BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016


Lancha «Vega» — 18 de Dezembro de 1961

Relato sobre a morte do 2.º tenente Oliveira e Carmo


Acção da lancha «Vega»

A lancha «Vega»(1), que patrulhava as águas do Distrito de Diu, não fazia parte do Agrupamento «António Silveira».

Modelo da lancha «Vega»

Não obstante, com ele partilhou da acção violenta das forças aéreas da União Indiana e, como tal, o relato da sua actuação integra-se na sequência das operações ocorridas naquele Distrito e atrás referidas.

Por ter morrido em combate o Comandante da lancha «Vega», segundo-tenente Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo, coube aos seis marinheiros sobreviventes a elaboração do respectivo «relatório de acção».

Pela espontaneidade da descrição, pelo vigor que ressalta da leitura desse relatório, resultado da vivência de inesquecíveis momentos de heroísmo, julgamos que nenhum outro documento poderia ter maior interesse e transmitir com tanta fidelidade o combate travado naquela manhã de 18 de Dezembro de 1961.

Como tal, as palavras que se seguem, são a transcrição, na íntegra, do referido relatório:

Saída de Diu em 17 de Dezembro pelas 21:40, em serviço de fiscalização, rumo a Nagoá onde fundeou pelas 22:00.

Na madrugada do dia 18, por volta das 01:40 foram ouvidas rajadas de metralhadora e tiros isolados em terra, pelo marinheiro de serviço (marinheiro-fogueiro-motorista n.º 5645). Foi dado imediato conhecimento da ocorrência ao Comandante, o qual imediatamente ordenou postos de combate e levantamento de ferro, dirigindo-se para o mar.

O radar já se encontrava em funcionamento e tinha acusado uma embarcação fundeada na praia de Brancavará nas nossas águas. Com a mudança de escala de radar para as 24 milhas, esta acusou imediatamente um eco denunciando um navio de grande porte que vinha navegando com ocultação de luzes. A lancha continuou com a mesma rota que era Diu.

Ao passar a linha fortim do mar-Fortaleza, pelas 02:20, ouviram-se fortes detonações que denunciaram intenso fogo de artilharia da Fortaleza para a região da fronteira de Gogolá. O Comandante ordenou rápida manobra e de novo voltou ao mar. Novamente foi captado o eco do navio desconhecido e calculada a distância verificou-se que este navegava a 12 milhas da costa. O Comandante ordenou que se navegasse junto a terra e na zona da Fortaleza, a pouca velocidade de modo a dar tempo para que as embarcações «Folque» e «Dio» saíssem para o mar a fim de se juntarem à lancha «Vega».

Às 02:40 efectuou-se a saída da «Folque», depois de consultado pelo telefone do posto da alfândega o Comandante do Agrupamento, o qual ordenou apenas a saída desta e não a de «Dio» como estava previsto nas ordens secretas transmitidas ao patrão da «Folque», com rumo a Nagoá.

Às 03:00, deu-se o encontro entre as lanchas «Vega» e «Folque», na região costeira de Podamo, em virtude do radar da «Vega» a ter localizado. Pelo radar foi também constatada a aproximação do navio que se presumia ser inimigo e que se encontrava nesta altura a uma distância aproximada de 12 milhas.

O Comandante ordenou rumo à baía de Nagoá seguindo a «Folque» as águas da «Vega».

Às 03:45 foi notado pelo radar a nítida aproximação do navio do qual se continuava a desconhecer a sua nacionalidade, embora se notasse que o mesmo estava a captar todos os movimentos da «Vega» mantendo-se à distância de 1,5 milhas.

Às 03:55, por ordem do Comandante, a Vega» rumou em direcção ao navio desconhecido para melhor o identificar, deixando para trás a «Folque».

