BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Agenda de convívios de antigos combatentes


Sábado, 8 de Março

· 18º Almoço-convívio e comemoração do 42º Aniversário da 37ª Companhia de Comandos, Angola Mar1972/Abr1974, no restaurante-bar "O Espanhol", em Idanha-a-Nova.


Sábado, 16 de Novembro

· 40º Almoço-convívio dos Combatentes da Companhia de Cavalaria 3419, Angola (Chimbete e Massabi, no enclave de Cabinda) 1971/1973, no restaurante "Ferro", em Aveiro.

· XIV Encontro Anual dos Militares da Companhia de Comando e Serviços (CCS) do Batalhão de Caçadores 4611/72, Angola Nov1972/Nov1974, no restaurante "Pedra & Fondue", Mourisca, Setúbal.


8 e 9 de Março

· Encontro dos Combatentes do Batalhão de Caçadores 1906, Moçambique 1967/1969, no Hotel São Nuno, em Fátima.


Quinta-feira, 13 de Março

· 11º ciclo da tertúlia Fim do Império no Porto: apresentação de 12º livro da colecção "Fim do Império", "Histórias e Memórias de um Marinheiro-Aviador", do Ten.Coronel Pil.Aviador Carlos Marques Pereira, e de "Kinda e outras histórias de uma guerra esquecida", 2ª edição, do Major Pil.Aviador Carlos Acabado, 3º livro da  colecção, co-edição DG e Caminhos Romanos, com a presença dos autores, às 15 horas, na Messe de Oficiais, Praça da Batalha, no Porto.


Sábado, 15 de Março

· 28º Almoço-convívio dos Combatentes da Companhia de Caçadores 2666, Moçambique (Lalaua, Mueda e Nairoto) 1970/1972, na Quinta de Palmazões, em Gondar, Amarante.


Terça-feira, 18 de Março

· 11º ciclo da tertúlia Fim do Império: apresentação do livro "O Soldado Clarim", inédito do Coronel e doutor Nuno Mira Vaz, 13º livro da colecção "Fim do Império", com o autor e o Coronel e Dr. Manuel Barão da Cunha, às 15 horas, na Livraria-Galeria Municipal Verney, no centro histórico de Oeiras.


Sábado, 1 de Março

· Encontro de Combatentes da Guiné do Concelho de Matosinhos, em Leça da Palmeira.

· Dia do Combatente de Gondomar. Homenagem aos Combatentes Gondomarenses Mortos na Guerra de África 1961/1974, em Fânzeres. Almoço na Quinta dos Choupos, restaurante Choupal dos Melros, em Fânzeres.

· Jantar-convívio mensal da Associação de Operações Especiais, no Espaço Ranger, na cidade do Porto.


Sábado, 22 de Março

· 16º Almoço de Confraternização e comemorativo dos 44 anos da chegada de Moçambique da Companhia de Engenharia 2349, Moçambique (Marrupa) 1968/1970, em Fátima ou na zona de Leiria.

  
Domingo, 23 de Março

· Almoço-convívio dos Cambatentes da Companhia de Caçadores 2471, "A Baidosa", do Batalhão de Caçadores 2863, Moçambique (Muze e Molumbo) 1969/1971, no restaurante "Quinta de Santo André", em Trancoso.


Quarta-feira, 26 de Março

· 11º ciclo da tertúlia Fim do Império: apresentação do livro "Macau nos Anos da Revolução Portuguesa 1974-1979", do Ten.General José Eduardo Garcia Leandro (governador de Macau, 1974/79), com o autor e o Coronel Vítor Oliveira Santos, às 15 horas, no CASLisboa/Cooperativa Militar, na Rua de S. José, nº 24, em Lisboa.


Sábado, 29 de Março

· Convívio dos Combatentes do Batalhão de Caçadores 4517, no restaurante "O Verdadeiro Pingão", em Coimbra. (Contactos: Carlos Almeida 965312400; Humberto Feijão 967996472).

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A opinião de Raul Domingos, ex-diririgente da RENAMO

citado de http://gruposespeciais.blogs.sapo.pt/













O antigo membro da Renamo e actual presidente do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, Raul Domingos, considera que a aplicação precária do Acordo Geral de Paz, dos quais foi negociador, e a partidarização do Estado por parte da Frelimo são duas das causas (senão as principais) da actual tensão político-militar que se vive no país.

Segundo Raul Domingos, que chefiou a delegação da Renamo às negociações com o Governo, que culminaram com a assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992, na cidade de Roma, Itália, ficou acordado que as Forças de Defesa e Segurança seriam compostas por 30 mil homens, provenientes de ambas as partes, mas isso não aconteceu.

