BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

segunda-feira, 24 de outubro de 2016


NRP Figueira da Foz, ruma

ao Mediterrâneo Central


Miguel Machado, Operacional, 23 de Outubro de 2016

Na Base Naval de Lisboa a guarnição do Figueira da Foz ultima os preparativos para a próxima missão. Dentro de dias ruma ao Mediterrâneo Central onde se vai juntar aos esforços da União Europeia no controlo dos fluxos migratórios provenientes do Norte de África. O comandante, capitão-tenente Guardado Neto, sabe que a missão se reveste de contornos especiais, com uma grande carga emocional, mas não deixa de estar também atento à protecção da sua força. Na realidade, parecendo iguais, todas as missões são diferentes, nunca se sabe exactamente o que se vai encontrar.

Cais 5 da Base Naval de Lisboa, no Alfeite,
o NRP Figueira da Foz, 21 de Outubro de 2016,
dentro de uma semana, ruma ao Mediterrâneo Central.

O Operacional esteve a bordo do Figueira da Foz, falou com o comandante do navio, com a médica naval que vai acompanhar esta missão, e deixa aqui aos leitores uma panorâmica do que poderá ser mais esta missão Frontex e como foi preparada. Sobre o navio em concreto não falaremos muito, uma vez que nas nossas páginas já publicámos duas reportagens sobre o NRP Viana do Castelo, desta classe.

Um patrulha oceânico com provas dadas

O NRP Figueira da Foz foi o segundo – e até agora último – navio da classe Viana do Castelo a entrar ao serviço da Marinha, em finais de 2013. Desde então já cumpriu muitas missões no Continente e no Arquipélago dos Açores, mas também em África (Maio e Junho de 2015), no Canadá (Agosto 2015), e no Mediterrâneo Ocidental – Espanha, Argélia, Marrocos – onde esteve em 2014, no âmbito da Agência de Fronteiras Europeia – Frontex, para a qual também agora vai actuar.

No próximo dia 28 de Outubro de 2016, largará da Base Naval de Lisboa em direcção ao porto de Empedocle na Sicília e durante o mês de Novembro deverá realizar até 500 horas de navegação, na área a Sul da Ilha de Lampedusa até à costa da Líbia, em acções de busca e salvamento no mar, no âmbito da «Operação Triton» da Frontex.

Durante a operação a guarnição será composta por 64 militares.
Incluem-se aqui 10 fuzileiros, 2 inspectores do Serviço de Estrangeiro e Fronteiras
e 2 oficiais de ligação italianos.

Salvamentos em massa no Mediterrâneo

Portugal tem uma participação constante nos esforços da União Europeia nesta região Sul da Europa, quer através das Forças Armadas, nomeadamente da Marinha – que aqui naturalmente desenvolvemos um pouco – e Força Aérea, quer da Autoridade Marítima Nacional / Polícia Marítima, mas também do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (a força policial portuguesa que é o ponto de contacto nacional da Agência de Fronteiras Europeia – Frontex) e da Guarda Nacional Republicana.


É um assunto muito mediatizado, a questão dos refugiados que chegam à Europa e talvez mesmo por isso, pela repetição de informação sobre o assunto, entre nós que estamos longe, também se tende a relativizar o problema. Na realidade a pressão migratória mantém-se e os mapas e estatísticas que apresentamos dão bem uma noção da dimensão do problema.

A área de actuação do NRP Figueira da Foz está assinalada com uma estrela encarnada.
Os números da dimensão do problema em Dezembro de 2015.
Como se pode ver, na área de actuação do navio português,
a situação agravou-se no segundo semestre de 2015.
No Mediterrâneo Central, ano após ano.
A brutalidade dos números, dia após dia, em 2015,
torna evidente a quantidade de meios navais necessários
à salvaguarda da vida humana no mar.

Missão de carácter humanitário

Apesar da «rotina» em que este assunto se vai tornando para a opinião pública, para estes portugueses que no mar vão encarar as pessoas que tentam alcançar a Europa, esta é sem dúvida uma missão com uma carga emocional muito grande. Vão lidar com seres humanos de todas as idades e regra geral num estado de saúde debilitado – alguns mesmo em risco de vida e outros que já a perderam – e todo o aprontamento do navio foi feito no sentido de criar condições a bordo para minorar o que for possível de sofrimento humano depois de evitar a morte no mar, acolher com dignidade mas também fazendo uma triagem de segurança, prestar cuidados médicos e dar-lhes alimentação e abrigo, até ao desembarque num porto.

