BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

quarta-feira, 21 de setembro de 2016


Última hora: O Bloco de Esquerda reorganiza

os «Comandos»


João José Brandão Ferreira, Oficial Piloto Aviador, 20 de Setembro de 2016

Fontes geralmente bem informadas revelaram que os equilíbrios instáveis no «governo geringoncional», obrigaram o PM – o feliz e bem – humorado António Sorridente Costa a ordenar ao inefável e consideradíssimo MDN, que constituísse um grupo de trabalho (GT), a funcionar nas alcatifas fofas do 7.º piso do edifício do Restelo – onde a Câmara de Lisboa já mandou retirar todo e qualquer símbolo que pudesse lembrar o tenebroso passado colonial português (as janelas que davam para o antigo Jardim do Ultramar foram até mandadas entaipar).

Este GT seria presidido pela novel especialista em assuntos de Defesa, de seu nome Catarina «Eufémia/Eumacho» Martins, acolitada por um representante de cada facção do lixo ideológico amalgamado numa coisa a que chamaram Bloco de Esquerda (BE) (conhecido na gíria por Bloco Canhoto, Bloco de Esterco, Bloco de Estrume, etc., tudo termos depreciativos que os invejosos da oposição põem a correr subversivamente para os denegrirem…)

Até ao momento em que escrevemos estas linhas não se sabe quantos membros vai ter o GT, já que ninguém se entende no tal BE, sobre quantas tendências há, ou se o GT há-de ter uma coordenação bicéfala, tricéfala, ou outra. Provavelmente, digo eu, vai acabar tudo ao molho e fé em belzebu!

Bom, quando soube disto o Dr. Azeredo Lopes apanhou um «golpe de calor», arrancou em fúria a gravata da sua desabotoada camisa (de onde se podiam vislumbrar uns pêlos negros – o homem é peludo, portanto) e mandou o chefe de gabinete recolher todas as gravatas que havia no piso e enviá-las para um qualquer centro de refugiados na Grécia, jurando que era desta que nunca mais usava semelhante objecto de tortura medieval.

O «Comandante Supremo» que passasse revista às tropas (que ele até gostava disso), terá pensado, ou mandaria o secretário Perestrello representá-lo, pois até estava no cargo uma segunda vez, para ver se levantava a nota (ah, ah, ah, como o filho do caseiro se deve estar a rir!).[1]

Mas, pensando melhor, o MDN lá convocou o tal GT, não fosse o belzebu tecê-las…

Naturalmente os chefes militares souberam de tal decisão pela imparcialíssima e mui profissional comunicação social, podendo inferir-se que tenham reagido da mesma maneira, quando confrontados com casos semelhantes no passado.

A sala e os corredores de alcatifas fofas tinham ainda a vantagem no caso, remoto, do chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, ser convocado pela Catarina, para dar o seu parecer, este possa explicar como se enrola uma cambalhota em frente; rasteja de costas, executa uma «queda na máscara», simula o «passo fantasma», etc.[2]

A praxe faz muita falta e a «aplicação militar» é (era) linda!…

O relatório final foi célere, já que foi escrito apenas pela «coordenadora» do mesmo, por via dos elementos do GT o terem abandonado por diversas razões: três por se declararem objectores de consciência e ficarem com erupções de pele só de pensarem naquelas barbaridades todas; um saiu em protesto contra o facto de não haver um único transexual no GT; outro foi internado de repente devido a uma «overdose»; um deles nunca conseguiu chegar a horas a nenhuma reunião; uma recusou-se a identificar-se para entrar no edifício, ficando à porta com um cartaz a protestar contra tal violência; um outro ficou de tal maneira confuso com a terminologia que encontrou, que foi logo para casa digerir que um «tanque» não servia só para lavar a roupa ou molhar os pés; um «canhão» não significava uma manga de casaco com botões; uma continência não era um aceno lúbrico e não devia ser acompanhado de expressões como «oi»; que havia navios para além dos cacilheiros e que podiam ser armados e tudo (se bem que ele tivesse uma lembrança que um «fascista» de nome Vasco da Cama, ou Casco da Gama, tinha chegado à Índia num barco a remos a fim de roubar pimenta aos indígenas); e não conseguia entender que houvesse aviões, ainda por cima tão bonitos, que andassem para trás, e para a frente, sem ser com o objectivo de levar turistas à Tailândia, a fim de massajarem as têmporas ou irem fumar uns charros a Amesterdão.

