BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

sábado, 1 de agosto de 2015


Marcelino da Mata

— O dever de ajudar um herói de Portugal


À direita, Marcelino da Mata, o nosso militar mais condecorado de sempre.


Humberto Nuno de Oliveira, O Diabo, 31 de Julho de 2015

O verdadeiro dever de memória, para além de fantasias, é transmitir aos mais novos o culto e amizade pelos heróis da Pátria

Recebi esta semana um correio electrónico do ilustre advogado, Alexandre Lafayette, dando-me conta das suas diligências «in extremis» para impedir que fosse vendida a casa de família do tenente-coronel Marcelino da Mata através do Tribunal de Sintra.

Sendo certo que nem um herói de Portugal pode estar acima do cumprimento da lei, importa neste caso contextualizar o assunto e actuar como nos for possível. Devendo-se, porém, lembrar o muito que Portugal deve a Marcelino da Mata e que, seguramente, está muito para lá de uns míseros milhares de euros.

A dívida que motivou tal processo, à Caixa Geral de Depósitos (CGD), resulta da falta de pagamento de um empréstimo contraído por uma patrícia do tenente-coronel Marcelino da Mata, no qual com a generosidade e grandeza que o caracterizam acedeu a ser o avalista, apondo a sua assinatura num papel que eventualmente nem leu e que assinou com a ligeireza de quem bebe um copo de água. Marcelino da Mata não trai nem nunca traiu e as traições não fazem parte do seu imaginário.

Como nem sempre os grandes homens são necessariamente grandes juízes de carácter, a senhora sua conterrânea desapareceu para parte incerta (consta que terá ido para o Reino Unido), e o nosso bom amigo, passou a responder por uma dívida que não contraiu mas avalizou.

Da dívida real (ou seja de capital não pago) de 1 608,15 euros, conseguiram os agiotas dos nossos tempos – as denominadas instituições bancárias –, fazê-la subir até aos 57 800 euros, valor que estava manifestamente errado porque a CGD já havia recebido o produto da venda de um imóvel da «amiga da onça» do nosso amigo Marcelino da Mata. Ainda assim, fruto do intenso e dedicado labor do nosso muito prezado dr. Lafayette, a contestação levou a apuramento de um valor de «apenas» 35 609,39 euros. Dando de barato (sem nenhuma convicção, porém) que para uma dívida de 1 608,15 euros, juros de 29 501,23 euros serem uma manifesta indignidade, para não dizer muito pior (a que acrescem 4 500 euros de despesas processuais e judiciais…), igualmente o entendeu o ilustre causídico que contestou a exorbitância do montante dos juros solicitando uma redução de cerca de 50 por cento, para aproximadamente 14 000 euros, e o pagamento mensal de 600 euros, que já se iniciou, para pagamento de divida.

A CGD, porém (sem qualquer consideração pelo visado, aliás como nunca a manifesta por ninguém), só admite um ajuste da importância global se se «apresentar uma proposta que vise a entrega de um montante único, com pagamento imediato».

Pretende assim o dr. Alexandre Lafayette apresentar à CGD uma proposta de pagamento único e global, que determine o arquivamento do processo, no montante de 20 000 euros.

Porém o nosso amigo Marcelino da Mata, até há bem pouco tempo verdadeira muleta de tantos dos seus patrícios, tem a sua conta bancária a zeros… Importa pois que todos quantos sentimos o muito que devemos a homens do calibre de Marcelino da Mata que façamos uma colecta para juntar os 20 000 euros, quantia que permitirá arrumar este assunto e sacudir os problemas que afligem Marcelino da Mata e a sua família. O apuramento desta quantia permitiria que poupasse cerca de 15 000 euros. Se tal não logramos o dr. Lafayette terá de negociar com a CGD o pagamento em prestações dos 35 609,39 euros, a que acrescerão as despesas do contracto que tiver que ser celebrado com a CGD, disto resultando um encargo mensal de cerca de 750 euros, a deduzir à pensão de reforma do veterano de guerra, já que a CGD não aceita um mútuo por período superior a cinco anos porque o nosso tenente-coronel já tem 75 anos de idade. Importa acrescentar que tal empréstimo para amortizar a dívida, que era da «amiga da onça», implica hipotecar o andar do nosso amigo e da sua família.

Por tudo quanto este herói fez por Portugal, cabe-nos a todos nós o dever de o ajudar, e à sua família, a superar esta provação.

Foi aberta uma conta para resolver o problema do tenente-coronel Marcelino da Mata o seu NIB é o seguinte: 0019 0042 0020 0022 3090 9, contamos evidentemente com todos os Portugueses de bem, isentando de participação todos quantos, activa ou passivamente, contribuíram para as suas sessões de tortura após o 25A.





Sem comentários:

Enviar um comentário