Embora a Renamo tenha integrado os seus homens nas fileiras das Forças de Defesa e Segurança, com o passar do tempo, estes passaram à reforma compulsivamente, principalmente os que ocupavam cargos de chefia. “A reforma compulsiva dos homens da Renamo, com destaque para os oficiais superiores das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, provocou a guerra que hoje vivemos no país porque muitos deles regressaram às antigas bases”, afirma.

Por outro lado, Raul Domingos afirma que o Governo e a Renamo nunca estiveram em igualdade numérica no que diz respeito à composição das Forças de Defesa e Segurança, o que constitui o primeiro atropelo ao AGP. “Ficou acordado que as FDS deviam ser compostas por 30 mil homens e que cada uma das partes (Governo e Renamo) devia indicar metade, ou seja, 15 mil”. “Estou convencido de que as condições de paz, negociadas em Roma, não são as que se vivem hoje no país. A precária implementação dos termos acordados precipitou o país para um novo clima de violência armada em que este se encontra”, entende Raul Domingos.


“Nunca tivemos eleições transparentes”

Chamado a comentar à volta das últimas eleições autárquicas, marcadas por diversas irregularidades, que ditaram a repetição da votação nos municípios de Nampula e Gúruè, Raul Domingos foi peremptório na sua resposta e disse que as mesmas foram tudo, menos transparentes.

“A Comissão Nacional de Eleições e o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral estão partidarizados, por isso nunca tivemos eleições transparentes, livres e justas, como preconiza o slogan, ao qual estes dois órgãos não fazem jus. As últimas eleições autárquicas foram prova disso”, acusa. Entretanto, questionado sobre se se iria candidatar a Presidente da República nas próximas eleições gerais, marcadas para o dia 15 de Outubro, Domingos escusou- se a responder, limitando-se apenas a afirmar que quando chegar a altura dirá se o seu partido irá ou não participar no pleito.

Sobre a condecoração

No dia 3 de Fevereiro, Dia dos Heróis Moçambicanos, Raul Domingos recusou-se a receber a condecoração atribuída pelo Estado moçambicano porque, na sua opinião, tal devia ser feito em momentos de paz e harmonia, e não de guerra. “Se eu aceitasse, estaria a festejar as desgraças dos moçambicanos que sofrem, directa ou indirectamente, os efeitos desta guerra evitável”.

Raul Domingos entende que “as circunstâncias em que ocorreu a galardoação, que se caracterizam pelo alto nível de intolerância, desigualdades, perseguições políticas, incluindo prisões e assassinatos de membros da oposição, o sofrimento em que vivem os moçambicanos nos campos dos deslocados, aliadas ao sangue derramado dos inocentes e ao luto que enche muitas famílias de dor, medo, incerteza e desespero, nomeadamente em Nampula, Nhamatanda, Homoíne, Funhalouro e outros locais, afectaram a minha consciência e constituíram determinantes que ditaram a minha decisão de não aceitar receber a condecoração”.

Por esta razão, o presidente do PDD é de opinião de que o Governo devia estar mais preocupado em restabelecer a paz no país e não em condecorações. “A condecoração de cidadãos que se notabilizaram pela paz deve ser feita, em regra, em momentos de paz e na data de celebração da Paz e Reconciliação Nacional, o dia 4 de Outubro”. Refira-se que Raul Domingos ia receber a distinção “Ordem 4 de Outubro do Primeiro Grau”.

Partidarização do Estado

Outra violação ao Acordo Geral de Paz, segundo o antigo chefe das Relações Exteriores da Renamo, que depois viria a fundar o PDD, tem a ver com partidarização do Estado, por parte do partido no poder, a Frelimo. No seu entender, o Estado deve ser neutro no tratamento dos cidadãos, o que não acontece no país, daí que os moçambicanos sempre se queixa(ra) m das desigualdades e falta de oportunidades. “Há moçambicanos que confundem o Estado com a Frelimo. Há células do partido Frelimo em instituições do Estado”.

“Neste momento que estamos a falar, todos os funcionários do Estado são membros do partido no poder, e aqueles que não aceitam essa condição correm o risco de perder os seus cargos de chefia ou de serem excluídos da promoção ou progressão”, assevera. Recorde-se que a despartidarização do Estado é um dos pontos (o segundo) da agenda do diálogo entre o Governo e a Renamo.

13 de Fevereiro de 2014

Jornal "A Verdade"

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Livro Alpoim Calvão, Honra e Dever



APRESENTAÇÃO DO LIVRO ALPOIM CALVÃO, HONRA E DEVER,
DE RUI HORTELÃO, LUÍS SANCHES DE BAÊNA E ABEL MELO E SOUSA,
EM VISEU



Deixem-me começar por dizer que gostei muito de ler este livro.

Li – o não só com gosto mas com proveito.