Tem a palavra o comandante!

O capitão-tenente António Júlio Guardado Neto, 42 anos de idade e 24 de serviço, comanda o NRP Figueira da Foz desde 12 de Setembro último, e da troca de impressões com o Operacional resultaram estas respostas que certamente transmitem uma ideia mais precisa daquilo que a Marinha Portuguesa já fez e vai agora continuar a fazer no Mediterrâneo. Esta unidade naval é considerada uma Força Nacional Destacada, a Marinha fez a transferência de autoridade sobre o navio para o Estado-Maior General das Forças Armadas depois do aprontamento feito, e os militares empenhados estão ao abrigo do Estatuto dos Militares em Missões Humanitárias e de Paz.

O comandante Guardado Neto tem como missão salvaguardar a vida humana
no mar acolhendo emigrantes/refugiados, mas também garantir a protecção
dos militares que comanda e a segurança do navio.
Não sendo provável, a ameaça existe.

Trata-se de uma missão que a Marinha já fez, muito semelhante em 2014 com o Viana do Castelo, e na qual vamos ficar na dependência de um Centro de Coordenação Internacional Frontex, ICC, que funciona em Roma e onde temos um oficial de ligação, escalando dois ou três portos na região (em principio serão pelo menos Empedocle e Catânia na Sicília)… …tradicionalmente a Agência pede meios (navais e aéreos por exemplo) aos países e cada nação escolhe de acordo com as suas capacidades e possibilidades – é uma decisão nacional – que tipo de navios vai empregar… …no caso deste navio parece-nos que é especialmente adaptado por vários motivos, nomeadamente porque dada as suas dimensões tem uma boa capacidade para embarcar pessoas, numa região onde se têm verificado grandes volumes de salvamentos… …podemos recolher de uma só vez um número a rondar as 260 pessoas… …a missão enquadra-se dentro do controlo de fronteiras e isso quer dizer que abrange uma gama muito vasta de possibilidades e não só a busca e salvamento, mas também, se acontecer, o combate a diversas formas de criminalidade… …aliás transportamos connosco dois agentes portugueses do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para nos dar enquadramento na área policial, dez fuzileiros do Pelotão de Abordagem para nos garantir uma segurança acrescida da plataforma e dos refugiados em caso de necessidade, e ainda um oficial italiano da Guardia di Finanza que é o elemento de ligação com o ICC … …actuamos sozinhos na área que nos está atribuída, embora sempre em contacto com navios que operam das áreas adjacentes…

Se tudo correr como previsto em Novembro o Figueira da Foz dará inicio
à missão a Sul de Lampedusa. Em Dezembro regressará aqui, à sua base no Alfeite.
OTO Melara Marlin-WS (Modular Advanced Remotely controlled Lightweight Naval Weapon Station).
Trata-se de uma peça de artilharia 30mm, com controlo remoto. Pode ser operada de uma consola
na ponte de comando do navio, ou, em caso de necessidade junto ao sistema.
Tem estabilizador, capacidade de tiro diurno e nocturno contra vários alvos.

Preparação da missão

O plano de treino para a missão, coordenado por várias entidades da Marinha, abrange quer a guarnição quer a plataforma, que para este caso sofre algumas adaptações, não são muito significativas, mas fica algo diferente, e já veremos em quê. …Quem elabora este plano – no fundo é um documento com as várias áreas em que devemos ser capazes de agir – é o Comando Naval, em concreto a sua Equipa de Avaliação do Centro Integrado de Treino e Avaliação. Foi um processo que se iniciou até antes de eu assumir o comando, tipicamente deverá decorrer durante uns 4 meses para estas missões que são previstas com muita antecedência, mas não raramente o tempo efectivo disponível é inferior. É uma missão fora de área, logo há necessidade de dotar a plataforma com meios suplementares, por exemplo sobressalentes, ou se quiser outro exemplo que pode parecer de detalhe mas acaba por ser importante, levamos casas de banho portáteis para uso dos refugiados… …em termos da guarnição a Equipa de Avaliação desloca-se ao navio e verifica se aquilo que no plano de treino está previsto já foi implementado… …podem ter que vir mais do que uma vez se forem detectadas lacunas e termina com a certificação do navio e da guarnição, neste momento estamos certificados e prontos para a missão… …material médico suplementar, acessórios para acolher os refugiados, material de higiene, alimentação extra…

No convés inferior ou Parque de Manobra de Cabos e no superior, Convés de Voo,
será instalado um «circuito» com várias «estações» para acolher os emigrantes/refugiados
com dignidade e segurança, prestando cuidados médicos e fornecendo alimentação.
O Convés de Voo já com parte das estruturas que servirão para construir
a área de repouso das pessoas que forem recolhidas do mar.
Ensaio da montagem de «estações» que daqui a dias, com grande probabilidade, estarão repletas
de pessoas recolhidas a bordo. Em principio, estarão a bordo sempre menos de 24 horas.