Às 04:00, conseguiu-se identificar apenas como sendo um navio de grande calado e notou-se na parte leste uns sinais luminosos «TNT» aos quais o Comandante ordenou não se desse resposta. Por suspeitar das intenções daquele navio, a «Vega» voltou ao encontro da «Folque» com a qual abordou, tendo embarcado rapidamente naquela todo o pessoal que nesta se encontrava. Como, entretanto, o barco que se presumia ser inimigo tivesse feito fogo com granadas iluminantes sobre as lanchas «Vega» e «Folque», com o possível fim de as localizar e tentar abater, o Comandante optou por que se abandonasse a «Folque» o mais rápido possível, sem tempo sequer para retirar todo o material que nesta se encontrava, tendo-a abandonado com o motor a trabalhar, com o fim de a avariar. Depois de todo o pessoal embarcado na «Vega», o navio, já identificado como sendo tipo cruzador, e, ainda sob o efeito das granadas iluminantes alvejou com fogo de metralhadora pesada as lanchas «Vega» e «Folque», pelo que o Comandante ordenou rápida manobra e rumo para Dio na máxima velocidade, tendo a «Vega» fundeado entre o Fortim do mar e a Fortaleza às 05:30.

Às 05:40, foram mandados desembarcar os seguintes homens: A tripulação da «Folque» (cabo-artilheiro 2590 e marinheiro-artilheiro 6216), um civil natural de Dio, criado do Comandante e o cabo-artilheiro 2195, mestre da lancha «Vega», o qual era portador de uma mensagem verbal, das ocorrências anteriores, dirigida ao Comandante do Agrupamento, cuja mensagem lhe foi entregue às 05:45.

Às 06:00, foi entregue ao Comandante da lancha «Vega» uma mensagem verbal do Comandante do Agrupamento. O mensageiro recebeu nova ordem para completa destruição do aquartelamento da marinha. Entretanto a «Vega» mantinha-se fundeada e em vigilância.

Às 06:15, o Comandante ordenou o levantamento de ferro afim de se poder identificar mais completamente o cruzador e se possível recuperar a «Folque» ou destruí-la. À saída da barra e pela proa da «Vega», avistou-se então, a uma distância aproximada de 2 milhas, o cruzador com bandeira de fogo içada no mastro e a da União Indiana no mastro da ré, tirando-se todas as dúvidas sobre a sua nacionalidade. Regresso rápido da «Vega» ao ponto de partida, onde fundeou cerca das 06:35. O Comandante dirigiu-se à câmara e fardou-se de branco, dizendo que assim morreria com mais honra.

Às 07:00, avistaram-se aviões de jacto bombardeando Passo Sêco. Foi dado por esta lancha o alarme sonoro para a Fortaleza. Por ordem do Comandante ligou-se um rádio portátil o qual anunciava o programa «Alvorada musical», seguindo-se um passe-doble, o qual foi interrompido por silêncio total da Emissora de Goa. Mau sinal. O Comandante reuniu toda a guarnição e leu uma mensagem que lhe tinha sido enviada. Essa mensagem era de Maiormar(2) e comunicava que a lancha combateria até ao último cartucho. No caso de ficar inutilizada, deveria ser destruída (ou afundada), tendo o Comandante acrescentado que, nessas circunstâncias, o pessoal deveria dirigir-se para terra, auxiliando os camaradas feridos. Perguntou mais se todos sabiam nadar ao que se respondeu afirmativamente. A seguir as suas breves palavras foram as seguintes: «Rapazes sei que vocês vão cumprir assim como eu e que mais vós quereis! Acabarmos numa batalha aero-naval. Fazemos parte da defesa de Dio e da Pátria e vamos cumprir até ao último homem e última bala se possível. Algumas despedidas se fizeram e até as fotografias dos entes queridos foram beijadas e guardadas nos bolsos dos calções.

Às 07:30, começou o ataque aéreo contra a Fortaleza. Vindo dois aviões quase em cima da lancha, o Comandante deu imediatamente voz de fogo com as seguintes palavras dirigidas ao artilheiro Ferreira: «Fogo nesse, Ferreira, dá-lhe» e assim começou a luta. Os aviões passaram no seu primeiro ataque à Fortaleza. A bordo da lancha foi tudo feito na normalidade. Todos nos seus postos. Motores a trabalhar e levantou-se ferro rumo fora da barra, mas logo a seguir os dois aviões retornaram para atacar a lancha. Os carregadores começaram a esvaziar-se e a lancha manobrada pelas mãos firmes do Comandante parecia baixar, esquivando-se ao fogo inimigo na sua máxima velocidade. Os ataques sucediam-se tanto de um bordo como do outro, aos quais se respondia com a maior energia. O marinheiro-artilheiro é substituído na peça(3) pelo grumete-artilheiro Ramos e os carregadores sucediam-se. O primeiro golpe sofrido proveio de um ataque vindo do enfiamento do sol e em cruz feito por dois aviões o qual atingiu a lancha entrando a rajada pela amura de estibordo e saindo pela alheta de bombordo, causando a morte imediata do marinheiro-artilheiro Ferreira que foi varado pelas costas quando se encontrava a remuniciar um dos carregadores de peça, cortando as pernas totalmente pelas coxas ao Comandante e causando em poucos momentos o incêndio, pois notou-se imediatamente grande fumarada que saía da casa das máquinas. O Comandante ainda com vida tirou do bolso da blusa um plástico onde se encontravam as fotografias de sua esposa e seu filhinho e deles se despediu com beijos. A ponte imediatamente se tornou um charco de sangue e ouviam-se as palavras de um camarada «bandidos e assassinos».