E li – o, também, com muito orgulho pois parafraseando Mouzinho de Albuquerque, na sua notável carta ao Príncipe D. Luís de Bragança “N’ essa história entretanto há algumas páginas que Vossa Alteza pode ler sem que lhe corem as faces de vergonha, sem que lhe subam aos olhos lágrimas exprimidas do coração triturado de humilhações”.

                                                                  *****

Uma palavra especial e primeira, é devida à insigne figura do Comandante Alpoim Calvão, lídimo exemplo das virtudes e das melhores tradições militares portuguesas.

Nós temos a ideia, quando falamos nos heróis nacionais, que são figuras do passado, ocorrendo-nos de imediato à memória os nomes de Gamas, Albuquerques e Cabrais.

Mas não nos ocorre, por norma, que entre os contemporâneos também existem vários heróis e o Comandante Calvão é, seguramente, um deles.

Infelizmente os nossos heróis das últimas campanhas ultramarinas – enfim com a excepção do que se passou na fase final no Estado da Índia – foram, lembro e afirmo, as mais bem conduzidas desde que os portugueses puseram pé em Ceuta, em 1415, não têm colhido a simpatia dos próceres desta malfadada Terceira República.

Não só os têm ignorado acintosamente, como até os subalternizam relativamente a desertores, traidores e outra gente de mau porte, numa inversão de Princípios e Valores Morais a todos os títulos reprovável e inaceitável!

Não é, pois, na ignorância, incompetência e em apostas erradas que devemos procurar as principais causas da “crise” em que o país se afundou. Ela tem no desnorte moral e político, o seu alfa e o seu ómega.

                                                             *****

Em tempos alguém me perguntou o que era mais difícil: se ser herói, se ser honesto?

A resposta veio pronta, antes sequer de poder esboçar uma reacção: “Para se ser herói basta sê-lo uma vez, quanto a ser honesto, V. Exª responderá…”

A mim parece-me haver dois tipos de heróis, aqueles que, num acto do momento – que a Ciência, até hoje, não conseguiu explicar cabalmente – se supera a si próprio e às circunstâncias, fazendo-os assumir uma atitude considerada heróica, ou seja algo que põe em risco a sua integridade física e moral por um bem intangível, que normalmente o comum dos mortais não faria; e um outro tipo de heróis, aqueles que são recorrentes nos actos e nas atitudes heróicas (apesar de, na sociedade que criámos, ser honesto esteja muito perto de uma atitude heroica…).

                                                                          *****

O Capitão de Mar – e - Guerra Guilherme de Alpoim Calvão pertence a este segundo grupo de pessoas. Um grupo raro de pessoas.

Ora apresentar um livro sobre um cidadão desta estirpe, impõe responsabilidades acrescidas.

Impus-me a mim mesmo este desafio, com que fui confrontado.

E, ao fazê-lo, sei que estou a correr o risco de não estar à altura da tarefa, de não fazer bem e daquilo que disser não atingir o nível que a obra e o biografado merecem.

Enfim, não conseguir captar os traços mais expressivos do seu carácter e personalidade.

Acresce o facto de ter de me debruçar sobre factos que não vivi; situações a que não assisti e de experiências que não comunguei.

De tudo tive e tenho consciência.

Mas ao olhar para o exemplo deste meu concidadão e camarada de armas – que lamento não tenha terminado a sua carreira em Almirante, como seria de justiça – não podia deixar de assumir o desafio e correr o risco.

Não poderia, ainda, defraudar a confiança de quem me endereçou o convite; tão pouco perder a oportunidade de ajudar a dar a conhecer um daqueles que se revelou ser um dos melhores entre todos aqueles que foram, em tempos, conhecidos “pelos melhores de todos nós”.

Se falhar, falho tentado e por isso peço a vossa indulgência.

                                                                    *****

Tenho, todavia, a minha tarefa facilitada, pela qualidade da obra e, por isso, não posso deixar de felicitar os autores da mesma, o Doutor Rui Hortelão e os Comandantes Sanches de Baena e Melo e Sousa, estes últimos antigos camaradas e amigos do Comandante Alpoim Calvão; bem como o trabalho realizado pela editora “Caminhos Romanos”.

De facto o livro que escreveram está claro, preciso e conciso, para militar perceber – como soi dizer-se – mas que também não oferece qualquer dificuldade a um qualquer leitor em percorrer e entender as suas 608 páginas.

O português é de Portugal; as ideias estão bem encadeadas; o fio da narrativa é escorreito; a pesquisa surte minuciosa; a documentação adequada.

No livro aparece nítido o retrato do biografado, no seu perfil físico, psicológico, humano, militar, profissional, além de uma incursão algo exaustiva em todos os seus interesses algo variados.

Este seria, em síntese, o objectivo da obra, e esse objectivo foi conseguido.

Estão, por isso, os autores de parabéns!

