cresci.

Gostava de morrer como nasci. Rodeada do mesmo cuidado. Do mesmo carinho. Como vivi. Procurando beijar as mãos de que tantas vezes dependi. As mãos, os olhos, a atitude dos que, estando perto, me transmitiam certeza, segurança. Me repetiam e me repetem: é bom que existas; é bom que estejas aqui.

Gostava de morrer quando morrer. Receio dar ordens à morte. E se ela se enganar? E se eu me enganar? E se me faltar tempo? Liberdade? E se cortando assim a relação com os outros, com toda a gente, ainda me faltasse dizer alguma coisa a alguém: um pedido, umas palavras de amor, de perdão…? E se rompendo assim a relação comigo própria, não chegasse a encontrar o sentido de tudo isto, da minha vida e da minha morte?

Gostava de morrer quando morrer. Não quero programar o dia em que hão-de chorar por mim. E se não chorarem? E se chorarem pelo abandono a que os votei, não por mim? E as lágrimas forem de quem se dispunha a cuidar-me, tornando-se mais pessoa, mais capaz de sentir o que a une aos outros?

Agarro com as duas mãos, com senhorio, o meu ser em dor. Peço à minha liberdade que me acompanhe até ao fim. Auto-determino-me a morrer quando a morte vier. Quem disse que a dignidade é incompatível com sofrer?

Não permitirei que ninguém me mate. Não sou verso solto. E não quero que por mim, ou seja por quem for, alguns de entre os melhores comecem a desfazer o tecido social, a quebrar os fios da nossa coesão. A vida não é o valor mais alto da existência pessoal: pode dar-se a vida por uma causa, por alguém. Mas a norma das normas, a que estrutura e suporta o viver comunitário, não deve ser tocada e é esta: «não mates outra pessoa».





quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016


A adopção («gay») e o engano


Abel Matos Santos, Público, 2 de Fevereiro de 2016

É deplorável, quando estão em causa questões tão cruciais para a família e as crianças, ter de assistir à passividade do centro e da direita.

Chega de ser enganado! Estou cansado de ver mentir sem pudor.

Nesta questão da confirmação parlamentar da lei vetada pelo Presidente da República sobre a adopção por uniões do mesmo sexo, sinto-me cansado, saturado, farto, ao ver o porta-voz do PS a faltar descaradamente à verdade, afirmando que toda a comunidade científica e o mundo inteiro são unânimes na ideia de que é igual para as crianças terem um pai e uma mãe, ou só dois pais, ou só duas mães.

É particularmente chocante e reprovável a falta de honestidade intelectual quando se convoca o testemunho da Ciência. É certo que, infelizmente, a falsidade já se tornou moeda corrente na política; mas não podemos deixar que essa mesma onda contamine a ciência ou a sua citação, cavando o seu descrédito geral.

Percebo porque o povo se distancia do que considera «políticos de pacotilha», ao ouvir-lhes falsidades e vê-los afirmarem todas as inverdades possíveis sobre o tema, apenas para fazerem aprovar derivas ideológicas, usando, neste caso, as crianças e desprezando o seu superior interesse.

A lógica subjacente é apenas a do poder, o poder circunstancial, e não a da razão, a serena e objectiva procura do que está certo. Como a democracia é, formalmente, a aprovação das leis pela maioria, ou seja pelo maior número de votos, mesmo que se aprovem coisas más, acreditam que leis injustas, leis desajustadas ao bem da pessoa humana, estão «legitimadas pela democracia».

Por isso, não hesitam diante de qualquer vulgar técnica de propaganda, mesmo quando estão em causa valores humanos fundamentais e até o bem de crianças desvalidas.

Seria mais correcto que afirmassem claramente aquilo a que vêm: que é uma lei para defender os direitos e os interesses dos homossexuais (ou melhor, da sua linha mais radical) e do lobby LGBTI.

Deviam também dizer, num assomo de seriedade, que é certo que muitos homossexuais são contra esta lei, revelando e publicitando as suas posições e os seus argumentos.

Deviam reconhecer que esta lei diminui os direitos das crianças, em especial o direito natural a terem um pai e uma mãe.

Deviam ter a  hombridade de reconhecer, noutro assomo de seriedade, que os estudos e a comunidade científica não são de todo unânimes e que, por sinal, os principais e mais credíveis estudos indicam que esta lei vai permitir a pior opção quanto às crianças.

Tenham a simplicidade e a objectividade de dizer tudo isto e, depois, em consciência, como agora se usa em política, votem!

Votem e aprovem esta lei, se é mesmo isto que querem impor à sociedade e às crianças confiadas ao poder e aos serviços do Estado (para que delas cuide efectivamente). Mas não confundam a opinião pública, nem enganem os cidadãos menos informados, que não têm acesso aos estudos.

E, por favor, não acusem o Presidente da República, nem acusem o Mark Regnerus, o Paul Sullins, o Loren Marks, o Sarantakos, a Kristin, o Nock, o Colégio Americano de Pediatras, e todos os demais clínicos e investigadores com trabalhos publicados nas melhores academias e revistas científicas, atacando-os e denegrindo-os só por provarem que existem diferenças enormes, significativas, entre ser criado e viver com um pai e uma mãe e o modelo que agora querem aprovar.

Não venham com os argumentos hipócritas de as crianças estarem mal em instituições, porque não estão, desde que as instituições sejam boas. Haverá sempre, infelizmente, crianças em instituições – por isso, é fundamental que o Estado Social (ou também aqui querem destruir o Estado Social?) assegure a existência dessas instituições pelo apoio à livre iniciativa comunitária e garanta que sejam muito boas.

Não me venham também falar das capacidades dos homossexuais cuidarem de crianças porque todos sabemos que não é isso que está em causa – do que se trata é de impor a uma criança, dependente e desvalida, que tenha dois pais (sem mãe) ou duas mães (sem pai).

Certo que é de amor que se trata. É que, quando se ama, queremos o melhor para aqueles que amamos e não para nós próprios – focamo-nos principalmente no outro e não nos centramos sobre o nosso ego.

E o melhor para a criança não é a adopção por pares do mesmo sexo, com imposição da dupla filiação materna ou paterna no registo civil, atropelando o direito à identidade pessoal, um direito humano fundamental de cada um.