Reconfiguração do navio para a missão

O navio recebe uma série de infra-estruturas adaptadas à recolha e processamento
dos refugiados.

…Cria-se um circuito desde a sua entrada, no Parque de Manobra de Cabos (convés inferior), onde é feita a recolha e ajuda na entrada, segue-se uma primeira triagem, revista – verificar se não transportam nada que possa colocar em causa a nossa segurança ou a deles próprios – e depois seguem para o Convés de Voo, onde continuam um circuito que inclui a triagem médica e logo ali temos um posto de recobro para uso em caso de necessidade; identificação pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras; e depois ficam em repouso área de acolhimento, coberta… …e aqui lhes é servida alimentação e água porque chegam regra-geral muitíssimo debilitados…

Recolha de refugiados

…Apesar desta reconfiguração do navio, isto é feito de modo que o navio possa responder a alguma ameaça assimétrica, isto é, mantém a capacidade de usar a força, seja pela guarnição, nomeadamente o Pelotão de Abordagem, seja com o sistema de armas que assenta no canhão 30mm Oto Melara, e nos sensores… …quando é detectada uma embarcação que necessita de ajuda (seja o nosso navio a identificar, seja por indicação do ICC que nos transmite a localização através dos seus sistemas de informação), deslocamos o navio para a área, verificamos se não há nada de estranho na envolvente, nenhuma ameaça, e colocamos um semi-rigido na água para ajudar a encostar a embarcação a socorrer ao nosso navio… …se houver alguma necessidade urgente esta semi-rigida pode proceder logo a alguma evacuação… … no máximo mantemos os refugiados a bordo cerca de 24 horas, e depois os desembarcamos nos portos da Sicília onde há campos de acolhimento ou em alto mar, para navios próprios que andam ali em transito a fazer este trabalho de modo a nós podermos continuar a missão… … actuamos a Sul de Lampedusa, em águas territoriais italianas ou mesmo fora se tal for necessário… …em termos de tecnologia o que o navio dispõe é suficiente e basicamente utilizamos o sistema de comando e controlo para as comunicações via satélite (internet e telefone) com o órgão coordenador, estamos fora de área não há outra solução, os equipamentos de detecção o navio também já os tem, nomeadamente a câmara de vigilância, térmica, que permite fazer o contraste, de noite, tem grande alcance… …há também os radares e os sistemas de vídeo vigilância espalhados pela costa italiana dos quais podemos receber informação… …é muito raro ser o navio, sem informação destes sistemas integrados de vigilância, a detectar por si próprio as embarcações… …o que também acontece são os próprios traficantes largarem as embarcações num determinado ponto e depois telefonam para o centro de busca e salvamento a dizer que estão a necessitar de ajuda…

O semi-rígidos são essenciais quer às manobras de recolha de pessoas
quer a determinadas operações de segurança. Têm motor diesel a hidrojacto omni-direcional.
Esta tem 8,5 metros e capacidade para transportar 15 passageiros…
…e esta 6,8 metros e capacidade para transportar 9 passageiros

O NRP Figueira da Foz vai preparado para apoiar até 1 000 refugiados, caso este número seja ultrapassado, haverá que recorrer ao «Sistema de Apoio aos Navios Fora de Área» em Portugal que providenciará os abastecimentos necessários quer a partir de Portugal quer do mercado local. Saúde e alimentação são na realidade dois grandes desafios que se colocam neste tipo de missões e se o número de pessoas recolhidas for mais elevado que o previsto, são estas as áreas a carecer de reforço de «consumíveis».

Apoio médico

No decurso da nossa curta mas esclarecedora visita ao Figueira da Foz, deparamo-nos, na enfermaria, com o momento em que uma grande quantidade de material médico tinha sido ali descarregado. Foi a oportunidade para ouvir a capitão-tenente médica naval Filipa Sequeira Soares Albergaria, 41 anos de idade, 15 anos de serviço na Marinha. Vai chefiar este serviço a bordo durante a missão, o qual está reforçado. Nas missões típicas deste navio em Portugal apenas embarca um enfermeiro, agora, uma médica e duas enfermeiras. Filipa Albergaria fala-nos das capacidades do navio nesta área da saúde e sobre algumas das suas particularidades.