                                                                     *****

Falar do livro é falar da figura do biografado e a ele se aplica como uma luva, uma estrofe que Camões dedicou ao “Desejado”, D. Sebastião.

Reza assim:

“A disciplina militar prestante

Não se aprende Senhor, na fantasia,

Sonhando, imaginando ou estudando,

Senão vendo, tratando e pelejando.”

Ora foi isto que Alpoim Calvão fez.

Não pretendo falar, nem isso seria possível, sobre todos as minudências da vida do oficial de Marinha mais condecorado, ainda vivo – para tal devem V. Exs. ler o livro, e disso não se arrependerão – mas gostaria de fazer sobressair alguns dos aspectos mais relevantes do todo.

Alpoim Calvão não se limitou a uma postura defendida por esse outro grande português e militar, chamado Mouzinho de Albuquerque – de que A. Calvão é admirador – “aproveitar na vida e na guerra as ocasiões e cair – lhe em cima como o milhafre sobre a presa”.

Alpoim Calvão ia mesmo à procura das ocasiões.

Foi sempre ao encontro da vida, nunca esperando que a vida fosse ter com ele…

A sua origem transmontana talhou-o pela rudeza do clima e da Geografia.

Nos pais – ainda não havia a moda dos progenitores masculino e feminino, muito menos a esdrúxula teoria do “género” – encontrou o esteio referencial para a vida: mais a integridade e a probidade, por parte do pai e o humanismo e a sensibilidade cultural, do lado materno.

A adolescência passada em Moçambique abriu-lhe os horizontes dos grandes espaços e a convivência natural de diferentes culturas, religiões e etnias. Não lhe restaram quaisquer preconceitos neste âmbito.

Algumas amizades e mestres, e uma família estruturada fizeram Alpoim Calvão passar uma adolescência equilibrada, como equilibrado foi a ultrapassagem das dúvidas e novidades que esse tempo traz à vida dos humanos.

Fica-lhe, ainda, a atracção pelo mar, pela natureza, pela música e pelos livros. Foi essa atracção pelo mar que o levou a entrar na Escola naval, em 1954, depois de um ano de preparatórios na Escola do Exército, onde fez amizades para a vida e de onde saíram uma plêiade de homens que a História não deixará de assinalar, nem todos, porém, pelos melhores motivos.

É promovido a 2.º Tenente, em 1957, e casa no ano seguinte, com Maria Alda, sua companheira de toda a vida a quem gera quatro filhos.

Aqui também se aplica o velho aforismo de que “por detrás de um grande homem está sempre uma grande mulher”. Uma espécie de alma gémea que o complementa e lhe cobre a retaguarda.

A partir daqui a sua vida é uma vertigem, cheia como um ovo e o seu nome poderia ter mudado para Alpoim Indiana Calvão Jones!...

                                                                     *****

Acompanhem-me, pois, neste pequeno filme da sua vida – que daria, aliás, vários filmes em Hollywood:

Começou por andar embarcado na Marinha de superfície para logo, em 1959, ser seleccionado para ir a Inglaterra frequentar o exigente curso de mergulhador sapador, vindo depois a exercer as respectivas funções e a organizar o 1º curso do género, na Armada.

Em 1962 vai frequentar o curso de submersíveis, mas a ideia de Alpoim Calvão era a de combater em África, na guerra que nos tinha sido movida do exterior com a ajuda de alguns que o Épico acusou “E dos portugueses, alguns traidores houve, algumas vezes”!

Alpoim entendeu que, como mergulhador e submarinista não teria oportunidade de satisfazer o seu desejo, pelo que se ofereceu para os fuzileiros, especialidade em boa hora renascida pela mão do Ministro Quintanilha e Mendonça Dias.

Frequenta o nono curso, entre 3/8 e 5/10/1963, após alguns contratempos – aliás contratempos, dificuldades, invejas e oposições, foram uma constante na sua vida, mas nunca o fizeram esmorecer – e oferece-se, de seguida, para uma comissão na Guiné, onde chega a 4/11/63, comandando o Destacamento de Fuzileiros Especiais 8 (com 75 homens), que viria a ser considerado uma das melhores unidades em todo o conflito.

Onze dias depois da chegada tem a sua acção de fogo, mas só entre 25 e 29 de Novembro, entra em combate pela 1.ª vez, na “Operação Trevo”.

A “Operação Tridente”, uma das maiores operações em toda a guerra nas três frentes, que durou 66 dias, marca o amadurecimento operacional do 1.º Tenente Alpoim Calvão e onde a sua unidade sofre as primeiras baixas.

Foi á frente do DF8 que o prestígio de Alpoim Calvão como chefe e combatente de eleição se firmou. Começou a lenda, mas uma lenda viva, palpável, verdadeira.