Motivado por este ataque resultou o incêndio que se propagou à casa das máquinas e seguidamente à ponte de comando e cobertas, o qual pôs termo à resistência da pequena lancha «Vega», tendo esta parado em virtude das bichas de aceleração dos reguladores terem sido cortadas pela citada rajada.

A peça foi abandonada pelo grumete-artilheiro Ramos em virtude de se tornar intransitável o reduto da mesma devido aos buracos causados pelas balas inimigas e às labaredas que já invadiam o convés. «Vamos para o bote, arreá-lo imediatamente, foi a voz do marinheiro Costa, tendo saltado para dentro dele 3 homens que se prepararam para receber o Comandante. Enquanto o marinheiro-electricista Freitas transportava o Comandante que se encontrava junto do leme para a popa da lancha, com o fim de o deitarem dentro do bote para ser levado para terra, deu-se novo ataque dos aviões sendo a lancha metralhada totalmente pelo través de bombordo por consecutivas rajadas, ocasionando novas desgraças: O Comandante foi atingido mortalmente no peito; o grumete-artilheiro Ramos foi ferido na perna esquerda; o marinheiro-telegrafista Costa no ombro esquerdo e nas costas, ficando em estado lastimoso; ao marinheiro-artilheiro Aníbal foi cortada a perna esquerda pela canela; ficou ileso o marinheiro-electricista Freitas que ainda se encontrava na lancha e não foi atingido por muita sorte, pois deitando-se no chão no sentido bombordo-estibordo, ficou entre as duas rajadas cujas balas, esburacando o convés, desapareceram no mar. Este marinheiro, depois do mortífero fogo levantou-se e debruçando-se do lado de bombordo viu os seus camaradas feridos e o bote inutilizado metendo água, obrigando os homens que nele se encontravam a nadarem em direcção à terra mesmo feridos. O grumete-artilheiro Ramos ainda subiu à lancha, tendo, no entanto, de se lançar imediatamente à água em virtude das munições terem começado a explodir. Entretanto, o marinheiro-electricista Freitas também se lançou à água, em direcção a uma balsa que, havia alguns minutos, tinha sido lançada à água a título de precaução e que se tinha afastado da lancha por causa da corrente e do vento. Porém, o marinheiro Silva já a transportava para junto dos feridos com o fim de se efectuar o seu socorro. Nesta altura o marinheiro Aníbal pediu socorro em virtude de se encontrar com uma perna cortada, tendo sido socorrido pelos marinheiros Silva e Freitas.

Entretanto, em virtude do aquecimento do óleo dos comandos do motor principal de BB este desenvolveu avante e a lancha completamente envolta em chamas começou a deslocar-se lentamente e quase passava por cima do marinheiro-telegrafista Costa; este, ao ver-se em tal situação, começou a gritar: «Silva, salva-me que eu morro», ao que este lhe dirigiu as seguintes palavras: «aguenta-te Costa que vou já buscar-te». Chegado ao pé dele o marinheiro Silva perguntou-lhe se se encontrava muito ferido ao que o Costa Ihe respondeu estar varado nas costas e ferido num braço. A lancha depois de alguns metros andados parou na nossa frente, enquanto as munições rebentavam com grande estrondo e grossas colunas de fumo se elevavam no ar, tendo começado a aparecer a flutuar no mar gasóleo (combustível da lancha). Muito lentamente, a lancha foi-se afastando de nós, afundando-se pouco a pouco, arrastando consigo os corpos do Comandante e do marinheiro-artilheiro Ferreira.