A capitão-tenente médica naval Filipa Albergaria recebe o Operacional
com a enfermaria «atulhada» de medicamentos acabados de chegar.
Para esta missão o apoio sanitário compreende além da médica, duas enfermeiras.

…Estamos preparados para fornecer um apoio médico que classificamos de «Role 1», ou seja, cuidados de saúde primária e pequena cirurgia, não podemos fazer cirurgia de suporte básico de vida porque não temos capacidade de anestesia a bordo, não temos monitorização suficiente. Casos a necessitar desta intervenção serão evacuados por meios aéreos (helicópteros) ou para outros navios com maior capacidade.

Transportamos muitos medicamentos para esta missão, baseados nas informações constantes nos relatórios das missões anteriores, e o que temos sabido é que nos aparecem pessoas que regra-geral vêm de campos/áreas super-povoadas, sem nenhuns cuidados médicos, com muitas infecções (respiratórios, cutâneas), tuberculose, varicela, e é para isso que vamos preparados. Habitualmente estas pessoas também apresentam uma série de pequenos cortes, queimaduras, problemas derivados de combustível derramado a bordo das embarcações onde fazem a travessia. Passam por vezes dias seguidos com os pés e outras partes do corpo mergulhados em água salgada e gasolina/gasóleo. Cada vez chegam pessoas mais jovens, crianças que necessitam de cuidados, medicamentos e até alimentação específica. Até papas e fraldas levamos! Os mais velhos por seu lado têm muitas vezes uma série de patologias crónicas, agravadas pela situação em que se encontram.

Em saúde o passar do tempo, horas, dias, é crítico. Quanto mais tempo passa mais uma situação crónica se torna em aguda e uma aguda em potencialmente fatal. As patologias que nos aparecem, em 24 horas podem agravar-se muito, o que nos leva a transferir as pessoas para outro navio de maiores dimensões e capacidades ou para terra. Também há a possibilidade de evacuações de urgência através de helicóptero…

A Marinha vai cumprir mais uma missão de controlo de emigrantes/refugiados na fronteira Sul da Europa. O problema, como os números o indicam, não está nem de perto nem de longe resolvido. Podemos quanto muito dizer que a situação está controlada. Até novas medidas políticas serem tomadas e implementadas, a única solução é manter estes dispositivos militares e policiais a trabalhar em proveito da salvaguarda da vida humana e na contenção destes fluxos de gente.

É isso que os militares do Figueira da Foz vão fazer. Boa missão e bom regresso à Pátria,
com a noção do dever cumprido.

O Estandarte Nacional do NRP Figueira da Foz. Como se pode ver,
na Marinha, a identificação da unidade está inscrita na bandeira
e não numa gravata exterior como acontece no Exército.
O Estandarte Heráldico do navio com o seu Brasão de Armas.


O NRP Figueira da Foz
(Fonte: Marinha Portuguesa)

O navio patrulha oceânico Figueira da Foz foi construído nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e foi aumentado ao efectivo dos navios da Armada em 25 de Novembro de 2013. Foi concebido como navio não combatente, e destina-se prioritariamente a exercer funções de autoridade do Estado e a realizar tarefas de interesse público nas áreas de jurisdição ou responsabilidade Nacional.

Características

Deslocamento 1.850 ton

Comprimento 83,1 m

Boca Máxima 12,95 m

Calado 3,82 m

Propulsão

Velocidade Máxima 21 nós

Guarnição (normal)

Oficiais 6

Sargentos 9

Praças 27

Total 42

Armamento

1 Peça de artilharia Oto Melara 30 mm

1 Sensor Electro-ótico SAGEM/VIGY

2 Radares de navegação KH Manta2000

Lançamento à água: 01-Out-2005

Aumentado ao efectivo: 25-Nov-2013


Factos

Navio particularmente vocacionado para actuar na zona económica exclusiva nacional desenvolvendo as seguintes tarefas:

Busca e salvamento marítimo;

Fiscalização da pesca;

Controlo dos esquemas de separação de tráfego;

Prevenção e combate à poluição marinha;

Prevenção e combate a actividades ilegais como o narcotráfico, imigração ilegal, tráfico de armas e outros ilícitos, em colaboração com outras autoridades nacionais.