Os autores do livro contabilizaram 47 operações realizadas, 92 acções de fogo, 146 mortos confirmados, ao Inimigo e 38 prisioneiros; 89 embarcações e 1600 palhotas destruídas e 46 armas, apreendidas.

Toda esta actividade custou ao DF8 quatro mortos e 31 feridos.

Contabilizou-se a atribuição de:

    Uma cruz de Guerra de 1.ª classe colectiva (a 1.ª vez que uma unidade da Armada era atribuída tal condecoração, desde a 1.ª Guerra Mundial) e dois louvores colectivos;
    Quatro promoções por distinção;
    54 louvores individuais;
    Uma medalha de Valor Militar, ouro;
    Duas cruzes de guerra de 1ª classe; três de 2.ª; quatro de 3.ª e 11 de 4.ª;
    15 Medalhas de Mérito Militar.

Regressaram a 30 de Outubro de 1965, e o CEMA foi a bordo cumprimentá-los.

É colocado, então, na Escola de Fuzileiros, em Novembro de 1965, sendo promovido por distinção a 23 desse mês. No 10 de Junho seguinte, recebe das mãos do Presidente de Conselho de Ministros, a Medalha do Valor Militar com Palma.

Visita os três teatros de operações, por várias vezes, a fim de melhorar a doutrina de emprego táctico às realidades e a reformular o ensino e treino na escola onde agora era instrutor, e onde viria a ser Director de Instrução, em 1967. Remodela esta e melhora as instalações.

Inicia a sua actividade de escritor e articulista, no Jornal de Notícias (revela-se, também, uma boa pena), e frequenta o curso de promoção a oficial superior no ISNG.

Por uma questão menor é punido pelo Ministro da Marinha – por quem, aliás, tinha grande estima – e abandona o cargo, em 21/2/1969, para ir cumprir segunda comissão na Guiné.

Ocupa, então, vários cargos e funções de oficial superior, mas nunca abandona o contacto com a actividade operacional.

As suas acções são inúmeras e todas notáveis – Calvão deixa sempre a sua marca em tudo o que toca – em que cabe referir a criação do primeiro DFE africano, o 21, a 21/4/1970.

Uma pequena acção de antologia, até pelo seu ineditismo, ocorreu na “Operação Nebulosa”, em que montou uma emboscada na fronteira marítima com a Guiné Conakry, na qual realizou um ataque com botes, que incluiu abordagem e tomada de uma lancha do PAIGC, de seu nome Patrice Lumumba – um conhecido filantropo, como sabem…

Fez lembrar Fernão Mendes Pinto ao relatar um combate com piratas chineses, no Sul da China, escreveu ele: “E com muitos Padres-nossos e pelouros, a eles nos fomos, e matámo-los a todos num Credo”.

Abençoada gente!

Foi o sucesso deste evento que despoletou a operação “Mar Verde”.

No meio da sua intensa actividade ainda arranjou tempo, energia e saber, para tirar o curso de piloto particular de aeronaves, tendo pilotos da FA como instrutores e feito exame na delegação da Aeronáutica Civil de Bissau.

Muito mais tarde, em Tires, instruiu uma das filhas nesta “arte”, filha que é hoje piloto comandante numa empresa de transportes aéreos.

Sem embargo esta última comissão veio a ficar indelevelmente marcada por esse feito maior, que foi a operação “Mar Verde”, em 22 de Novembro de 1970, que Alpoim Calvão idealizou, planeou e comandou.

Uma operação audaciosa e ambiciosa que tinha objectivos no âmbito político, estratégico e táctico.

Esta ideia tinha-lhe começado a germinar ainda na 1.ª comissão ao querer planear um golpe de mão, a fim de libertar o Sargento Piloto António Lobato, que tinha sido feito prisioneiro pelo PAIGC, após uma aterragem forçada e levado para a Guiné Conakry.

Aproveito para dizer que o comportamento absolutamente excepcional deste militar durante os sete anos e meio que esteve preso – e que a operação conduzida pelo Comandante Calvão, finalmente libertou, juntamente com outros 25 prisioneiros – devia ser conhecida em todas as escolas do nosso país.

Desde essa altura as modalidades de acção da operação foram evoluindo até ao plano final da sua execução. E podemos afirmar que se todos os objectivos desta operação tivessem sido atingidos, muito possivelmente, a guerra na Guiné teria os seus dias contados.

O fim da operação coincidiu com o fim da comissão e temos Alpoim Calvão de volta à Metrópole, no fim desse ano.

Depois de várias peripécias vai chefiar a Divisão de Operações do Comando Naval do Continente e, um ano depois, a 4/1/72, vai comandar a Polícia Marítima.

Ainda nesse ano tem o seu primeiro trabalho civil como adjunto da administração da Fábrica de Explosivos da Trafaria, em “part time”.