2.º Tenente Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo
heróico Comandante da lancha «Vega»

Terrível espectáculo. Começou então a tentativa para a salvação dos feridos, os quais tinham começado a lastimar-se. Procurou-se então empurrar a balsa com os feridos agarrados a ela, mas era impossível; foi então que o marinheiro Silva tirando o cinto de salvação, amarrou um dos seus atacadores à balsa e o outro à cintura para melhor poder nadar e rebocar os feridos. O Freitas tinha uma bóia debaixo do corpo e nadava com um braço para assim auxiliar o seu camarada. Procurou-se seguir rumo à Fortaleza, o que muito lentamente se ia fazendo; só passado muito tempo se notou, pelo ponto tirado a terra, que se estavam a afastar da Fortaleza. Em virtude do vento e da mareta, descaindo para fora, para o lado de Brancavará, o desânimo apoderou-se principalmente dos feridos que não deixavam de pedir: «Silva leva-nos para terra», ao que este respondia: Ânimo rapazes que havemos de chegar». Já havia algumas horas de luta com o mar quando o marinheiro Silva começou a não poder abrir os olhos dizendo para o Freitas que o guiasse em virtude de não ver, por ter os olhos cheios de gasóleo, tendo também a garganta com bastante ardor devido também a algumas goladas de água misturada com gasóleo que fora forçado a ingerir. Novamente se afastaram mais de terra em consequência do vento que os arrastava para fora procurando tentar chegar a terra nadando sempre contra a maré. «Vamos rapazes, todos à uma que estamos quase a chegar», mas era somente para animar os feridos que, sempre com a esperança de se salvarem, tentavam corresponder. Ouviu-se o marinheiro Aníbal dizer que não podia mais, tendo-o então, passado para cima da balsa. Gemidos e ais saíam consecutivamente da boca dos feridos, e as cãibras de vez em quando inutilizavam as pernas dos marinheiros Silva e Freitas. Foi nesta altura que, em frente de Podamo, nos fomos aproximando de terra. Ali, quase junto à terra pedimos socorro a alguns naturais que aí se encontravam mas estes, talvez com receio dos aviões, não o fizeram; assim, mesmo junto à terra estivemos mais de 1 hora a nadar quase no mesmo sítio até que finalmente se conseguiu entrar na rebentação do mar tendo sido lançados para as rochas. Foi nesta altura que se notou o silêncio e a cor muito branca do nosso camarada Aníbal que se encontrava morto, tendo então dito o marinheiro Costa que ele tinha morrido talvez há perto de 1 hora mas que se calara para que não houvesse desânimo. Com a ajuda de um natural pôs-se a balsa em seco, tendo ficado em cima da mesma o corpo do infeliz marinheiro Aníbal. Foi também que reparámos nos ferimentos do marinheiro Costa, deixando-nos como apalermados. O braço totalmente destroçado na zona do músculo e o furo de uma bala de 20 mm que o varava das costas para a frente sobre o rim esquerdo. Colocou-se o Costa em sítio seguro e abrigado enquanto que o marinheiro Silva, com os membros tolhidos, ali ficou estendido recuperando energias, indo o marinheiro Freitas, descalço, cheio de sede e fome, a alguns quilómetros de distância em busca de socorros. Foi então que, mais tarde, acompanhados pelo Freitas apareceram o médico e dois maqueiros no local onde tinham ficado. Chegados ali, alguns naturais acordaram o marinheiro Silva que entretanto dormia, o qual procurando pôr-se em pé não o conseguiu, indo a arrastar-se, só muito lentamente se reanimando. Entretanto foi-se à procura do marinheiro Costa que gemia e pedia àgua. Pouco depois apareceram alguns naturais trazendo água e dando-a aos marinheiros, tendo então o Silva dado de beber ao Costa. Logo após a chegada do médico e dos maqueiros no jeep imediatamente se procedeu à acomodação do Costa no mesmo, bem como dos seus camaradas Silva e Freitas, dirigindo-se o jeep para o hospital, onde ficaram internados. Estes 3 homens, marinheiro-fogueiro n.º 5645 Silva, marinheiro-electricista n.º 5353 Freitas e marinheiro-telegrafista Costa chegaram a terra depois de 7 horas de nadar.

