BLOGUE DA ALA DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MILÍCIA DE SÃO MIGUEL

domingo, 10 de setembro de 2017

Um Exército em colapso, um País em colapso!


João José Brandão Ferreira, Oficial Piloto Aviador, 3 de Setembro de 2017

«Dai-nos Senhor, o que Vos sobra, aquilo que ninguém quer, nem sequer Vos pedem mas dai-nos, ao mesmo tempo, o valor, a vontade, a força e a fé que temperam a alma do soldado na grandeza da sua servidão»
Trecho retirado da «prece» do militar das Operações Especiais

O Exército – que há muitos anos está nas lonas – encontra-se agora à deriva desde o assunto mal resolvido da escolha do novo CEME (uma espécie de pecado original); do incidente nos Comandos – não tanto pela morte dos dois recrutas, mas mais pelo processo que se lhe seguiu; dos anteriores eventos no Colégio Militar, a que se deve ainda juntar a ultrapassagem na promoção do Major General Moura – assunto ainda não resolvido – as cabeçadas com a GNR, o seu Comandante e a MAI, mais a saída do anterior Presidente da Protecção Civil e a nomeação do actual – tudo peças do mais fino recorte! – para culminar no incrível «roubo» (?) dos paióis de Tancos e toda a sucessão de eventos que se lhe seguiram, dignos da mais apurada série do «Tom and Jerry»!.

Agora até é acusado (o Exército!) – vice-presidente da Câmara «dixit» – de ser o culpado da má comida servida aos bombeiros nos fogos de Oleiros (ao menos podiam ter enviado as rações de combate importadas de… Espanha).

Já é azar!

Falámos atrás do pecado original (enfim, tem havido tantos...), que situamos na substituição do anterior CEME general Jerónimo, que se demitiu, e que melhor teria servido a Nação se tivesse agarrado os colarinhos do ministro e, com ele a um palmo do solo, ter-lhe dito umas quantas à boa maneira paraquedista…

Ora após a sua saída, consta (repito, consta – quem pode e quiser que o confirme) que os restantes generais combinaram que ninguém iria aceitar o lugar – uma atitude que há muito devia ter já sido tomada – estou a lembrar-me, até, do tempo em que o general Loureiro dos Santos houve por bem abandonar a mesma função…

Ora à última hora (por um processo alquímico que também se conhece mas que não vou expôr) o actual comandante do Exército, terá roído a corda, acabando por ser nomeado.

Tudo isto deu origem a um mal-estar terrível e a um ambiente de cortar à faca na cúpula da hoste que é suposto defender o País quando este estiver em perigo.

E, de facto, o País tem sobre ele vulnerabilidades e ameaças grandes que os políticos escamoteiam (ou nem se apercebem) e a população nem suspeita. E a perspectiva é a de piorar não de melhorar…

O mal-estar continua e o Exército está há meses com um vice-chefe à espera de arrumar as botas, o que acontecerá por dias, e sem comandante Operacional e comandante de Pessoal, há meses.

Tudo somado representa a situação mais vergonhosa por que passa o Exército, desde a lamentável história do «batalhão» em cuecas, em Nova Lisboa e a ocupação indecorosa de Omar, no Norte de Moçambique, nos idos de 1974/5, a que não fica atrás a cerimónia de juramento de bandeira do Ralis, de punho fechado, com a presença do então CEME, um tal de Fabião, de triste memória!

Enfim estes últimos eventos ainda têm a «desculpa» (?!) de se terem passado no tempo da javardice do PREC e do episódio mais vergonhoso de toda a História de Portugal que ficou conhecido como descolonização…

Olha-se para tudo isto com a maior irresponsabilidade e insensatez, fruto da vereda estreita, pedregosa e mal cheirosa, que leva ao precipício, em que este Regime da III República nos conduziu e colocou.

A qual, para além dos defeitos e erros políticos, ideológicos e conceptuais que a enformam, nem sequer tem o menor cuidado com as pessoas que escolhe para a «servir» e continuar.

Parafraseando o Almada,

Abaixo isto.

PIM!





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