A sua mente não para e giza um plano para montar um serviço de informações estratégicas, complementar da DGS e das informações militares, que dependesse do CEMGFA (nome de código “Dragão Marinho”). O plano é aprovado e posto em acção.

Monta-se uma pequena estrutura e recruta-se gente. Várias operações tomam forma e numa delas é feito o primeiro contacto secreto com Amílcar Cabral. Três meses depois este é morto em Conakry.

Muito haveria a esperar deste serviço mas o General Costa Gomes, que substituíu o General Venâncio Deslandes como CEMGFA acabou, mais tarde, por boicotar o projecto e pôs-lhe um fim, em 15/1/74.

Na Polícia Marítima consegue detectar e resolver alguns casos de navios que faziam escala em Lisboa e que transportavam material de guerra, sob disfarce, para os movimentos que nos guerreavam em África.

O mais célebre de todos ocorreu com o navio “Esperaza II”, que desapareceu misteriosamente no mar depois de largar do Porto de Lisboa…

Pelo meio Alpoim Calvão – desde sempre um amante do desporto – ainda arranjou tempo para ser Presidente da Comissão Central de Árbitros e da Federação Portuguesa de Remo, entre 1972 e 1974.

Para já não falar da Ópera cujo gosto cultivou desde novo, chegando mesmo a ter aulas de canto e a dar espectáculos, não deixando os seus créditos por mãos alheias!

Convidado por Pinheiro de Azevedo para participar no Golpe de Estado do 25 de Abril de 74, recusou por não lhe parecer que o Ultramar fosse defendido e salvaguardado. Sem embargo de ter concordado com a publicação do livro do General Spínola “Portugal e o Futuro”, talvez o erro de avaliação maior da sua vida.

Em 20 de Julho de 1974 é exonerado da Polícia Marítima e colocado numa “prateleira”. A sua promoção fica “congelada” e Alpoim Calvão pede para passar à licença ilimitada, em 1/11/74.

Iniciava-se para Calvão a fase mais turbulenta e agitada da sua vida.

Para ganhar a vida vai trabalhar para uma empresa de mergulho e como consultor da Fábrica de Explosivos da Trafaria.

Os acontecimentos precipitam-se e Alpoim Calvão é expulso da Armada, em 21/3/75, acusado de ter participado nos eventos do “11 de Março” desse ano, na sequência do qual foge para Espanha, após uma aparatosa fuga, pelo país, que durou uma semana.

Alpoim Calvão entra agora em conflito com as autoridades do seu país e decide-se a lutar contra aquilo que designou de “invasão marxista - leninista”.

É um dos principais fundadores do MDLP (Movimento Democrático para a Libertação de Portugal), em 5/5/75, presidido por Spínola, e que foi dissolvido em 29/4/76.

O período que o MDLP esteve em actividade, viu Alpoim Calvão levar uma vida digna de figurar nos episódios da série “James Bond”.

Com o fim do chamado “PREC” e acalmada a vida política e social em Portugal, Alpoim Calvão escreve o livro “De Conakry ao MDLP”, em 1976 e passa por vários processos em tribunal, todos arquivados.

Porém, Alpoim Calvão não regressa a Portugal, expulso de Espanha, acaba no Rio de Janeiro, onde se instala com a ajuda de amigos.

A sua vida no Brasil dá outro filme, reparem:

    Monta negócios com a ajuda de um oficial da marinha brasileira; manda vir a família juntar-se-lhe e tira um curso de gestão de empresas;
    Obtém sociedade numa concessão de garimpo de esmeraldas, no interior do Brasil, que explora;
    Esgotada a jazida, enfrenta um novo desafio na exploração agropecuária da fazenda Caiçará, com 140.000 hectares, coisa pouca…

Tudo isto em cerca de dois anos!

Não se pode dizer que falta tempero na vida deste homem…

Por falar em tempero, é mister acrescentar a sua fama gastronómica como cozinheiro embora confesse a minha frustração em nunca ter provado nada…

                                                                           *****

Dando conta da incrível presença e obra dos portugueses no Brasil, Alpoim Calvão sara as suas feridas com a Pátria e passa a acreditar, de novo, no seu destino.

As saudades, suas e da família, fizeram-no regressar a Portugal, no início de 1978, após garantias de que não seria incomodado.

Mesmo assim fá-lo clandestinamente.

Continua ligado ao Brasil e passa a trabalhar novamente nos Explosivos da Trafaria, onde fica até 1986.

Neste ano é reintegrado na Armada e promovido a Capitão de Mar - e – Guerra, reparando-se uma injustiça cometida 10 anos antes.

Nino Vieira, agora Presidente do novo estado lusófono, convida-o a visitar Bissau, onde cria a “Liga dos Antigos Combatentes das Forças Especiais Portuguesas na Guiné”.