Para além das tarefas referidas, estes navios têm capacidade para cooperar em:

Operações militares de baixa intensidade;

Acções decorrentes da promulgação do estado de sítio ou emergência;

Apoio humanitário na sequência de desastre natural;

Patrulha das águas territoriais e áreas críticas visando a manutenção da liberdade de utilização das águas e portos nacionais;

Efectuar lançamento de minas em campos defensivos;

Efectuar o transporte de forças militares de pequena dimensão.






segunda-feira, 10 de outubro de 2016


Pilares da islamização da Turquia:

Escolas, mesquitas e prisões


Burak Bekdil, The Gatestone Institute

A Turquia tem duas vezes mais mesquitas per capita do que o Irão

(Tradução automática no fim)

One way the rise of Islamist authoritarianism in a country can be seen is by the rise in the number of mosques, religious schools and prisons – coupled with a sharp decline in the quality of education. Turkey is no exception.

Most recently, the Turkish government said that it would build 174 new prisons, increasing capacity by 100,000 convicts. This is Turkey's reply to complaints that six convicts must share a cell built for three. Convicts say they must sleep in turns in their bunk beds.

Before that, Turkey's government release nearly 40,000 convicted criminals, in order to make space for tens of thousands of suspects, including journalists, businessmen and academics, detained after the failed coup of July 15.

The other type of trendy building in Turkey is the mosque. Turkey's state-funded Directorate for Religious Affairs (Diyanet) has proudly announced that nearly 9,000 new mosques were built across the country between 2005 and 2015.

The number of mosques in Turkey is estimated at around 90,000, or one mosque per 866 people. Iran, with a similar population to Turkey’s [nearly 78 million] boasts just 48,000 mosques. In other words, Turkey has twice as many mosques as the Islamic Republic of Iran, for roughly the same population. Egypt, which has a population -- nearly 90 million -- bigger than Turkey's, has 67,000 mosques.

Turkey's president, Recep Tayyip Erdogan, has not only been building mosques and prisons to further Islamize the country. He has also passionately been building religious schools [from which he once graduated]. He boasts that during his term as prime minister and president (since November 2002), the number of students enrolled at religious schools, officially called "imam schools," has risen from 60,000 to more than 1.2 million -- a 20-fold increase. In his study, « The Islamization of Turkey: Erdogan's Education Reforms ,» Svante E. Cornell wrote that:

The growing efforts at Islamization of Turkish society have largely gone unnoticed. For many years, Islamization was the dog that did not bark: in spite of dire predictions by secularists, the [ruling] AKP did not introduce conspicuous efforts to Islamize Turkey. But since 2011, this has changed. The main exhibit is the education sector, which President Recep Tayyip Erdoğan has remodeled to instill considerably more Islamic content, in line with his stated purpose to raise "pious generations". Ultimately, the Islamic overhaul of the education system is bound to have implications for Turkey's civilizational identity, and on the choices it will make on where it belongs politically.

In 2012, Erdogan's government introduced a contentious 12-year compulsory education system, paving the way for religious middle schools. In 2014, it introduced a scheme which forcibly enrolled about 40,000 students at imam schools. In some districts, imam schools were suddenly the only options for parents who could not afford private schooling. Also in 2014, the government granted permission for girls as young as 10 to wear Islamic headscarves in class.

So, where does Turkey's increasingly Islamist education stand after all those efforts? According to a report released this month by the Organization for Economic Co-operation and Development (OECD), Turkey is one of the countries with the lowest spending per student. Turkey's public spending for primary and secondary school education, and its spending per university student, were all below the OECD average. The OECD study also found that 43% of Turkish women aged between 15 and 29 were neither working nor receiving education. The OECD average for that group is 17%.

But it is not just about the quantitative findings; qualitative findings also point to an alarming education deficit in Turkey. In 2016, more than two million Turkish high school graduates took the annual national test to enroll at a post-secondary institution. According to the nationwide test results, the students scored an average 4.6 out of 40 questions in mathematics; 7.8 in science and 10.7 in humanities. Ironically, the test results show that the Turkish students do not even have adequate skills in their own language. The average score in Turkish was 19.1 out of 40.

This is the inevitable outcome of systematic Islamization of society in general, and of education in particular, over the past 14 years. The next 14 years will doubtless be far bleaker.

Burak Bekdil is an Ankara-based columnist for the Turkish newspaper Hürriyet Daily News and a fellow at the Middle East Forum.