Na altura do afundamento da lancha o grumete-marinheiro Ramos, apesar dos seus ferimentos, nadou sozinho para terra, próximo da Fortaleza, tendo passado por baixo do fogo que o cruzador lançava para a Fortaleza, tendo conseguido salvar-se apesar de chegar a perder as esperanças, em virtude do intenso fogo com que o cruzador bombardeava a Fortaleza. Chegado a terra, com a ajuda de alguns soldados, foi conduzido ao hospital onde ficou internado.

Ainda na altura do afundamento da lancha, o marinheiro-fogueiro-motorista Nobre, tendo sido o primeiro a abandonar a lancha nadou com grande vigor afim de se afastar da mesma que se encontrava a arder e a darem-se explosões a bordo, depois de olhar para ver se via alguns sobreviventes reparou somente na balsa de salvação e, não avistando nenhum dos seus camaradas, pensou que todos tivessem morrido quando se encontravam no bote, em virtude do ataque dos dois jactos. Nadou então em direcção ao fortim do mar, porém, nesta altura, foi o fortim alvo de grande bombardeamento, pelo que teve de desistir do seu intento e nadar em direcção a terra indiana, onde chegou exausto, quase sem forças, após 7 horas de grande esforço. Ali foi recolhido por naturais e feito prisioneiro passados 45 minutos, tendo sido amarrado e levado para a cidade de Una onde esteve encarcerado durante 42 horas, tendo sido interrogado sobre: como tinha aparecido ali; há quanto tempo tinha começado o fogo e se os aviões eram indianos. Desconfiaram ainda que ele não fosse marinheiro, o que justificou pelas tatuagens que tem nos braços. Afirmaram-lhe ainda que Diu já se tinha rendido. O intérprete era um goês.

Este marinheiro viu a lancha afundar-se completamente em chamas.

Após o combate aéreo-naval havido com a lancha «Vega» e depois do seu afundamento e da salvação de alguns dos seus tripulantes é que se pôde calcular as baixas sofridas,
verificando-se:

Mortos:

Comandante 2.º tenente Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo;
Marinheiro-artilheiro-apontador n.º 10030 — António Ferreira;
Marinheiro-artilheiro da RM. n.º 10519 — Aníbal dos Santos Fernandes Jardim.

Feridos:

Marinheiro-telegrafista n.º 11027 — António da Costa Bagoim;
Grumete-artilheiro n.º 13032 — Venâncio dos Ramos.

Ilesos:

Marinheiro-fogueiro n.º 5645 — Armando Cardoso da Silva;
Marinheiro-electricista n.º 5353 — Francisco Mendes de Freitas;
Marinheiro-fogueiro n.º 6788 — António da Silva Nobre.

Nota: — No dia 18 de Dezembro de 1961 verificaram-se ainda os seguintes factos:

Às 06:30, destruição de aquartelamento da marinha pelos cabos-artilheiros n.º 2195, António Fernandes da Silva Gonçalves (mestre da lancha «Vega») e n.º 2590 — José de Azevedo (patrão da embarcação «Folque»).

Às 07:00, destruição total do material hidrográfico pelos cabo-artilheiro n.º 2590 — Azevedo e marinheiro-artilheiro n.º 6216 — José António Botinas, este da «Brigada Hidrográfica do Estado da Índia.»

Este, o relato da acção da lancha «Vega» em águas de Diu, quando da invasão indiana em 1961.

Mais tarde, através de um oficial da aviação indiana que esteve em Diu, houve conhecimento que a lancha «Vega» havia atingido três aviões, desconhecendo-se, porém, a natureza dos danos causados.

O comportamento da lancha «Vega» foi, de facto, brilhante e poderemos dizer, servindo-nos de palavras do Comandante do Agrupamento, que «a guarnição desta pequena unidade naval escreveu páginas que honram a tradição da Armada Portuguesa.»


(1) A lancha «Vega» era uma pequena unidade naval de 18 toneladas de deslocamento, com 17 m de comprimento, armada com uma metralhadora de 20 mm e uma guarnição de oito homens.

(2) NA — Indicativo de Estado Maior da Armada.

(3) Peça de 20 mm.





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