Entretanto adquire a Companhia de Pólvora e Munições de Barcarena e tem negócios por esse mundo fora. No meio de um destes negócios, chega a ganhar uma cáfila de 20 camelos, numa aposta feita na Somália….

Bem se pode dizer que Alpoim Calvão é um “homem das Arábias”…

Já no Outono da vida – o que em Calvão é apenas um eufemismo de maior maturidade e experiência, já que a sua vontade e querer se mantêm inalteradas até hoje – o “chefe” como também é conhecido, confrontando-se com o miserável abandono a que tinham sido votados os antigos combatentes portugueses de origem não caucasiana, e a traição ignóbil aos mesmos, que resultou em que centenas dos seus antigos camaradas guineenses pudessem ter sido vilmente assassinados e enterrados em valas comuns – um passivo que o que resta da Nação Portuguesa terá que carregar para todo o sempre! – levam Alpoim Calvão a tentar ajudar os sobreviventes e a denunciar as atrocidades.

Para tal chegou a confrontar, cara – a – cara, o principal responsável pela barbaridade, o antigo Presidente da Guiné Luís Cabral, na TV, decidindo ainda a investir na Guiné onde, até hoje, mantém empresas a funcionar empregando centenas de guineenses.

Eis, pois, o mais puro exemplo da colonização portuguesa, que imperialismos vários, ideologias mal sãs e neocolonialismos de oportunidade, quiseram fazer confundir com “colonialismo”.

Apesar de todas as “amplas liberdades” e da apregoada “ética republicana”, da “democracia pluralista” e outras falácias do género, ainda hoje tudo isto se encontra envolto no manto diáfano da falsidade.

CONCLUSÃO

Tudo o que relatei, o livro “Alpoim Calvão, Honra e Dever”, nos conta, nos esclarece e nos faz reflectir.

É a história, o mais humana possível – dado que a natureza humana é o seu centro – de um português das “Sete Partidas”, que tem uma visão telúrica da Pátria e por ela se bateu, com paroxismos de heroísmo.

Um homem do antes quebrar do que torcer; um militar que intuiu e interiorizou as virtudes conhecidas por “militares”; que desde o início da nacionalidade moldaram os grandes combatentes, e enformaram as Forças Armadas.

O chefe audaz que não temia os riscos e que sem descurar os princípios da guerra - que a experiência dos séculos torna perenes - não se confinava aos mesmos, pois cada situação requer inovação e o princípio da surpresa não conhece limitações.

A sua liderança “criativa” teve sempre o homem, combatente ou não, como centro da sua acção, pois sem isso nada é possível conseguir.

Sendo possuidor de vastas qualidades e dons com que a natureza o dotara, não consta que tal lhe tenha ofuscado o critério, não se lhe nota ponta de afectação, nem alguém se lembra de o ter visto em bicos dos pés para se alcandorar a posições.

Não quer isto dizer que não se orgulhe do que fez, mas manteve-se simples e sóbrio, como é próprio dos grandes homens.

Não sendo imune aos ataques pessoais, invejas e ódios políticos, quedou-se imperturbável, firme e constante nas acções, como uma espada de boa tempêra.

Enfim, o Capitão de Mar – e - Guerra Alpoim Calvão foi um combatente e comandante de elite. Homem de vários saberes, de uma enorme capacidade de trabalho, grande desembaraço e versatilidade na acção.

Personalidade multifacetada, a sua lealdade não é questionável e a sua dedicação às causas em que se empenha, não conhece limites.

Tudo feito com um acrisolado amor à sua terra e à sua História, de que se tornou também um estudioso.

A ele bem se aplica o imortal verso de Camões:

“E julgareis qual é mais excelente: se ser do mundo rei, se de tal gente”!

Aguardemos, pois, em jubilosa esperança, o epílogo da sua quase biografia.

E que seja daqui a muitos anos.                



Mais informação em:

http://www.alpoimcalvao.pt/media.html

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Mordomias do pessoal da gestão pública

Reportagem de 2012 reveladora dos gastos realizados por organismos do Estado:


O BPN ainda vai render em Bollywood, tem um enredo fabuloso


"Não imaginam quanto lamento não ter o tempo nem o talento para digerir os 70 volumes e 700 apensos do caso BPN e escrever um thriller baseado nos factos reais da maior fraude portuguesa do século. A realidade supera sempre a ficção.
 Duvido que John Grisham fosse capaz de imaginar a cena do juiz presidente do coletivo ter de fazer uma coleta para comprar no IKEA uma estante para arrumar o processo - que lhe foi negada pela DG da Justiça.

Ler o texto completo aqui.