(Tradução automática)


Pilares da islamização da Turquia:

Escolas, mesquitas e Prisões



Burak Bekdil

Uma maneira a ascensão do autoritarismo islâmico em um país pode ser visto é pelo aumento no número de mesquitas, escolas religiosas e prisões – juntamente com um declínio acentuado na qualidade da educação. Turquia não é excepção.

Mais recentemente, o governo turco disse que iria construir 174 novas prisões , aumentando a capacidade de 100.000 condenados. Esta é a resposta da Turquia de queixas de que seis condenados devem compartilhar uma cela construída para três. Condenados dizem que deve dormir em turnos em seus beliches.

Antes disso, o governo da Turquia lançou cerca de 40.000 criminosos condenados , a fim de abrir espaço para dezenas de milhares de suspeitos, incluindo jornalistas, empresários e acadêmicos, detidos após o fracassado golpe de 15 de Julho.

O outro tipo de edifício moderno na Turquia é a mesquita. Direcção financiada pelo Estado da Turquia para os Assuntos Religiosos ( Diyanet ) orgulhosamente anunciou que cerca de 9.000 novas mesquitas foram construídas em todo o país entre 2005 e 2015.

A Turquia tem duas vezes mais mesquitas per capita do que o Irão

O número de mesquitas na Turquia é estimado em cerca de 90.000, ou uma mesquita por 866 pessoas. Irã, com uma população semelhante à da Turquia [quase 78 milhões] possui apenas 48.000 mesquitas. Em outras palavras, a Turquia tem o dobro de mesquitas do que a República Islâmica do Irão, para aproximadamente a mesma população. O Egito, que tem uma população - quase 90 milhões - maior do que da Turquia, tem 67.000 mesquitas.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, não só tem vindo a construir mesquitas e prisões para islamizar ainda mais o país. Ele também apaixonadamente vindo a construir escolas religiosas [a partir da qual ele já se formou]. Ele se gaba de que durante o seu mandato como primeiro-ministro e presidente (desde Novembro de 2002), o número de alunos matriculados em escolas religiosas, oficialmente chamado de "escolas imam", tem aumentado de 60.000 para mais de 1,2 milhões - um aumento de 20 vezes. Em seu estudo, « A islamização da Turquia: Reforma do Ensino de Erdogan ,» Svante E. Cornell escreveu que:

Os esforços crescentes no islamização da sociedade turca em grande parte passaram despercebidos.Por muitos anos, islamização era o cão que não latiu: apesar de terríveis previsões por secularistas, a [decisão] AKP não introduzir esforços notáveis ​​para islamizar a Turquia. Mas desde 2011, isso mudou. A principal exposição é o sector da educação, que o presidente Recep Tayyip Erdoğan remodelou para incutir consideravelmente mais conteúdo islâmica, em linha com o seu objectivo declarado de levantar "gerações piedosas". Em última análise, a reforma islâmica do sistema de ensino é obrigado a ter implicações para a identidade civilizacional da Turquia, e sobre as escolhas que vai fazer sobre onde ele pertence politicamente.

Em 2012, o governo de Erdogan introduziu um sistema de escolaridade obrigatória de 12 anos contencioso, abrindo o caminho para escolas de ensino médio religiosas. Em 2014, introduziu um regime que, à força inscritos cerca de 40.000 alunos de escolas imã. Em alguns distritos, escolas imam eram de repente a a única opção para os pais que não podiam pagar o ensino privado. Também em 2014, o governo concedeu permissão para meninas de 10 a usar véu islâmico em sala de aula.

Então, onde é que suporte a educação cada vez mais islamita da Turquia depois de todos esses esforços? De acordo com um relatório divulgado este mês pela Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE), a Turquia é um dos países com o menor gasto por aluno. A despesa pública da Turquia para o ensino primário e secundário, e seus gastos por estudante universitário, foram todos abaixo da média da OCDE. O estudo da OCDE também constatou que 43% das mulheres turcas com idade entre 15 e 29 eram não trabalhar nem de receber educação. A média da OCDE para esse grupo é de 17%.

Mas não é apenas sobre os resultados quantitativos; achados qualitativos também apontam para um défice de educação alarmante na Turquia. Em 2016, mais de dois milhões de graduados do ensino médio turcos fizeram o teste nacional anual para se inscrever em uma instituição pós-secundária. De acordo com os resultados dos testes em todo o país, os estudantes marcou uma média 4.6 de 40 questões de matemática; 7,8 em ciência e 10,7 em humanidades. Ironicamente, os resultados do teste mostram  que os estudantes turcos nem sequer têm competências adequadas em sua própria língua.A pontuação média em turco foi de 19,1 de 40.