Deste modo a dita Catarina encantada com a oportunidade única que se lhe deparava, elaborou uma série de propostas de onde se respingam:

O código «Comando» seria substituído pela Declaração Universal dos Direitos dos Animais, perdão, dos Homens; no mastro destinado à Bandeira Nacional, esta seria substituída por uma outra totalmente branca; as formaturas seriam trocadas por «molhadas»; a instrução do dia seguinte seria discutida em plenário, na véspera; o lema dos Comandos – designação a substituir por «delícias do campo» – deixaria de ser «Mama Sumae» (aqui estamos, prontos para o sacrifício) para ser «avante rebaldaria»; deixaria de haver postos (que diabo somos todos iguais!), e a continência seria suprimida – não se pode impor nada a ninguém – e substituída por saudações modernaças tais como «xau meu», «tas bué fixe»? «Topas?», etc…

O horário seria das 09:00 às 17:00 (enfim, mais ou menos), com amplos intervalos para descanso, refrescos e rancho reforçado (com muita rúcula, sushi, bagas e tofu) e cada instrutor seria sempre acompanhado por um canhoto militante devidamente certificado (de preferência LGBTQIA+).

Não haveria apenas um uniforme, mas sim uns 20, à escolha, já que a não ser assim tal constituiria uma castração inadmissível da personalidade; uma aberração quanto à livre escolha e um insulto à originalidade!

A instrução seria dada em salas climatizadas, com cada instruendo usando um termómetro no sovaco; as tácticas seriam estudadas em vídeo jogos; só seriam disparadas balas de borracha e apenas para o ar e seria abolida toda a linguagem agressiva, patriótica, máscula, etc., e qualquer tipo de vernáculo, tidos como reminiscências serôdias e imperialistas do malandro do Afonso Henriques e seus descendentes desequilibrados.

Deste modo o relatório garantia que não haveria mais mortes na instrução ao mesmo tempo que assegurava a constituição da melhor unidade jamais constituída que garantia a preservação da paz e o amor fraternal, perpétuo e universal.

Só não prometia a vida eterna – uma falha deveras lamentável e incompreensível – falha esta logo aproveitada pela Conferência Episcopal, que disse que esse assunto era com eles, apesar de a Catarina ter sugerido, entretanto, retirar todos os crucifixos das unidades militares e proibir a entrada de capelães (enfim, com a excepção, se forem muçulmanos).

Consta que o relatório teve um bom acolhimento no seio do partido no governo, nomeadamente da sua ala esquerda, onde se destaca o «Grupo de Argel» (para quem os «Comandos» seriam certamente um grupo a abater nos mais escuros momentos da «guerra colonial»); os partidos tidos de Direita (ah, ah, ah), armados em betinhos, liberais, aburguesados, cumpriram o dever de fazer uma ou outra crítica pontual e demagógica, num âmbito onde só têm feito asneiras ao longo do tempo.

O PCP, discreto e comedido, como sempre, fez um protesto cândido, defendendo que a instrução dos «Komandos» devia passar a ser feita na Sibéria…

O pessoal da Força Aérea (abençoados) ofereceram-se, espontaneamente, para carregarem os C-130 (e mais que houvesse) com militantes bloqueiros escolhidos entre os menos néscios, e largá-los nas montanhas do Afeganistão, a fim de participarem num estágio de sobrevivência.

O Comandante Supremo avisou entretanto, que se o relatório fosse aprovado (apesar de conter ideias muito construtivas) convidaria o Secretário-Geral da NATO para o próximo Conselho de Estado, a realizar em Bruxelas, onde o assunto iria ser discutido.[3]

Parafraseando o Eça, Portugal deixou de ser um país para ser um sítio. Mal, mesmo muito mal, frequentado.


[1] Um tal António de Oliveira Salazar, que intentou namorar uma Perestrello tendo sido apostrofado com o epíteto, pela mãe da mesma…

[2] Para estes casos o general CEMGFA apresentar-se-ia de uniforme n.º 3 sem nada por baixo (ai do último!).

[3] Os exaustos membros da casa civil e militar já procuram, afanosamente, instalações condignas para tal evento, no bairro de Molembeck.





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