Petição muito importante

Leia a informação. No final tem a ligação para assinar.
Logo após a derrota do Relatório Estrela, os radicais gays e as feministas  do Parlamento Europeu começaram a trabalhar imediatamente na sua próxima iniciativa: o “Relatório Lunacek”.Com a sua ajuda, tal como fizemos com o Relatório Estrela, também podemos derrotar esse projecto.
No dia 03 de Fevereiro, o Parlamento Europeu votará o Relatório Lunacek, conhecido oficialmente como “o roteiro da União Europeia contra a homofobia e a discriminação com base na orientação sexual e na identidade de género(2013/2183).
Adoptado pelo Comité para Liberdades Civis do Parlamento Europeu (LIBE), o Relatório Lunacek representa uma tentativa surpreendentemente descarada, da parte de ativistas LGBT, de perverter o sentido real dos direitos fundamentais. Todavia, o comité LIBE não reflecte a opinião dos membros da câmara.
O Relatório Lunacek impõe os Princípios de Yogyakarta para a ordem legal da União Europeia. Nos Princípios de Yogyakarta, afirmam falsamente que “direitos especiais para os gays estão previstos nos direitos humanos universais” e todos os 120 direitos especiais para a comunidade gay devem ser impostos de modo a preencher os direitos humanos internacionalmente reconhecidos. O Relatório Lunacek impõe uma reinterpretação radical e uma manipulação dos direitos humanos.
A parlamentar Ulrike Lunacek, relatora, é uma feminista, esquerdista e activista LGBT, membro do Parlamento Europeu (Áustria – Partido Verde), co-presidente do Intergrupo sobre Direitos LGBT. Em 2013, Lunacek foi co-responsável por uma emenda que tinha como objectivo legitimar a pedofilia ao defender a necessidade da “ausência de tabus e de educação sexual interactiva” para crianças.
Quais são as referências para o novo roteiro da União Europeia? As referências feitas sobre o roteiro da União Europeia existentes são extremamente enganadoras. O atual Roteiro da União Europeia existe apenas para proteger os direitos das pessoas com deficiências. Mas o lobby LGBT está pervertendo a intenção original do Roteiro ao não o utilizar para estabelecer tratamento igualitário, e sim para adquirir privilégios especiais! É desconcertante ver o lobby LGBT valorizar a sua agenda à custa das pessoas portadoras de deficiências.
Qual é o conteúdo da resolução? A intenção do Roteiro é “institucionalizar a ruína dos direitos humanos”. Se for adoptado, as instituições da União Europeia e os Estados Membros deverão comprometer-se com a protecção total do activismo homossexual em todos os domínios públicos, incluindo não apenas as competências básicas nacionais da saúde e educação públicas, mas também o emprego e relações externas. O Relatório Lunacek inclui um amplo mecanismo de veto que favorece a comunidade LGBT. Segundo esse mecanismo, nenhuma legislação futura da União Europeia poderá contradizer os interesses dos activistas gays e lésbicos. O Roteiro poderá ser utilizado politicamente para obrigar todos os Estados Membros a permitirem o “casamento entre pessoas do mesmo sexo”, porque interfere em questões ligadas à cidadania, às famílias e à liberdade de movimentos. As duplas homossexuais terão acesso à adoção de filhos e à fertilização in vitro em todos os Estados Membros. O Roteiro garantirá liberdade de associação e expressão para os activistas gays e combaterá todos os  discursos contrários como crimes de ódio para silenciar os críticos do homossexualismo e do ativismo LGBT. Ao aprová-lo, o Parlamento Europeu permitirá que a União Europeia e os Estados Membros utilizem um juízo de valores duplo: liberdade de expressão irrestrita para a comunidade gay, mas limitada para os possíveis críticos. Nenhuma providência é tomada para proteger os direitos dos pais de educarem seus filhos e protege-los da propaganda homossexual, ou ainda para proteger o direito à objecção de consciência.
O Relatório Lunacek parece ter o propósito de pressionar os Estados Membros a legalizarem os “casamentos” entre pessoas do mesmo sexo. Isso seria feito de modo insidioso e subtil: por meio da solicitação de reconhecimento automático de todos os documentos de estado civil. Na prática, isso significaria que, nos Estados Membros onde os “casamentos” homossexuais não são reconhecidos pela lei, esse tipo de união teria de ser obrigatoriamente reconhecido mesmo que tivesse sido realizado noutro Estado Membro.
O Relatório também pretende exercer influência política dentro da Organização Mundial de Saúde para remover o homossexualismo da lista de desordens comportamentais e mentais. Representa uma surpreendente interferência na liberdade da ciência por uma instituição política.
Crimes de ódio são cometidos pelos próprios activistas gays. Em toda a União Europeia há um aumento bem documentado de “crimes de ódio” cometidos por activistas homossexuais contra os seus oponentes.