Este é o resultado inevitável de islamização sistemática da sociedade em geral, e da educação, em particular, ao longo dos últimos 14 anos. Os próximos 14 anos será sem dúvida muito mais sombrio.

Burak Bekdil é um colunista com sede em Ankara para o jornal turco Hürriyet Daily News e pesquisador do Middle East Forum.






Bombardeiros russos dançam com a morte

nos céus da Europa


Luis Dufaur

O facto foi revelado posteriormente visando amortecer o seu impacto previsível.

Em 22 de Setembro, dois bombardeiros nucleares russos Tupolev TU-16 ingressaram no espaço aéreo europeu pelo norte da Noruega e chegaram próximo de Bilbao, Espanha, antes de regressar às suas bases, noticiou o «Le Figaro» de Paris.

A invasão teve um carácter provocatório e relembrou os piores momentos de tensão da Guerra Fria. Os bombardeiros foram sendo acompanhados por dez aviões de quatro países europeus: Noruega, Grã-Bretanha, França e Espanha.

Um Tupolev Tu 160 escoltado por um jacto francês.

Os intrusos não aceitavam comunicações nem contacto algum. Os dois foram interceptados a uma centena de quilómetros da costa da Bretanha por caças Rafale franceses, segundo o site do ministério da Defesa em Paris.

E daí, desviaram para a Espanha onde foram interceptados por caças bombardeiros F18. A dança da morte durou quatro horas.

O Tupolev Tu-160 Blackjack é um grande bombardeiro supersónico construído no fim dos anos 1970 em plena era soviética. É o maior supersónico do mundo e está destinado a ataques a grandes distâncias. Pode e leva entre 12 e 24 misseis, com ogivas nucleares.

O avião só teve o seu baptismo de fogo em Novembro de 2015 bombardeando a população civil na Síria. Vladimir Putin ordenou modernizá-los e relançar a sua produção, pois encontram-se deteriorados pelo tempo e desfasados tecnologicamente.

A provocação desta envergadura foi a segunda em 2016. A anterior em costas francesas aconteceu em Fevereiro. Nessa ocasião dois Blackjack fizeram um percurso análogo.

O chefe do Estado Maior da Força Aérea francesa, general André Lanata, explicou à France Press que esse tipo de manobras «faz parte das gesticulações russas», segundo «Le Figaro».

Só um dos Tu-160 que protagonizou o incidente
pode levar entre 12 e 24 mísseis com ogivas atómicas.

Outros atritos aconteceram com grandes bombardeiros russos Tu-95 Bear sobre o Canal da Mancha em datas recentes.

O jornal «La Vanguardia» de Barcelona sublinhou que a irrupção sem aviso prévio dos aviões de ataque vindos da Rússia, constituíram «um insólito e provocativo movimento da parte de Moscovo».

O maior jornal catalão sublinhou o facto de os bombardeiros terem chegado até Bilbao, grande cidade no mar Cantábrico onde foram afastados pelos F18 espanhóis.

Quatro bases aéreas francesas estão em estado operacional permanente para defender o território. Em caso de alerta, os interceptores encostam-se aos intrusos suspeitos e tentam comunicar.

Se o intruso não responde ou o nível de ameaça parece alarmante, só o primeiro-ministro pode dar a ordem de abrir fogo.

Os aviões russos habitualmente não respondem, e criam um enigma a respeito dos seus objectivos, por certo não amigáveis.

Mas o Kremlin sabe que tem bons amigos ou opositores moles nos governos da União Europeia e que não tem a temer uma reacção firmes, até que um dia aconteça o irreparável.

Em terra, milhões de cidadãos cuidam das suas actividades ou entretenimentos talvez sem perceber que sobre as suas cabeças dá-se um duelo delicado que pode extinguir as suas vidas e bens sem aviso prévio.





domingo, 9 de outubro de 2016


Perseguição aos cristãos sírios

no Oriente e no Ocidente.


Crimes de guerra russos visam forçar migrações


Luis Dufaur

Há algo de profundamente enganoso e podre nos promotores dessas migrações, que ocupam as mais altas posições no Ocidente e fingem revestir-se de abundante palavreado humanista e cristão.

Os cristãos na Síria «estão dispostos a dar as suas vidas e a que as suas cabeças sejam cortadas para testemunhar Jesus Cristo», afirmou a religiosa missionária Maria de Guadalupe.

Ela está na cidade de Aleppo há cinco anos e vive o drama da perseguição cristã desencadeada pelo Estado Islâmico, informou ACI Digital.

Na Síria, os católicos voltam-se especialmente para Nossa Senhora de Lourdes.

A irmã, que é do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), passou 18 anos na Terra Santa, no Egipto, e desde 2011 está na Síria. Teve a possibilidade de se ir embora deste país quando começou a guerra, mas decidiu ficar.

«Eu realmente acredito que Deus lhes dá, como retribuição pela sua generosidade, fortaleza para ir até as últimas consequências», sustentou a religiosa.

Trata-se dos «mártires dos nossos tempos», que «estão dispostos a entregar tudo, inclusive o bem mais precioso que é a própria vida». Eles também «confiam nas orações do resto do mundo cristão que os apoia».

A missionária explicou que, pela primeira vez em alguns anos, o Estado Islâmico está a retroceder e algumas cidades estão a ser recuperadas. Isto faz com que os rebeldes «queiram mais vingança e intensifiquem os ataques aos civis».

Do mesmo modo, denunciou que «o cristianismo ocidental tem pouco acesso às informações do que realmente está a acontecer, porque os meios de comunicação internacionais mais importantes não estão a divulgar as notícias e isto não é uma casualidade».

A religiosa insistiu que «os cristãos perseguidos na Síria e no Iraque confiam nas orações do resto do mundo». Portanto, concluiu a Irmã Maria de Guadalupe, «eu não considero uma ignorância culpável do mundo cristão ocidental», mas uma «anestesia provocada».

A religiosa dá exemplos disso.

«O lógico seria que os países islâmicos, por exemplo, os países do Golfo, que são muitos ricos, abrissem as suas fronteiras para receber os seus irmãos refugiados muçulmanos», explicou, segundo o site Actuall.

A irmã Maria de Guadalupe é missionária na Síria e Oriente Médio há 18 anos.

Observamos que a afinidade religiosa, a proximidade geográfica, a riqueza dos países petrolíferos do Golfo e a sua necessidade de mão-de-obra fazem deles o destino natural dos asilados muçulmanos do Próximo-Oriente.

Mas há uma «anestesia provocada» dessa opção natural para aliviar os necessitados. Nos jornais ocidentais, nos órgãos internacionais e do Vaticano só se fala e só se exige da imigração islâmica que vá para Europa, cujas raízes são cristãs, que exigem uma viagem em que morrem milhares, onde não há trabalho e cujas línguas são outras.

Que estranho facto está acontecendo nas capitais ocidentais e na Santa Sé para não verem a contradição?

A irmã Maria de Guadalupe pergunta porque é que aqueles que gastam milhões de euros construindo mesquitas na Europa não acolhem os mais necessitados.

«Porque não fazem isso? Seria conatural e muito mais simples adaptarem-se na sua própria religião e nas suas próprias terras. Então a Europa poderia receber os seus irmãos cristãos. Isto não é discriminação, mas perceber simplesmente que a caridade não significa ‘bonismo tolo’».

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Soror Maria de Guadalupe também denuncia as falsas propagandas de demagogos humanitários e de eclesiásticos sobre a origem dos refugiados que entraram na Europa no último ano.

Com toda a sua experiência, denúncia que os imigrantes não foram impulsionados pela guerra na Síria. «Há de tudo. Há na Alemanha famílias da nossa paróquia de Aleppo, que conseguiram chegar e estão aterrorizadas».

Entre os factos que os grandes meios de comunicação e os demagogos políticos e eclesiásticos não contam, está o caso de uma cristã que foi parar à Alemanha fugindo da perseguição religiosa e que está a ser maltratada pelos muçulmanos em território europeu.

«Após tudo o que sofreram para chegar, estão padecendo maus-tratos horrorosos da parte dos refugiados muçulmanos com os quais foram alojados.

«Eles obrigam os cristãos a rezar cinco vezes por dia com eles e as mulheres são obrigadas a cobrirem-se como muçulmanas.

«Estão fugindo da perseguição religiosa na Síria, chegam à Europa, terra cristã, e sofrem essa perseguição em pleno coração do continente», disse a religiosa.

Há algo de profundamente enganoso e podre nos promotores destas migrações, que ocupam as mais altas posições no Ocidente e fingem revestir-se de abundante palavreado humanista e cristão.